por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=48K8eQ2OOiI
Temos que pautar a
reintegração dos 600 demitidos da BR Distribuidora; temos que reintegrar
demitidos da Cedae, da Casa da Moeda, Correios, Eletrobrás etc e
temos que criar a comissão de anistia por empresa!
Uma das lutas mais importante e dura que travei, enquanto
diretor do Sindicato dos Petroleiros, no Rio, foi em 1992, pela reintegração
dos demitidos de Collor de Mello. Foram 42 dias de ocupação na sede da
Companhia, no Rio, com petroleiros de vários estados e apoio de
todos os sindicatos de petroleiros.
A direção da Petrobrás colocou os trabalhadores num
chiqueirinho no térreo, dentro da sede da empresa. Nas madrugadas, no local, a
temperatura era de um frigorífico e era proibido a esses trabalhadores ir ao
banheiro. Teve até batalhão de choque da PM espancando os
petroleiros.
Mas foi com essa luta na sede da Empresa que reintegramos
todos os demitidos de Collor na Petrobrás, cerca de 1000 trabalhadores. Esses
trabalhadores voltaram à Empresa com todos os direitos. E, a partir
daí, foram anistiados petroleiros de todas as estatais.
Os sindicatos dos petroleiros readmitiram também milhares de
trabalhadores praticamente todos das extintas Interbrás e Petromisa.
.
Já na greve na década de 90, contra a Privataria Tucana,
foram os aposentados da Petrobrás que sustentaram financeiramente nossos
sindicatos. Na época, o TST estabeleceu multa de R$ 100 mil reais por dia de
greve e por sindicato. A nossa federação então decidiu zerar o desconto
sindical para fugir do confisco do TST. Nessa hora os aposentados nos salvaram.
No momento atual, a greve tem que lutar pelo retorno dos
trabalhadores da BR Distribuidora e pelo restabelecimento do salário daqueles
que tiveram que optar pela redução para não perder o emprego.
Não dá para aceitar também que aposentados e ativos estejam
sendo descontados, no mínimo em 13% dos salários, e por 18 anos. Isso sem esses
petroleiros nunca terem sidos gestores da Petros e sem uma auditoria que
comprove o rombo.
E as direções da Petrobrás e da Petros ainda dizem que, se
novos rombos aparecerem, serão descontados também dos mesmos petroleiros.
Vamos restabelecer o lema da greve que derrotou a Privataria
Tucana: “
Somos todos petroleiros e mexeu com meu companheiro mexeu
comigo!”
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Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 2020.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do
Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da
FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,
sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo,
JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de
comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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