por Emanuel Cancella
Indicação de Augusto Aras fora da lista tríplice para a PGR é um duro
ataque de Jair Bolsonaro à autonomia do MPF
“A famosa lista tríplice da ANPR (Associação Nacional dos
Procuradores da República) não nasceu à toa. A eleição interna dos procuradores
teve início em 2001, como uma resposta da categoria à opção do então presidente
da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de manter no comando da PGR
(Procuradoria Geral da República), durante todo seu mandato, Geraldo Brindeiro.
Por engavetar todos os inquéritos que deveriam ter
investigado as denúncias surgidas no governo FHC, como o escândalo da pasta
rosa e a compra de votos da emenda da reeleição, Brindeiro entrou para a
história com o apelido de "Engavetador-Geral da República".
Desde então, os petistas Lula e Dilma Rousseff indicaram o
primeiro da lista.
Michel Temer (MDB) escolheu Raquel Dodge, a segunda. Afinal,
embora não seja obrigatória, a escolha de um nome da lista representa o
respeito à autonomia do MPF (Ministério Público Federal).
Por essas razões, a indicação de Jair Bolsonaro (PSL) para a
PGR -- o subprocurador-geral Augusto Aras, que sequer se candidatou à lista
tríplice -- passa claramente a ideia de que o pesselista pretende fazer com o
MPF o mesmo que já fez com o antigo Coaf e o que deseja fazer com a Polícia
Federal: indicar pessoas que tenham compromisso político com ele. Impossível
não associar todos esses movimentos com as denúncias que envolvem o clã
Bolsonaro, como a 'rachadinha' de Flavio, o suposto nepotismo com Eduardo como
embaixador, os depósitos e cheques de Queiroz, que atingem até a
primeira-dama... (1)”
Vamos falar um pouco dos impichados: Fernando Collor de Mello
reagiu ao impeachment de forma republicana, já que acreditava no seu eleitorado
e, como apoio, pediu bandeiras verdes e amarelas na janela, entretanto colocaram
a bandeira preta de luto e ele caiu.
Dilma Houssef, embora eleita e reeleita, sofreu um golpe sem
cometer nenhum crime, principalmente de responsabilidade. Não sei se por ironia,
passeava pedalando nas cercanias do Palácio do planalto, como quem diz, quem
não deve não teme! (5,6)!
Dilma que foi perseguida, presa e torturada pela
ditadura militar nunca afrontou as instituições republicanas, tanto que é dela
a frase que diz preferir o barulho da imprensa ao silêncio da ditadura (2).
Jair Bolsonaro, na iminência de um impeachment, parte para o
ataque às instituições quando convoca atos com ameaças, com faixas, de
fechamento do Congresso nacional e do STF, como também quando ataca o presidente
da Câmara. O filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, deputado federal, disse: “Para
fechar o STF, basta um soldado e um
cabo” (3).
Apesar de toda retórica, Bolsoraro cada vez mais se aproxima
do fim: Sabendo disso, Bolsonaro trouxe para o governo o Centrão para tentar,
na compra do voto, barrar o impeachment.
Para quem não sabe, o Centrão é uma base no Congresso
Nacional composta de parlamentares dos mais corruptos e fisiológicos, como Bolsonaro,
que, nos 28 anos de Congresso, é autor somente de 2 projetos (4). Luis Inácio
Lula da Silva denominou esses parlamentares de “Os Trezentos Picaretas”, que
virou música de destaque, em 1995, dos Paralamas do Sucesso!
Se Bolsonaro confronta as instituições para tentar se safar
do iminente e provável impeachment, já seu PGR, Antonio Aras, em que todos
apostam como nova versão do Engavetador Geral da República até tentou.
Entretanto o pedido de Aras para suspender inquérito das fake news tem 'chance
zero', segundo ministros do STF. Fake news foi uma das principais armas na
eleição de Bolsonaro e continuam a ser a principal base de sustentação de seu
governo.
Entre os que foram alvos de ação da PF estão oito deputados bolsonaristas; o novo aliado de Jair
Bolsonaro, do Centrão, Roberto Jefferson; Sara Winter, que ameaçou o ministro do STF Alexandre de Moraes, que preside
o inquérito; o dono da Havan, Luciano Hang; e o dono da Smart Fit, Edgard Corona (7).
Como dizia Abraham Lincoln:
Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por
algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo.
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Rio de Janeiro 27 de
maio de 2020.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300,
ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos
Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e
Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro”
que pode ser adquirido em:
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