por Emanuel Cancella
O
Brasil está longe de ser o país mais corrupto do mundo, até porque aqui nunca
existiram os “Paraísos Fiscais”, como os existentes ligados aos países ricos
como os EUA e Inglaterra, onde os maiores bandidos do mundo, como traficantes,
corruptos, mafiosos, etc. vão depositar suas fortunas. Também nunca o Brasil permitiu
o uso de contas numeradas de bancos que possibilitariam a lavagem de dinheiro.
E
agora, pela primeira vez, corruptos e corruptores estão indo para a cadeia e
seus bens estão sendo confiscados, como na Petrobrás, a maior empresa do país,
que está sendo investigada há mais de um ano pela operação Lava Jato. No
ranking mundial da Transparência Internacional, o Brasil é o 69º entre 175
países. Não devemos comemorar, mas estamos longe de ser o país mais corrupto.
Os
trabalhadores brasileiros, com certeza, são exemplos de correção e lisura
pagando seus impostos na fonte de rendimento. Se cometerem qualquer deslize na
declaração do imposto de renda, caem na malha fina da Receita e estão sujeito a punição. Sem contar que
recebem, de forma injusta, toda carga indireta nos preços dos produtos e na
contratação de serviços, nos quais os empresários repassam no preço final toda
a carga tributária.
Onde
estaria a sonegação e a corrupção no país? A Receita Federal aponta os
empresários e banqueiros como os maiores sonegadores de impostos no país, justamente os poderosos que vivem alardeando,
através da mídia, que a carga tributária do Brasil é a maior do mundo,
utilizando até mecanismo como o “Impostômetro”, aparelho que mede por minuto o
quanto os brasileiros pagam de imposto. Agora descobrimos onde está o filão da
corrupção, que envolve os grandes
empresários, inclusive os da área de comunicação, principalmente a Globo, que estão
envolvidos em escândalos como Swssleaks, com conta na Suíça, no banco HSBC,
para lavagem de dinheiro. E também o Zelotes, onde fiscais da receita corruptos
negociam “deságios” nas multas aplicadas a grandes empresas e grandes negócios.
São
aquelas multas, por exemplo, aplicadas pelo Procon, Ministério Público e
agências reguladoras por desrespeito ao consumidor ou pelos péssimos serviços
prestados, ou má qualidade dos produtos
e serviços? Pois é, essas multas agora descobrimos são para “inglês ver”.
No
padrão Fifa de corrupção, é um absurdo não investigar a Globo que sempre teve o
monopólio das transmissões esportivas. Resta saber se nossas instituições vão
apurar com rigor esses escândalos, principalmente o Swssleaks, o Zelote e a
Fifa, e aí, quem sabe poderemos melhorar no ranking da Transparência
Mundial?
Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
Rio de Janeiro, 19 de junho de 2015
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