por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=6Cq3KZsQNiY
O petroleiro está
pelado, pelado, nu, com a mão no bolso (7).
Era no governo do PT, na Petrobrás, e o RH era Diego
Hernandes, um sindicalista, ex-presidente do Sindicato de Mauá, combativo!
No passado, juntos, numa negociação, como pressão negocial,
ocupamos a sala do RH no Edise. Quem diria que Diego viria a ser chefe do RH da
Petrobrás!
Assim minha relação com o RH Diego, de companheirismo, virou
de amor e ódio. E eu, como dirigente sindical, além das greves, vivia a
ocupar os prédios da ANP e da Petrobrás no Rio:
Ocupamos o Edise, várias vezes e a Petros, no edifício
Serrador, na maioria das vezes era em defesa dos aposentados. Ocupamos a sede
da Agência Nacional de Petróleo – ANP, várias vezes, contra os leilões de
petróleo (8,9).
Organizamos o ato contra o leilão de Libra, no governo Dilma,
uma verdadeira batalha campal. E a Petrobrás ficou com 40% de Libra, acima da
lei de Partilha, que é de 30%.
Sem esquecer que foi Dilma que repassou para a Petrobrás, sem
licitação, com base na lei de Partilha, os campos da Secção Onerosa, maior que
Libra.
Diego Hernandes, a julgar pelos benefícios que concedeu para
a categoria, não tenho dúvida, foi o melhor RH da Petrobrás.
E quem está falando organizou escracho na casa de Diego, em
Copacabana. E fomos processados por isso. Com Diego no RH, o petroleiro
tinha aumento real, PLR, abono salarial, Benefício Farmácia e concurso público
aos montes, sendo que a Petrobrás chegou a ter 85 mil petroleiros próprios e
400 mil terceirizados. O TCU era o grande entrave aos concursos públicos, por
isso o número de terceirizados.
Para quem não sabe, PLR é lei 10101/2000, que, a todos os
trabalhadores, é permitida a conquista.
O Beneficio Farmácia permitia ao petroleiro tirar os
remédios, não todos, mas os principais de “graça” numa rede de
farmácias. Todos os petroleiros, mesmo aqueles que não usavam nenhum tipo
de medicamento, pagavam no contracheque pelo Beneficio, inclusive por seus
dependentes, na época cerca de 300 mil usuários, entre titulares e
dependentes.
Na gestão de Diego, os petroleiros, ativos e aposentados,
tinham aumento real de salário. Como dirigente sindical, brigava com o RH
Diego, pois o aumento real dado aos aposentados era menor que os da ativa.
Confesso que contribuí para o desgaste de Diego Hernandes no
seio da categoria, mas nunca botei em dúvida seu caráter e sua idoneidade. E
espero, sinceramente, que ele processe todos aqueles que o acusaram de forma
leviana.
Nada se provou contra Diego Hernandes. O crime que ele
cometeu foi o de preconceito por um trabalhador de chão de fábrica ocupar o RH
da Petrobrás.
Mas vamos falar no peladão petroleiro: primeiro dizer que o
peladão petroleiro, em 2007, em frente ao Edise, sede da Petrobrás, foi aprovado
na diretoria do sindicato e na assembléia de aposentados no RJ.
Na ocasião, enviamos um ofício comunicando ao RH que, se
mantivesse o aumento diferenciado aos aposentados, ficaríamos pelados em
protesto em frente à sede da Petrobrás.
Diego, sem dizer o porquê, no dia do ato, nos convidou para
uma reunião no edifício Torre do Almirante, na rua Senador Dantas, centro do
Rio. Como todo bom RH, nos enrolou e não disse por que pedira a reunião.
Saímos do prédio, por volta de 11:00 h, e nos dirigimos ao Edise. Caía uma
chuvinha fraca, o que dificultava ainda mais a mobilização.
Não posso esquecer que os trabalhadores do Edise onde era
lotado me concederam o maior reconhecimento como sindicalista, ainda na
oposição.
Eu e mais 42 companheiros fomos demitidos no governo de José
Sarney, em 5 de maio de 1988, por organizar greve nacional pela URP.
Entretanto, seis meses depois voltamos reintegrados em outra greve. Meu
retorno não foi pela justiça, foi pela força da greve, inclusive do
Edise. Lembrando que eu era coadjuvante quem comandava o
movimento era o tambem demitido
e reintegrado engenheiro, "Jorginho", Jorge Eduardo Costa Nascimento, meu guru no
sindicalismo.
Voltando ao peladão, na porta da sede da Petrobrás, só um
carro da polícia e camelôs, a maioria vendendo guarda-chuva.
