Estadão confirma: Lava Jato é braço do PSDB!

Estadão confirma: Lava Jato é braço do PSDB!

Respeito as pessoas que acreditam que o Lava jato não seja o braço político do PSDB, assim como respeito homens e mulheres  que, em caso de flagrante adultério doméstico, trocam o colchão da cama como solução. São dignas essas pessoas que consideram Sérgio Moro chefe da operação Lava Jato um herói, porque em sua inocência, induzida principalmente pela mídia, acreditam sinceridade que o Lava Jato vai chegar aos tucanos.

Eu respondo a esses brasileiros não é só minha opinião, mas basta que se analise a experiência com o mensalão para concluirmos que a operação Lava jato não chegará nunca aos tucanos, já que o mensalão prendeu parlamentares do PT e de outros partidos, e sequer nem julgou o mensalão tucano, que está prescrevendo sem julgamento. E o mensalão tucano foi anterior ao do PT!

E o chefe da operação Lava Jato, Sérgio Moro também participou do mensalão, como assistente da ministra Rosa Weber. E foi dele o parecer que levou o ministro José Dirceu do PT para a cadeia. O parecer que para muitos juristas é inconsistente: “Não tenho prova cabal contra Dirceu- mas vou condená-lo porque a literatura jurídica permite”. Se juridicamente foi pobre o parecer, politicamente prender o primeiro homem do PT na sucessão de Lula foi precioso para o PSDB.

Dizer como o Estadão de 14/10, “ Por Dilma, Lula aciona PT em busca de acordo para salvar mandato de Cunha”, lula estaria articulando a salvação da Dilma e do Eduardo Cunha o que é uma grande falácia. Pois Eduardo Cunha, creio, nem Jesus Cristo, que ele dizia adorar, pode salvá-lo, pois Cristo, em sua imensurável bondade não iria defender Cunha, presidente da Câmara. Faltou ao estadão  sinceridade, de que nunca teve, de dizer que só o PSDB ainda defende Cunha por motivos levianos.  

Já a presidente Dilma, que muitos julgam incompetente ( o que faz parte do jogo democrático) porém, Dilma é ficha limpa, foi eleita pela maioria do povo brasileiro e tem respaldo da Constituição Federal para governar. O julgamento de Dilma para valer vai ser ao final de seu mandato. Tirar Dilma do governo, como pensa o quase defenestrado Eduardo Cunha, junto com a camarilha do PSDB, é golpe, e não tenho dúvida de que a sociedade vai responder a essa agressão.

Quando alguém faz qualquer crítica ao Lava Jato já recebe a pecha de querer proteger os políticos corruptos. Muito pelo contrário, a maioria das pessoas com quem converso, sobre o tema, acha que o Lava jato tem que continuar, inclusive com reforço para agilizar as investigações, mas que atinja todos, independente de partido. Agora a crítica que se faz ao Lava jato é que funciona como o DOPS durante a ditadura, prendendo os acusados até que colaborem com a justiça através das delações premiadas.

O problema é que as delações contra os outros partidos e principalmente contra o PT valem e vazam, como no caso da mentira de que Lula e Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás, e a do Fernando baiano, operador do PMDB, que disse, sem apresentar nenhuma prova, que pagou as contas do Filho de Lula. Entretanto a delação contra o PSDB como a de  que Aécio Neves controlava uma diretoria em Furnas da qual recebia mensalão através de sua irmã; a delação que Antonio Anastasia, senador tucano, recebeu um milhão em reais em propina, por intermédio do policial federal, conhecido como “Careca”; ou ainda da corrupção na era FHC na Petrobras, nada disso resulta em prisão nem vaza para a imprensa!

Para que não reste nenhuma dúvida de que o lava Jato é braço do PSDB fica a notícia estampada no Estadão: “Delegados da Lava Jato exaltam Aécio e atacam PT na rede”.

De resto as pessoas vão continuar a acreditar e é legitimo que a troca do colchão resolve o problema da infidelidade; que a Lava Jato vai atingir os tucanos e que Eduardo Cunha é como ele mesmo se intitula inocente.

Rio de Janeiro, 19 outubro de 2015 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

               

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

http://emanuelcancella.blogspot.com.