por Emanuel Cancella

Bolsonaro falou, ao vivo, na Band, hoje, dia 05, na porta do
Palácio Alvorada e gastou 90% do discurso falando da briga com o
ex-ministro Sergio Moro.
Com total desprezo pela vida dos brasileiros que estão
morrendo por causa do Covid-19, Bolsonaro, no pouco que falou da pandemia,
disse que os números de mortos e infectados estariam caindo, quando, na
realidade, o Brasil hoje, dia 5, bateu um triste recorde de 600 mortos em 24
horas.
No total, o país alcançou 114.715 casos oficiais, com 6.935
diagnósticos entre ontem e hoje, segundo os dados mais recentes da pasta (1).
E o pior, falta tudo para atender a população: profissionais
de saúde, respiradores, teste rápido e vagas de internação para doentes em
estado grave. Pasmem! Até caixão para enterrar os mortos da epidemia está
faltando, como foi o caso de Manaus.
Bolsonaro, ao invés de procurar meios de atender a população,
muito pelo contrário, já participou de vários atos contra o isolamento social,
principalmente para atacar o STF e o parlamento.
E o ministro da Saúde, Nelson Teich, mais parece
um funcionário de funerária com declarações estapafúrdias que agridem a
dignidade humana.
Como no vídeo-conferência com empresários da Saúde, no início
do mês, quando novo ministro Saúde, Nelson Teich, criticou a compra de
respiradores, falando que era um investimento desnecessário e questionando o
que iria se fazer depois com eles(2).
O ministro da Saúde, Nelson Teich, em coletiva de imprensa,
disse que é possível que o Brasil chegue a confirmar 1.000 mortes por dia, em
decorrência do Coronavírus, caso a pandemia cresça nos próximos dias (3).
Talvez por isso o ministro não tenha feito nada, pois, na visão do ministro,
estamos “só” com 600 mortes, ele acha pouco.
Teich falou também em escolher entre tratar idosos ou
adolescentes por recursos limitados. Essa afirmação ocorreu em painel, no 9º
Fórum de Oncoguia, em abril do ano passado (4).
Lula e Dilma deixaram US$ 380 BI em reservas cambias (5). O
governo Bolsonaro já torrou mais de US$ 42 BI para segurar, em vão, a subida da
cotação do dólar (6). E esse dinheiro foi para os rentistas, principalmente os
banqueiros, mas quando chega na hora de gastar para salvar vidas de brasileiro
o ministro fala em recursos limitados.
O ministro de Bolsonaro da Economia, Paulo Guedes é
banqueiro, fundador do banco Pactual. E, diga-se de
passagem, conseguiu o status de banqueiro participando da reforma da
Previdência no Chile. Guedes chegou a comparar o Chile à Suíça (8).
Na Reforma da Previdência no Brasil, Paulo Guedes usou como
modelo a do Chile, sendo que, na verdade, lá os aposentados são recordistas em
suicídio (9). Será que o Brasil vai tirar esse triste recorde do Chile?
Se com a participação na reforma da Previdência do Chile,
Paulo Guedes fundou um banco, no Brasil, Paulo Guedes montou uma quadrilha com
seu assessor Esteves Colnago e outros, e assim deu um rombo de R$ 6.5 BI nos
fundos de pensão das estatais, inclusive a Petros (10,11).
Agora os petroleiros ativos e aposentados passaram a ser
obrigados a pagar por um rombo que não cometeram na Petros. Isso com no mínimo
13% de seus salários, e por 18 anos, agora transformado em pagamento vitalício,
assim muitos aposentados petroleiros já morreram indignados. Lembrando que
esses petroleiros nunca administraram a Petros e também não houve uma aditoria
que comprove o rombo.
E Paulo Guedes, quem realmente deu desfalque nos fundos de
pensão, inclusive na Petros, não sofreu nenhuma punição e nem paga pelo rombo,
muito pelo contrário, ganhou até o ministério da Economia de
Bolsonaro.
Enquanto os petroleiros perdem seus salários, daqui a pouco
Paulo Guedes abre outro banco.
Vale lembrar a Bolsonaro e seus ministros:
Art. 9 do Estatuto do Idoso - Lei 10741/03
Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a
proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas
que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
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5 - https://exame.abril.com.br/economia/pais-discute-o-que-fazer-com-us-380-bi-em-reservas-cambiais/
Rio de Janeiro 05 de maio de 2020.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da
FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,
sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em:
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OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo,
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