E mesmo o ato esvaziado, pegamos os carros de som e iniciamos
a atividade. Nada da presença da categoria, porém começaram a chegar
representantes da imprensa nacional e internacional, e me faziam a mesma
pergunta: se ia ter o peladão e a que horas? Respondi que sim
e às 12:30 h.
A Globo presente, alegando problema de agenda, tentou
alterar o horário, o que não acatamos e mantivemos o horário do ato.
Cercado pela imprensa, como a nos proteger da polícia, que
tinha recebido reforço, o ato aconteceu no horário combinado.
Terminado o ato, nossos celulares não paravam de tocar de
pessoas dizendo que viram o ato em tal TV ou rádio, na verdade fomos notícia no
Brasil e no mundo. Lembrando que realizamos o peladão petroleiro
também em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília.
A oposição petroleira usou, como arma, o peladão na eleição
sindical, mas a categoria nos reelegeu mais uma vez.
Os inimigos da Petrobrás dirão, mas foi essa política do PT
que quebrou a Petrobrás: Para refrescar a memória, principalmente dos
críticos da Petrobrás. Nos governos do PT, na Petrobrás:
- Em 2006, a Petrobrás desenvolveu tecnologia inédita no
mundo, que permitiu a descoberta do pré-sal;
- Em 2010, a Petrobrás fez a maior capitalização de todos os
tempos. Em dólares pelo câmbio atual, a capitalização atinge cerca
de US$ 70 bilhões e faz com que o processo se torne o maior do mundo. Até hoje,
a maior capitalização da história havia sido a da japonesa NTT, que movimentou
US$ 36,8 bilhões em 1987 (1).
- Em 2015, a Petrobrás, em Houston, nos EUA, ganhou o 3º
prêmio OTC, considerado o “Oscar” da indústria do petróleo (3). O prêmio foi
pela descoberta do pré-sal. E agora ganhou o 4º “Oscar” (4). O pré-sal é a
maior descoberta petrolífera do mundo contemporâneo e já responde por mais da
metade da produção nacional de petroleo (5).
- No governo do PT foi retomada a indústria naval, destruída
pelo governo FHC. A indústria naval assim voltava reforçada, pois agora iria
atender ao pré-sal.
Entretanto, em nome do combate à corrupção, a Lava Jato
destruiu a indústria naval brasileira, e novamente, como no governo de
FHC, navios e plataformas passaram a ser construídos no exterior,
gerando vultosos investimentos, arrecadação gigante de impostos e empregos e
renda para americanos e seus aliados(2).
Hoje, por conta desse fajuto combate à corrupção da Lava
Jato, a Petrobrás está sendo entregue aos gringos. E não só a Petrobrás está
sendo desmontada, pois a categoria também. Na BR Distribuidora, além da
privatização, 300 demissões e redução de 30% nos salários para os que
ficaram(6).
E o ataque não é só aos aposentados, os ativos também estão
sendo atacados. Sem aumento real, sem PLR e com a retirada de benefícios, ainda
passaram a pagar por um denominado Plano de Equacionamento de Deficit. Isso
equivale ao desconto de mínimo 13% de seu salário, e por 18 anos. E
as direções da Petrobrás e da Petros ainda querem transformar o desconto em vitalício,
isso mesmo sem o petroleiro nunca ter sido gestor da Petros.
Não me arrependo de ter organizado o ato peladão, tanto
que agora, em 2020, propus um novo peladão, na assembléia dos
aposentados do Rio. O resultado foi 19 X 19 e acharam por bem não realizar o
ato.
Estão transformando a Petrobrás, antes sonho dos brasileiros
que, com o pré-sal, virou realidade, em pesadelo!
Em tempo, Inscreva-se em meu canal e compartilhe o vídeo, o
Twitter e o blog e, deixe um comentário.
Rio de Janeiro 28 de julho de 2020.
Aviso - Estou monetizando minhas redes sociais, no caso, o
meu canal do Youtube e meu blog. Faço isso para fortalecer a ajuda às 22
entidades sociais e filantrópicas que atendem as mais diversas pessoas
excluídas de nossa sociedade, de forma a aumentar o valor de meus apoios
mensais para essas entidades. 100% dos valores recebidos pelos parceiros
comerciais vão ser alocados para essas instituições. Para saber mais: http://emanuelcancella.blogspot.com/2020/07/aviso-importante.html
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do
Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da
FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,
sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo,
JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
Meus endereços eletrônicos:
Me siga no twitter.com/Ecancella
Parabéns Cancella
ResponderExcluir