por Emanuel Cancella
As investigações do Petrolão comprovam o dito popular “que não tem
almoço de graça”. Essa investigação na Petrobrás já tem mais de um ano e meio. Pena
que a Justiça, o Ministério Público e a Policia Federal não estendam a investigação para escândalos até
de maior monta como o Swssileaks, Zelotes, Trensalão e escândalo da Fifa.
O PSDB saiu do mensalão ileso, pois os tucanos não foram julgados e
os crimes estão prescrevendo. Com o agravante de que o mensalão tucano foi
anterior ao do PT. No lava Jato, não só os parlamentares tucanos estão
blindados mas também o governo do PSDB de Fernando Henrique Cardoso, apesar de
inúmeras citações nas delações premiadas.
Chama atenção que o juiz Sérgio Moro, que chefia a operação Lava Jato,
estava também no mensalão, como assistente da ministra Rosa Weber. E Moro não
foi um número, foi dele o parecer sobre José Dirceu que resultou em sua prisão:
“Não
tenho prova cabal contra
Dirceu – mas vou condená-lo
porque a literatura jurídica me
permite”.
Quanto custa a blindagem
da Lava Jato ao PSDB? Será por conta da política, já que os delegados da
operação fizeram campanha para Aécio Neves, do PSDB e, através de um blog,
chamaram Lula e Dilma de anta?
O PSDB foi blindado no
mensalão e agora no Lava Jato a troco de quê? O juiz Sérgio Moro não tem voto
de pobreza, como o ex-senador Pedro Simon do PMDB/RS, tanto que ganha salário
de R$ 77 mil, o dobro de um ministro do STF. E a família Moro parece não se
preocupar com as aparências, tanto que sua esposa, a advogada Rosangela Moro,
trabalha para o PSDB e também para empresas petroleiras estrangeiras, justamente
os maiores beneficiados por essa operação. Alguém pode achar que esse seria o
preço da blindagem do PSDB e também tachar de antiético a mulher de Moro
trabalhar para concorrente da Petrobrás que é investigada pelo seu marido.
Se não sabemos o preço pago
pelo PSDB para a blindagem no Lava Jato, para o país está saindo muito caro! Um
desgaste fenomenal para aqueles da OAB, os juízes, procuradores e policias
federais que compõem a reserva moral desse país.
Milhares de trabalhadores
já perderam seus empregos e outros tantos vão perder porque o Lava Jato é
contra os contratos de leniência, que
permitiria que a empresa investigada continuasse a operar normalmente, enquanto
os administradores continuem a responder na justiça, para que não haja demissão
de trabalhadores, aliás, foi isso que fizeram os EUA, na crise econômica de
2008, além de injetar US$ 7 trilhões de
dinheiro público em empresas privadas na economia, evitando desemprego e
conservando assim a imagem de suas empresas como a GM e o Citybank. Aqui parece
que se divertem jogando lama na Petrobrás e desempregando trabalhadores.
Veja sobre o tema o que
disse a Folha de 05/04/15 o procurador da lava Jato, Carlos Fernando Lima
: “A CGU foi feita para controlar
corrupção de funcionários públicos, não para ser a salvadora do emprego. Se o
governo quer criar um Proer, que faça no lugar certo, que é o Congresso.”
Na verdade, o Lava Jato
usa o discurso de acabar com a corrupção, mas faz isso de forma seletiva, pois
deixa de fora os maiores corruptos do Brasil, e vamos amargar, com as demissões, uma dívida
social sem precedentes em nossa história. Vale lembrar que o Brasil antes da
lava Jato estava próximo do pleno emprego!
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
Rio de Janeiro, 17 de setembro de 2015
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para
o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de
comunicação.
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