por Emanuel Cancella
Na ótica do comércio e da política, o Brasil investiu bem em alguns
países. Podemos formar parcerias com a Venezuela que tem a maior reserva de
petróleo do planeta, passando a Arábia Saudita, e nós temos a melhor
tecnologia, nessa área, no mundo; como também em Cuba, no porto de Mariel, que,
por ser o mais próximo da Flórida, abre
para Cuba e o Brasil muitas oportunidades, principalmente depois do fim do
bloqueio econômico.
Mas o BNDES tem negócios em vários países da África, e em
todos os continentes, e no americano como Argentina, Equador, São Domingos e
República Dominicana. O Brasil hoje não é mais quintal dos EUA, com quem mantém
fartos laços, mas tem negócios com a China, Rússia, Oriente Médio e Europa ETC.
Não podemos nos esquecer que o BNDES além de atuar no
financiamento age também na área social, tendo em vista que os grandes e
pequenos empresários têm acesso à linha de crédito no Brasil atual.
Mas os que reclamam do BNDES de hoje, que também investe em
Cuba e na Venezuela, esquecem-se que o Brasil já foi roubado por Portugal,
Inglaterra e Holanda, que levaram nosso pau-brasil, borracha e metais preciosos.
Que fomos, durante séculos, quintal dos EUA o qual patrocinou até uma
intervenção militar no continente americano, sendo que no Brasil durou 21 anos.
Já Portugal, além de nos saquear, mandou para cá degradados, prisioneiros
diretamente da cadeia para povoar nosso país. E, não satisfeitos, esses países estão
tentando, de tudo que é jeito, levar nosso petróleo, seja através dos leilões
ou pela destruição da Petrobrás.
Vamos cobrar a conta de tudo que nos foi roubado pelos EUA
e Europa ou o nosso poder de crítica só
vai até Venezuela e Cuba? Cuba mandou para cá os médicos principalmente para
atender a população pobre. A Venezuela tem bastante petróleo e nos uma das melhores
tecnologia de petróleo no mundo. Vamos investir nos países pobres pois aí temos
reciprocidade. A historia da relação dos países em desenvolvimento e dos pobres
com os ricos é marcado por colonialismo, exploração e subserviência. Chega de
exploração!
Os que reclamam dos negócios do Brasil com Cuba e Venezuela
são os mesmos que gostariam de o Brasil continuar subalterno aos ditames dos
EUA e Europa, com o FMI impondo seus receituários neoliberais. Continuamos
ligados ao FMI, só que agora, ao invés de fazermos empréstimos, pagamos a conta
e hoje somos cotistas do Fundo.
Hoje o Brasil faz parte dos BRINCS, que além de criar um
banco mundial, possibilitou expansão de nossos negócios para além de EUA e
Europa. O Brasil de agora busca sua soberania, que inclui a liberdade de
negociar também com a Venezuela e Cuba!
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
Rio de Janeiro, 09 de
junho de 2015
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