segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Entregar o pré-sal é burrice ou corrupção!


por Emanuel Cancella

Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=NKkXDD949BU

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Quem conhece um pouco sobre a geopolítica do petróleo, fica preocupado com o destino do pré-sal, considerando que Bolsonaro pai e o filho  Eduardo votaram, no Congresso Nacional, a favor da entrega de 70% de toda bacia petrolífera (1). 

A lei da Partilha 12.351/10 do governo Lula, além de  garantir o mínimo de 30% de cada campo do pré-sal para a Petrobrás, também legisla que a União pode repassar para a Petrobrás, integralmente, o campo do pré-sal, quando houver o interesse nacional. 

Dilma, por exemplo, realizou o leilão de Libra, no qual a Petrobrás ficou com 40%. Logo depois repassou, direto e integralmente, para a Petrobrás, a chamada cessão onerosa, com volume de hidrocarboneto maior que o campo de Libra, algo em torno de 5 BI de barris de Petróleo, que já se sabe que possui muito mais (2). 

Essa lei a Partilha garantia uma série de vantagens ao país, tais como: Petrobrás operadora de todos os campos do pré-sal. Por esse dispositivo, entre outras vantagens, é da União o controle da produção dos campos, para garantir royalties de 75% para educação e 25% para saúde, por exemplo.

 Na lei de Partilha estava garantido o Conteúdo Local que obrigava os operadores Petrobrás ou concorrentes a contratar, no Brasil, a maioria dos insumos necessários na indústria do petróleo. Isso inclui bombas, motores válvulas, mas principalmente navios e plataformas.

 No governo entreguista de MiShell Temer, navios e plataformas já estão sendo construídos no exterior gerando emprego e renda para os gringos.
Tudo isso relativo à lei de Partilha foi colocado em cheque pela lei entreguista do senador tucano José Serra.

Serra conseguiu mudar a lei mesmo tendo sido denunciado pelo Wikileaks trocando informações com a petroleira estadunidense, Chevron, quando era candidato tucano à presidência, e prometia favores à Chevron em prejuízo da Petrobrás.

Serra perdeu a eleição, mas depois do impeachment de Dilma, ou seja, na vigência do golpe, articulou e aprovou a lei 4567/16 que, em resumo, é a promessa entreguista que fizera à Chevron (3,4).      
 Bolsonaro e Temer já queriam, dois dias após eleição, colocar à venda o pré-sal (2).

 Toda a humanidade sabe que o petróleo é disputado com guerras ou através de golpes, derrubando governos legítimos. Não temos dúvidas de que o afastamento de Dilma do governo tinha o pré-sal como principal objetivo.

 A Venezuela, que possui a maior reserva de petróleo, ultrapassando a Arábia Saudita,  é permanentemente alvo de golpes por parte dos EUA, visando à derrubada do governo para se apossar dessas reservas. Hugo Chavéz chegou a ser afastado do governo através de um golpe por 47 horas (6).     E o sucessor de Cháves, Nicolás Maduro, é alvo permanente de tentativas golpistas financiados pelos EUA. 

O pré-sal é o filho pródigo da campanha “O Petróleo é Nosso!” nossa maior campanha cívica, nas décadas de 40 e 50. Participaram dessa campanha, civis e militares, comunistas e conservadores, estudantes e movimentos sociais. O pré-sal não pertence somente a nossa geração é propriedade de nossos filhos e netos. 

Esperamos que os militares que não são poucos no governo de Bolsonaro, sejam nacionalistas, e impeçam o crime lesa-pátria que é a entrega do nosso pré-sal.       
  

Rio de Janeiro, 05 de novembro de 2018.
 Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

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