O Globo quer transferir a falta d’água
de São Paulo para o Rio
Quem não conhece a Rede Globo, poderia
pensar que sua preocupação seria a urgência de se preservar nossos recursos
hídricos, quando passa a série de reportagem sobre o desperdício da água e a
necessidade de se poupar água potável no Rio de Janeiro. Mas se fosse assim não
excluiria, de forma alguma, São Paulo, onde já existe a falta d’água, e de
forma calamitosa. Na verdade, a verdadeira intenção da emissora é
transferir para o Rio a falta d’água de São Paulo, ou pelo menos fazer a
sociedade acreditar nessa mentira deslavada, para livrar a alcunha de
incompetência do PSDB.
Segundo a Agência Brasil de 10/11: “
(...) Cedae descarta risco de falta de água na região metropolitana do Rio...A
Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) informou hoje (10) que não há
risco de falta de água na região metropolitana do Rio de Janeiro, apesar da
estiagem que provocou a queda do nível dos reservatórios do Rio Paraíba do Sul.
Na quarta-feira (5), a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) enviou à Agência
Nacional de Águas (ANA) um ofício no qual mostra a preocupação com o
abastecimento das regiões atendidas pelo rio, entre elas a metropolitana... O
que existe são algumas regiões do estado, abastecidas por mananciais locais,
que podem ter o abastecimento prejudicado se não chover nos próximos 30 dias,
que é um fenômeno comum em períodos de estiagem”.
Já São Paulo está faltando água, apesar
do ridículo prêmio hídrico recebido pelo governador Geraldo Alckmin, em baixo
de vaia. Aliás, esse prêmio é uma afronta aos paulistas sem água! Não adianta
engavetar os documentos da Sabesp por 25 anos, pois as torneiras secas já
mostram a que veio o Alkmin!
Já o governo do PT, no nordeste para
combater a seca, instalou milhões de cisternas para captar água da chuva. Não
por acaso o nordeste é a região que mais cresce no país!
Segundo Beto Macário/UOL: ”.
(..) Existe uma cisterna em frente ou ao lado de quase toda casa no
interior do Nordeste. Esse tipo de reservatório coberto, feito de placas de
cimento ou de plástico, é ligado à calha do telhado da casa por meio de tubos e
é usado para captar água da chuva. Nos últimos 12 anos, foram instaladas mais
de 1,1 milhão de cisternas no semiárido brasileiro, segundo o MDS (Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome)”.
Sem contar que está terminando a obra
da transposição do Rio São Francisco que estava no papel há cerca de
um século, e no governo do PT foi posto em execução. Segundo o Diário de
Pernambuco de 11/08/15: “( ..) O final da obra está previsto para 2017...Os
dois eixos do Projeto de Integração do Rio São Francisco tem 477 quilômetros de
extensão, sendo 260 quilômetros no Eixo Norte e 217 quilômetros no Eixo Leste.
A obra está com um total de 76,7% de execução, segundo o ministério, a previsão
de chegar a 78% neste mês. Do orçamento total de R$ 8,2 bilhões, mais de R$ 6,5
bilhões já foram aplicados, sendo R$ 1 bilhão liberado somente neste ano pela
pasta (...)”, Não é à toa que a região Nordeste cresceu 3,7% em 2014 e é
a que mais cresce no país.
O fenômeno da seca do Nordeste, que
levou milhões de nordestinos a migrar para São Paulo, está sendo superado. A
melhora no abastecimento de água e o alto crescimento do PIB da Região podem
levar os nordestinos de volta à região de origem.
A mídia, e principalmente o Globo, que
esconde a falta d’água de São Paulo, contribuiu, com sua omissão, pela
reeleição do governador Geraldo Alckmin em primeiro turno. Aliás, continuam
omitindo para poupar o PSDB, que representa, juntamente com a Globo, as classes
abastadas deste país e não admitem mudanças que favorecem o povo.
Agora a Globo e o PSDB, juntos,
trabalham pelo impeachment de Dilma do PT, e não é a toa que o nordeste
responde na própria Globo: “Impitman é meu zovo! “.
Rio de Janeiro, 23 de outubro de
2015
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
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