por Emanuel Cancella
Lava Jato quer ser mais eficiente que o sabão Omo, que diz
lavar mais branco. A diferença é que o Lava Jato não tira manchas: a mancha de
não ter denunciado os senadores tucanos citados em delação premiada, Aécio
Neves e Antonio Anastasia, e de não ter investigado a Petrobrás no governo de
Fernando Henrique Cardoso, citado também por vários delatores. E há outras
manchas que deixam perguntas sem respostas. O lava Jato, alegando que a
operação é exclusiva para investigar a Petrobrás, não investiga Furnas, onde
Aécio Neves controlava uma diretoria e recebia propina, através de sua irmã. Estranhamente
o Lava Jato foi investigar a Eletronuclear e denunciar o almirante Othon da Silva, justamente o cabeça do nosso submarino nuclear e do
desenvolvimento da energia nuclear no Brasil, a principal defesa do Brasil no
caso de o pré-sal ser atacado. Outra mancha da operação é de ter prendido só o
tesoureiro do PT, que foi citado em delação premiada, mas também foram citados
os partidos como o PSDB, PMDB, PP, PSB e o juiz Sérgio Moro não mandou prender tesoureiro
de nenhum outro partido. Uma mancha que passou despercebida da maioria da
sociedade e é daquelas sujeiras que exigem maior discernimento: saiu do Lava Jato
a denúncia mentirosa, às vésperas da eleição, de que Lula e Dilma sabiam da
corrupção na Petrobrás, essa farsa foi matéria de capa da Veja e de 15 minutos no
dia que antecedeu à votação, no Jornal Nacional, da Globo. A certeza da
impunidade do Lava jato é tão grande que eles, que contribuíram para tentar eleger
Aécio Neves, mas mesmo assim foram derrotados, agora querem julgar a eleição de
Dilma. Além dessas manchas, que os diferenciam do sabão Omo, tem o problema da
validade, o sabão tem data de validade, e o Lava Jato vai até quando, já tem
mais de um ano e meio? Vai até a destruição da Petrobrás, do PT de Lula e
Dilma?
Emanuel Cancella é
coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro
(Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
Rio de Janeiro, 08 de
setembro de 2015
OBS.: Artigo enviado
para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época
entre outros órgãos de comunicação.
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