terça-feira, 28 de abril de 2020

O preço do petróleo negativo de Trump criou o ambiente para entrega do pré-sal e crise na Venezuela!


por Emanuel Cancella

Petrobras conquista o 4º Oscar da indústria do petróleo mesmo em ...


Acredite se quiser, no dia 20/04/20, o preço do petróleo atinge valor negativo, pela 1ª vez nos EUA (2). Sete dias depois, dia 27/04/20 o preço fechou o dia em US$ 19,99 o barril (1).

Ainda não está claro, porém, se a queda chegará aos consumidores, diz a matéria. Lógico que, no Brasil, não chegou, sendo que a Petrobras nas refinarias cortou o preço da gasolina em 9,5%; diesel cai 6,5%, vamos ver se os preços vão cair nos postos de gasolina? Isso é muito pouco para  petróleo com valor negativo!

No Brasil, a ANP, com amplo apoio do governo e da mídia coorporativa, considera que o mega leilão do pré-sal foi um fracasso. Pasmem!, Isto porque a Petrobrás saiu vencedora (6, a 8). E não podemos esquecer que em 2015 no ano que a Petrobrás ganhou em Houston, nos EUA o equivalente ao “Oscar” da indústria do petróleo a  Globo lançou em editorial: “O pré-sal pode ser patrimônio inútil” (11).

Mas Bolsonaro não desistiu de entregar o pré-sal, assim ele  já se prepara para mudar a lei de partilha de Lula, para a de concessão de FHC, facilitando assim a entrega nosso pré-sal aos gringos (3).   

E o ministro da Economia, Paulo Guedes, mostrou simpatia e quer aplicar, nos próximos leilões de petróleo e gás, a lei do senador tucano José Serra.  

Para quem não sabe, Serra que disputava a eleição com Dilma, foi denunciado, em 2009, pelo Wikleaks, quando prometia vantagens à petroleira americana Chevron, em prejuízo da Petrobrás. Serra perdeu a eleição e não pode cumprir a promessa (4).

Assim, com certeza, para se apoderar de nosso petróleo os golístas então viram a necessidade de derrubar a Dilma, tanto que, logo depois de sua saída, em 2016, José Serra  aprovou a lei 4567/16 com tudo que o tinha prometido à Chevron (5).

A lei entreguista de Serra acaba, no pré-sal, com aquilo que previa a Lei 12.351/10, de Lula,  que instituiu o regime de partilha, e que prevê a participação da Petrobras em todos os consórcios de exploração de blocos licitados na área do pré-sal, com um mínimo de 30% e na qualidade de operadora.

E pela lei de Partilha, a Petrobrás seria operadora de todos os campos do pré-sal e também seria responsável pela condução da execução direta ou indireta de todas as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento, produção e desativação das instalações (5).

Quem desenvolveu tecnologia inédita no mundo, que permitiu a descoberta do pré-sal, foram os petroleiros. A Petrobrás, por conta disso, ganhou pela 3ª vez o premio OTC, considerado o “Oscar” da indústria do petróleo (12).
Graças a essa tecnologia, o custo de produção do pré-sal está em US$ 5, ou seja, mesmo a US$ 12 o barril, existe uma margem considerável de lucro (9).

Assim, o que não podemos aceitar é que, enganando a sociedade dizendo combater a corrupção, na verdade,  de forma absurda e criminosa, o governo e a Justiça entreguem aos gringos o nosso pré-sal. Que botemos na cadeia todos os corruptos e corruptores, mas salvemos nosso patrimônio!.

Jair Bolsonaro disse, quando deputado, em fuzilar FHC, por entregar nossas estatais e as reservas petrolíferas, entretanto, hoje presidente, faz pior (10).

Lembrando que o pré-sal é a maior descoberta petrolífera no mundo contemporâneo e já responde por mais da metade da produção nacional de petróleo (13). E pela lei de Partilha, os royalties do pré-sal,  75% vão para educação e 25% para saúde.

No modelo de privatizar tudo, como pretende Bolsonaro e Paulo Guedes, e considerando o preço do petróleo negativo, como decretou Donald Trump, isso na verdade quer dizer que qualquer valor que os gringos paguem pelo  pré-sal seria lucro. Imagine se algum país soberano vai cair nessa esparrela de Trump e entregar seu petróleo?

E não é só o pré-sal que Trump quer, pois com o preço negativo do petróleo, cria-se assim uma situação de falência na Venezuela, cujo único produto exportável é o petróleo, inclusive para os EUA.

Mais que nunca, temos que levantar bem alto a bandeira do pré-sal, nosso passaporte do futuro!


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Rio de Janeiro 28 de abril  de 2020.

 Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em:

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

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