por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=ZqGXTAZ_aJU
Quando foi apresentada, pela 1ª vez, a proposta para cobrir o
rombo na Petros, em assembléia, no Sindipetro-RJ, eu falei no microfone, na
assembléia dos aposentados, gravada:
“A Petrobrás quer me matar e os sindicatos me estuprar, mas
mesmo assim vou acompanhar o Sindicato”. Estou agora revendo minha posição
em acompanhar o Sindicato.
O fato é que foi criado o “Forum Petros”, onde se juntaram
FUP, FNP, Aepet, Federação dos Marítimos e várias associações de aposentados
petroleiros, para discutir os problemas da Petros. O principal deles é um rombo
fictício, já que não existe perícia que comprove o tal rombo.
Não sei se o mesmo acontece em todos os Fundos de Pensão das
Estatais ou em grande parte deles.
Então a Petros começou unilateralmente a descontar, no mínimo
13% dos salários dos petroleiros, ativos e aposentados, e por 18 anos.
Então todos os sindicatos de petroleiros, em nome dos
trabalhadores, entraram na Justiça, inclusive a Aepet, e ganhamos várias
liminares que suspenderam os descontos.
Entretanto o presidente do STJ, ministro João Otávio de
Noronha, em decisão monocrática, cassou todas as liminares e impediu novas
ações (1).
Agora o Fundo Petros, do qual fazem parte FUP, FNP e Aepet
querem convalidar esse desconto, denominado PED (Plano de Equacionamento
de Déficit). Sendo que, ao aceitar essa proposta, os sindicatos não
poderão mais questionar esses descontos em ação coletiva, somente cabendo ações
individuais.
Essa história de corrupção nos fundos de pensão, inclusive na
Petros, é a mesma na Petrobrás. Na verdade, usam o engodo do tal combate à
corrupção para destruir as grandes empresas brasileiras e seus trabalhadores,
privilegiando as multinacionais.
Na Petrobrás essa manobra foi encabeçada pela lava Jato,
chefiada então pelo juiz Sérgio Moro, e nos fundos de pensão pela operação
Greenfield.
Basta verificar que, enquanto os petroleiros, ativos e
aposentados, estão adoecendo, muitos se suicidando, por conta principalmente
dos descontos e da pecha de corruptos, os principais ladrões da Petrobrás,
presos pela Lava Jato, estranhamente estão em suas casas, verdadeiros clubes de
lazer construídos com dinheiro da roubalheira (3).
Dentre eles, o ex-diretor Paulo Roberto Costa; o
ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado; o tesoureiro do PMDB, Fernando
Baiano, e o doleiro Alberto Youssef (2).
Outro protegido é Paulo Guedes, que, enquanto ainda era
assessor de Bolsonaro, formou uma quadrilha junto com seu assessor, Esteves
Colnago e outros, dando rombo de R$ 6.5 BI nos fundos de pensão das estatais,
inclusive na Petros.
Mesmo depois disso, com as bênçãos da Lava Jato e da
Greenfied, Paulo Guedes foi alçado a ministro da Economia de Bolsonaro, não foi
preso e nem está pagando pelo rombo que realmente deu (4,5).
Já os petroleiros, ativos e aposentados, mesmo sem nunca terem
sido gestores da Petros, estão pagando pelo rombo que não deram.
Vale lembrar que a Lava Jato, então chefiada pelo juiz Sérgio
Moro, prendeu 20 pessoas por suspeita de superfaturamento nas obras de
construção da sede da Petrobrás na Bahia, com dinheiro da Petros (6). Segundo a
própria Lava Jato, trata-se somente de suspeita, mas mesmo assim prendeu e
acusa a direção do PT (6). Na legislação brasileira, todo cidadão é inocente
até que se prove o contrário.
A FT Greenfield protocolou nova denúncia contra 29 pessoas
responsáveis pela gestão dos fundos de pensão Petros, Funcef, Previ e Valia.
Elas são acusadas de gestão temerária na aprovação de
investimento no Fundo de Investimentos e Participações (FIP) Sondas – veículo
de investimentos da empresa Sete Brasil Participações.
Entre os acusados na Petros estão companheiros da
FUP/FNP/Aepet. Esses companheiros são inocentes, até que se prove o
contrário.
A Lava Jato e Greenfield, que criminalizam os trabalhadores
ligados aos fundos de pensão, denunciando e prendendo sem provas, é a mesma que
se omite criminosamente em relação ao ministro Paulo Guedes.
E o pior, Paulo Guedes roubou o fundo de pensão dos
trabalhadores e, com a privatização, vai tirar ainda seus empregos, como fez na
BR Distribuidora.
Jamais colocaria em dúvida a idoneidade da FUP/FNP e Aepet,
mas apoiar o PED, seja ele assassino ou não, é um erro, creio.
A toda hora, a direção da Empresa age criminosamente e
unilateralmente, como na BR Distribuidora, onde os
trabalhadores são obrigados a aceitar a diminuição dos salários, caso contrário,
são demitidos (7).
Se a direção Petrobrás/Petros, por conta de rombo, quer punir
os petroleiros ativos e aposentados, sem qualquer prova, que o faça
unilateralmente, mas sabendo do nosso protesto, ou seja, a FUP, FNP e Aepet não
podem concordar com isso.
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Rio de Janeiro 05 de março de 2020.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do
Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da
FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,
sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo,
JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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