por Emanuel Cancella
O papo rolou na academia de ginática que freqüento. Só ouvi,
não dei pitaco na hora, mas me estimulou o tema sobre o qual escrevo. Primeiro
temos que saber se esse escândalo foi investigado ou não. Não sou
historiador, mas me arrisco a falar dos escândalos no Brasil e no mundo
contemporâneo. Na academia foi citado o Petrolão como o maior do mundo. Creio
que essa conclusão seja por conta da mídia brasileira, que foca na corrupção na
Petrobrás a todo instante.
Mas como os números não mentem jamais, não tenho dúvida de que
o maior escândalo de corrupção do mundo foi a quebradeira americana em 2008, conhecido
como a “Bolha imobiliária”, que fez o governo americano injetar cerca de U$ 7
trilhões de dinheiro público em empresas privadas. Os EUA jogaram no lixo
aqueles manuais que pregam ao mundo que mercado se basta e resolve todos os
problemas e foram lá salvar as empresas privadas com dinheiro do contribuinte. E ainda continua,
nos EUA, um silêncio total sobre o escândalos. Ninguém sabe ninguém viu! Com
certeza para preservar a imagem das empresas, salvar os empregos e recuperar o
mais breve a economia.
No Brasil, pelo contrário, a mídia e a oposição tentam
enlamear, o tempo todo, a imagem da Petrobrás, inclusive a prisão dos
executivos das empresas é transmitida ao vivo.
Vale lembrar que nenhuma empresa americana, GM, Citybank por
exemplo, tem a importância para o país como a Petrobrás tem para o Brasil. A
Petrobrás além de abastecer o país há 62 anos de derivados de petróleo, financia,
sozinha, com os impostos que paga, 80% das principais obras do país contidas no
PAC. E o Brasil é o 2º parque de obras do mundo só perdendo para a China. Talvez
por isso a oposição irresponsável queira paralisar a empresa!
Os EUA em 2008, aplicaram os contratos de Leniência que eles
mesmos criaram para manter as empresas envolvidas nos escândalos de corrupção funcionando,
preservando assim os empregos e não
prejudicando a economia do país. Aqui, nossos “paladinos da moral e da honestidade”,
capitaneados pelo chefe da operação Lava Jato, juiz Sérgio Moro, que inclusive
estudou nos EUA, contradizem-se sobre os contratos de Leniência. Moro se diz a
favor e a Força Tarefa que compõe a operação é contra. Resultado: a Petrobrás
está parando!
Obras paralisadas como as duas refinarias do nordeste
(Maranhão e Ceará) que nos dariam a autossuficiência no refino de petróleo; o
Comperj, o setor mais lucrativo do setor petróleo, com projeto reduzido
excluindo justamente o petroquímico; estaleiros fechando, fornecedores
suspendendo a produção voltada para a indústria de petróleo e milhares de
trabalhadores perdendo seus empregos.
Se a economia brasileira está ladeira abaixo, as finanças da família
de Sérgio Moro vão bem obrigado, esse juiz, federal de 1ª instância, recebe 77
mil de salário, o dobro do que recebe um ministro do STF; além disso, não sabemos quanto recebe, e não
deve ser pouco, sua mulher; que advoga para o PSDB e para empresas petroleiras estrangeiras
concorrentes diretas da Petrobrás.
Mas voltando à história dos escândalos: creio que o maior escândalo
de corrupção no Brasil que não foi investigada foi a “Privataria Tucana”,
inclusive virou livro. Empresas como a Vale do Rio Doce, Usiminas, CSN, a
Embratel e o monopólio estatal do petróleo, da cabotagem entre outros, tudo
isso foi doado a empresários nacionais e internacionais e houve até ações entre
amigos nessas privatizações.
Há outros escândalos muito maiores que o Petrolão cujas
punições vão ficar só no imaginário, pois ou não são investigados ou correm em
sigilo de justiça, como o Zelotes, Swissileaks, Trensalão, Fifa e a sonegação da
Globo no Imposto de Renda da transmissão da Copa do Mundo de 2002.
Esses entreguistas enganam o povo afirmando que a corrupção
na Petrobrás é grande, na verdade eles só querem mesmo é desmoralizar a empresa
e enfraquecer o governo federal, viabilizando assim a entrega de nosso pré-sal
aos gringos, inclusive tramita agora no senado a PL 131, do senador do PSDB,
José Serra, passando para a mão dos estrangeiros nosso ouro negro.
Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
Rio de Janeiro, 01 de setembro de
2015
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
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