por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=4JwLTwZQZGU
Um dos melhores negócios do mundo, a construção de sondas de
perfuração para o pré-sal, 29 sondas que seriam fabricadas pela Sete Brasil,
foi detonada pela farsa do combate à corrupção da operação Greenfield.
“A empresa, impactada pelo desenvolvimento da operação Lava
Jato, que investiga um escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras, deverá
ter capacidade para atender entre 13 e 17 sondas de um total de encomendas de
ao menos 28 equipamentos, avaliou na semana passada um representante de uma das
sócias da companhia. Cada contrato para construção de sondas gira em torno de 1
bilhão de dólares” (3).
A primeira sonda estava prevista para entrar em operação em
2015 e a última em 2020. Todo esse processo iria gerar cerca de 100 mil
empregos diretos e indiretos no País. Entretanto, em junho de 2016, a Sete
Brasil entrou em recuperação judicial com endividamento de
19,3 bilhões de dólares (4).
A Operação Greenfield denunciara 29 pessoas ligadas aos
fundos de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras; Funcef, dos
colaboradores da Caixa Econômica Federal; Previ, dos funcionários do Banco do
Brasil; e Valia, dos trabalhadores da Vale por “Gestão Temerária”
(1).
Com essa decisão da Greenfield , a Sete Brasil ficou de fora
dos negócios com a Petrobrás. Assim a Lava Jato se aproveitou para, em nome do
combate à corrupção, fazer com que não só as sondas de perfuração, mas navios e
plataformas, que eram fabricados no Brasil, por conta do “Conteúdo
Local” da lei de Partilha (12.351/10) de Lula, passassem a ser fabricados no
exterior, gerando investimentos volumosos, arrecadação gigante de impostos,
empregos de qualidade e renda para os gringos (5).
Se quisesse combater a corrupção, e não privilegiar
empresas estrangeiras, não seria mais fácil prender acusados por gestão
temerária, os donos da Sete Brasil, se houvesse provas e caso condenados, mas
manter os investimentos e os empregos no Brasil?
Facilitou também a destruição da nossa indústria naval,
a flexibilização das regras de Partilha feita pela lei entreguista 4567/16 do
senador tucano, José Serra. Ela já tinha sido prometida a
estadunidense Chevron, segundo denúncia do Wikleaks, quando o então candidato à
presidência Jose Serra, em 2009, prometia favores à petroleira americana em
prejuízo da Petrobrás. Serra perdeu a eleição para Dilma e não pode
cumprir a promessa na ocasião, fazendo-o logo após o golpe contra
Dilma(6).
Agora chega a noticia de que a Petrobrás, por conta desse
imbróglio, vai pagar R$ 950 milhões referentes ao montante integral do acordo
celebrado com a Petros, no dia 29 de julho, sobre o litígio arbitral
relacionado ao investimento na Sete Brasil (2).
Mas os petroleiros já estão pagando por rombo no fundo de
pensão Petros, com no mínimo 13% de seus salários, de forma vitalícia, mesmo
sem nunca terem sidos gestores da Petros.
Quer dizer que, comprovando agora que não houve gestão
temerária nos fundos de pensão, então podemos acreditar que a indústria naval
voltará para o Brasil, gerando vultosos investimentos, arrecadação gigante de
imposto, empregos de qualidade e renda para os brasileiros?
Com este pagamento da Petrobrás, a Petros vai devolver
o dinheiro do Plano de Equacionamento de Deficit - PED aos petroleiros?
E a Lava Jato e Grenfield serão responsabilizadas por terem
destruído a indústria naval brasileira, entregando-a aos gringos?
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4 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Sete_Brasil
5 - https://www.ocafezinho.com/2017/04/03/lava-jato-destruiu-industria-naval-brasileira/
Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2020.
Aviso - Estou monetizando minhas redes sociais, no caso, o meu canal do Youtube e meu blog. Faço isso para fortalecer a ajuda às 22 entidades sociais e filantrópicas que atendem as mais diversas pessoas excluídas de nossa sociedade, de forma a aumentar o valor de meus apoios mensais para essas entidades. 100% dos valores recebidos pelos parceiros comerciais vão ser alocados para essas instituições. Para saber mais: http://emanuelcancella.blogspot.com/2020/07/aviso-importante.html
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Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese.
Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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