terça-feira, 9 de junho de 2015

O Brasil, no passado, foi roubado pela Europa. Hoje, através do BNDES, financia entre outros países, Venezuela e Cuba

por Emanuel Cancella

Na ótica do comércio e da política, o Brasil investiu bem em alguns países. Podemos formar parcerias com a Venezuela que tem a maior reserva de petróleo do planeta, passando a Arábia Saudita, e nós temos a melhor tecnologia, nessa área, no mundo; como também em Cuba, no porto de Mariel, que, por ser o mais próximo da Flórida,  abre para Cuba e o Brasil muitas oportunidades, principalmente depois do fim do bloqueio econômico.
Mas o BNDES tem negócios em vários países da África, e em todos os continentes, e no americano como Argentina, Equador, São Domingos e República Dominicana. O Brasil hoje não é mais quintal dos EUA, com quem mantém fartos laços, mas tem negócios com a China, Rússia, Oriente Médio e Europa ETC.
Não podemos nos esquecer que o BNDES além de atuar no financiamento age também na área social, tendo em vista que os grandes e pequenos empresários têm acesso à linha de crédito no Brasil atual. 
Mas os que reclamam do BNDES de hoje, que também investe em Cuba e na Venezuela, esquecem-se que o Brasil já foi roubado por Portugal, Inglaterra e Holanda, que levaram nosso pau-brasil, borracha e metais preciosos. Que fomos, durante séculos, quintal dos EUA o qual patrocinou até uma intervenção militar no continente americano, sendo que no Brasil durou 21 anos. Já Portugal, além de nos saquear, mandou para cá degradados, prisioneiros diretamente da cadeia para povoar nosso país. E, não satisfeitos, esses países estão tentando, de tudo que é jeito, levar nosso petróleo, seja através dos leilões ou pela destruição da Petrobrás.
Vamos cobrar a conta de tudo que nos foi roubado pelos EUA e  Europa ou o nosso poder de crítica só vai até Venezuela e Cuba? Cuba mandou para cá os médicos principalmente para atender a população pobre. A Venezuela tem bastante petróleo e nos uma das melhores tecnologia de petróleo no mundo. Vamos investir nos países pobres pois aí temos reciprocidade. A historia da relação dos países em desenvolvimento e dos pobres com os ricos é marcado por colonialismo, exploração e subserviência. Chega de exploração!    
Os que reclamam dos negócios do Brasil com Cuba e Venezuela são os mesmos que gostariam de o Brasil continuar subalterno aos ditames dos EUA e Europa, com o FMI impondo seus receituários neoliberais. Continuamos ligados ao FMI, só que agora, ao invés de fazermos empréstimos, pagamos a conta e hoje somos cotistas do Fundo.
Hoje o Brasil faz parte dos BRINCS, que além de criar um banco mundial, possibilitou expansão de nossos negócios para além de EUA e Europa. O Brasil de agora busca sua soberania, que inclui a liberdade de negociar também com a Venezuela e Cuba!  

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

Rio de Janeiro, 09 de junho de 2015



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