por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=yZEAzwrThpI

O juiz Sérgio Moro, ex-chefe da Lava Jato, prendeu Lula sem
provas numa jogada de mestre para beneficiar Bolsonaro. Lula, segundo pesquisa
do Ibope, ganharia a eleição no 1º turno (1).
Mesmo assim Fernando Haddad, que substituiu Lula como
candidato do PT, vinha tendo uma ascensão fulminante com poucos dias de
campanha.
E aí Moro disparou a chamada bala de prata, quando vazou para
mídia a delação premiada de Antônio Palocci, já rejeitada pelo MPF por falta de
provas, a 6 dias da eleição (2).
O vazamento criminoso da delação de Palocci teve um resultado
espetacular na campanha de Bolsonaro e desastrosa na campanha de Haddad do PT.
Assim Bolsonaro se consolidou como líder no 1º turno e várias
candidaturas do PT sofreram perdas irreparáveis entre elas a de Dilma, que
tinha, segundo as pesquisas, uma cadeira garantida no Senado por Minas Gerais,
e assim foi derrotada (5).
O PT denunciou a tramoia ao Conselho Nacional de Justiça –
CNJ, inclusive mostrando que ação de Moro foi premeditada visando assumir um
ministério no governo de Bolsonaro, inclusive cita até um encontro de Moro e o
vice de Bolsonaro, o general Hamilton Mourão:
"A revelação do general Hamilton Mourão é prova
testemunhal da relação entre o juiz Sérgio Fernando Moro e o então candidato
Jair Bolsonaro. Uma relação que operou uma 'troca de favores” (4).
Mas não foi a primeira vez que o PT sofreu um revés em
eleição pela Lava Jato. Na reeleição de Dilma, às vésperas da eleição, veio da
Lava Jato, então chefiada por Moro, a denúncia fajuta de que Lula e Dilma
sabiam da corrupção na Petrobrás.
A farsa foi capa da revista Veja e replicada pelo Jornal
Nacional da Globo. O advogado Antônio Figueiredo Basto negou que seu cliente,
Alberto Youssef tivesse dado qualquer depoimento dizendo que Lula e Dilma
sabiam da corrupção na Petrobrás: “Conversei com todos da minha equipe e nenhum
fala isso. Estamos perplexos e desconhecemos o que está acontecendo”(7).
Apesar de o TSE ter proibido a divulgação dessa farsa, nem a
Veja, nem o JN da Globo ou a Lava Jato foram sequer advertidos (6).
Mesmo assim Dilma se reelegeu e nada aconteceu com a Veja,
Globo e a Lava Jato.
E agora, em 2018, Moro novamente, e com certeza da
impunidade, além de prender Lula sem provas ainda vaza para a mídia a delação
de Palocci, proibida pelo MPF por falta de provas. E pelos serviços prestados
vai ser ministro da Justiça de Bolsonaro.
Moro, ao chegar ao governo de transição de Bolsonaro, deparou
com o imbróglio de seu colega de ministério, Onyx Lorenzoni, réu confesso em
caixa dois. Moro, nos EUA havia dito à imprensa, que caixa dois é pior que
corrupção, mas com relação a Onyx disse: “ Ele já reconheceu e pediu
desculpas” (8,9).
Agora assistimos à desmoralização de nossas instituições com
o caso do Queiroz, assessor e motorista do filho de Bolsonaro. Queiroz foi
denunciado pelo Coaf que operou 172 movimentações em sua conta em um ano num
total de R$ 1.2 milhões. Numa dessas movimentações depositou R$ 24 mil na conta
da futura primeira dama, Michelle Bolsonaro. A sociedade, dentre outras coisas,
quer saber de onde vem esse dinheiro que alimenta a conta do Queiroz.
Ontem, 26, Queiroz, que continua foragido, deu uma entrevista
exclusiva ao SBT, mesmo antes de seu depoimento ao MPF. A entrevista de
Queiroz, além de não esclarecer nada, colocou mais lenha na fogueira.
E Lava Jato, que oficialmente não é mais chefiada por Moro,
está calada. Nada de prisão, busca no apartamento do Queiroz ou vazamento de
depoimento para mídia.
E o Queiroz que está foragido e faltou a duas audiências ao
Ministério Público alegando problema de saúde, mas deu entrevista ao SBT
aparentando aspecto saudável.
Hoje o MP do Rio solta uma nota e onde se imaginava que
criticaria o Queiroz, muito pelo contrário, o MP disse que o depoimento de
Queiroz vai ser só depois da cirurgia (10). Pergunta que não quer calar:
enquanto isso ele continua foragido e poderá dar novas entrevistas?
Tudo leva a crer que a Lava Jato, que nunca prendeu ou vazou
depoimento de tucanos, agora estendeu esses mesmos serviços ao governo
Bolsonaro! .
6 - https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/tse-proibe-editora-de-divulgar-capa-de-veja/
8 - https://www.revistaforum.com.br/sobre-caixa-2-de-onyx-moro-disse-ele-ja-admitiu-e-pediu-desculpas/
10
- https://www.brasil247.com/pt/247/sudeste/378716/MP-do-Rio-diz-que-Queiroz-est%C3%A1-doente-e-s%C3%B3-precisar%C3%A1-depor-ap%C3%B3s-cirurgia.htm
Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 2018.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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