por Emanuel Cancella
A Lava Jato, dizendo combater a corrupção na Petrobrás, na
verdade sempre teve como único objetivo somente desgastar a imagem da Petrobrás
para entregá-la mais fácil. Assim eram vazamentos diários de delação premiada,
criminosos e sem comprovação, para a Globo, que iam ao ar no Jornal Nacional.
Assim a propaganda negativa facilitou, entre outras privatizações, a preço irrisório, da Liquigás, dos dutos NTS e TAG, da BR Distribuidora etc e
ainda permite a Bolsonaro anunciar a venda de metade das refinarias da
Petrobrás (11,12).
Lógico que há corrupção na Petrobrás, como em qualquer
empresa, e, para a sociedade, deve ser investigada, e
os corruptos e corruptores, caso seja comprovado o crime, devem ir para a cadeia
e os bens, produtos do roubo, confiscados, como fizeram em parte na
Petrobrás.
Entretanto não podemos aceitar, por exemplo, tantas
arbitrariedades ocorridas, principalmente na entrega da Empresa aos gringos, como
também na perseguição a desafetos políticos, enquanto deixa de lado os
verdadeiros ladrões da Petrobrás e da Petros.
Primeiro que essa mesma Globo dos vazamentos sempre esteve
blindada pela nossa Justiça, como no Fifagate, a sonegação do imposto de renda
da Copa de 2002, lavagem de dinheiro, etc, crimes que daqui a pouco vão prescrever sem
serem investigados (1,2). Então sede de justiça é que não é!
Outra coisa, eu mesmo formalizei denúncia ao MPF, em novembro
de 2016, denunciando a omissão da Lava Jato em relação à gestão criminosa de FHC e Pedro
Parente na Petrobrás até hoje sem resposta. Veja a denúncia na íntegra (5).
Se por um lado Lula foi preso através de denuncia, ao vivo,
na Globo, do procurador Deltan Dalagnol que disse que não tinha provas, só
convicção contra Lula (6). Por outro FHC
esteve envolvido em corrupção na Petrobrás, inclusive com o próprio filho, Paulo
Henrique Cardoso.
E com FHC não era
apenas convicção, já que há fortes evidências de enriquecimento ilícito, como
apartamento de luxo em Paris e Nova York e fazenda no Brasil com aeroporto, mas
mesmo assim nunca foi investigado, condenado ou preso pela Lava Jato (8,9,10).
Aliás, em relação a FHC, o The Intercepet Brasil divulgou áudio
do chefe da Lava Jato, juiz Sergio Moro: Em conversa, Moro foi contra MP
investigar FHC: "melindra apoio importante” (7).
E também lembrar que a Lava Jato começou seus trabalhos em
2014, em pleno governo Dilma. Desde então, os petistas Lula e Dilma Rousseff
indicaram o primeiro da lista a PGR (15,16).
Já Bolsonaro indicou para PGR -- o subprocurador-geral
Augusto Aras, que sequer se candidatou à lista tríplice -- passa claramente a idéia
de que Bolsonaro pretende fazer com o MPF o mesmo que já fez com o antigo Coaf
e o que deseja fazer com a Polícia Federal: indicar pessoas que tenham
compromisso político com ele (16).
Impossível não associar todos esses movimentos com as
denúncias que envolvem o clã Bolsonaro, como a 'rachadinha' de Flavio, o
suposto nepotismo com Eduardo como embaixador, os depósitos e cheques de
Queiroz, que atingem até a primeira-dama... (4)”
Voltando ao combate fajuto da corrupção na Petrobrás, ela não
prejudicou só a Petrobrás, pois também atingiu os petroleiros, ativos e
aposentados, que estão pagando, no mínimo 13% de seus salários, e por 18 anos,
por um rombo na Petros, mesmo sem nunca terem sido gestores da Petros. E a direção da Petrobrás e a diretoria da
Petros estão transformando o desconto de 18 anos em vitalício.
Por outro lado, o assessor do então candidato Bolsonaro,
Paulo Guedes, montou uma quadrilha com seu assessor Esteves
Colnago e outros dando um rombo de R$ 6.5 BI nos fundos de pensão das estatais,
entre eles a Petros. Entretanto não foi preso e não paga pelo rombo, como estão
pagando os petroleiros, e o mais grave, ainda ganhou de Bolsonaro a chefia do
ministério da Economia (13,14).
Ou seja, Paulo Guedes foi nomeado ministro da Economia pois
contou com a omissão criminosa da Lava Jato, chefiada então pelo juiz Sérgio
Moro, que investiga a Petrobrás e a Operação Greenfield, que investiga os
Fundos de pensão das estatais.
E o pior Paulo Guedes, além de lesar os fundos de
aposentadoria dos trabalhadores nas estatais, com a privatização ainda vai
tirar seus empregos, como fez com 600 trabalhadores na BR Distribuidora, e os que ficaram na Empresa tiveram redução de 30% nos salarios, ou iam para rua (17)!
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8 - https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/FHC-seu-filho-e-os-negocios-em-familia/4/35888
Rio de Janeiro 28 de maio de 2020.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300,
ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos
Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e
Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro”
que pode ser adquirido em:
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OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o
Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de
comunicação.
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