por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=_lvSy0VLmdM
Bolsonaro questionado sobre a declaração de que fuzilaria o
então presidente Fernando Henrique Cardoso, Bolsonaro riu e Jô Soares o
repreendeu dizendo que “Isto é uma barbaridade”.
“Barbaridade é privatizar a Vale do Rio Doce, por exemplo,
como ele [FHC] fez; barbaridade é privatizar as telecomunicações, é entregar as
nossas reservas petrolíferas para o capital externo”, retrucou Bolsonaro
(1).
E agora Paulo Guedes, ministro de Bolsonaro, defende a
privatização de todas as estatais(2). E Bolsonaro não fala em fuzilá-lo, nem ao
menos desautorizá-lo.
E o governo Bolsonaro tenta aprovar urgência para votar
Cessão Onerosa do pré-sal (3,4,5). Para quem não sabe, a Cessão Onerosa é uma
área do pré-sal que teria, no mínimo, 5 BI de barris de
petróleo. Mas já se sabe que possui, mais de 15 BI de barris de
petróleo.
A presidente Dilma passou essa área, sem
licitação, direto para a Petrobrás, com base na lei de Partilha
(12.351/10) de Lula.
É que a Cessão onerosa tem a finalidade de financiar as
operações no pré-sal, para que ninguém diga que a Petrobrás não tem dinheiro
para financiar os projetos.
Se o governo Bolsonaro vai vender a Cessão Onerosa é porque
está abrindo mão do pré-sal!
Depois da derrubada da presidenta Dilma, que não tenhamos
dúvida foi principalmente para entregar nosso petróleo e a Petrobrás, o
golpista Michel Temer colocou, para presidir a Empresa, o tucano Pedro Lalau
Parente.
E a Lava Jato, que diz investigar corrupção na Petrobrás,
ficou calada, mesmo Lalau sendo réu, desde 2001, quando deu um rombo de R$ 5 BI
na Petrobrás (6).
Assim Pedro Lalau e a Lava Jato, com a anuência de Temer,
destruíram a indústria naval (7). Navios e plataformas agora são construídos no
estrangeiro gerando emprego e renda aos gringos. Para isso primeiro tiveram que
substituir Dilma, pois ela jamais concordaria com esse entreguismo.
Pedro Lalau Parente também tirou da Petrobrás e
entregou aos gringos os setores mais estratégicos, lucrativos e empregatícios
tais como Petroquímica, gás, fertilizantes e biocombustíveis (8).
Com base em suspeita de superfaturamento da Lava Jato,
a Petrobrás cancelou a construção das refinarias do Ceará e Maranhão, que além
da autossuficiência no refino do petróleo, daria ao país um excedente para
exportação, gerando divisas ao Brasil (9).
Não seria mais sensato afastar os maus gestores e manter a
obra, preservando assim os investimentos e empregos?
Só para o cidadão comum ter ideia da importância do refino:
depois dessas “medidas” do governo Temer, em apenas quatro meses, os EUA lucram
R$ 7 bi em vendas de diesel para o Brasil (10).
Pasmem! E a Petrobrás de Bolsonaro ainda vai vender
refinarias (11). Será que é só burrice ou aí tem maracutaia?
Quando o petróleo era um sonho, os brasileiros, nas décadas
de 40 e 50, foram às ruas na campanha O Petróleo é Nosso! Agora que o petróleo
é uma realidade, vamos permitir sua entrega aos gringos?
Rio de Janeiro, 28 de março de 2019.
Em tempo: O meu livro A outra face de Sergio Moro está à
venda no Mercado Livre, cuja a renda é integralmente para os demitidos da
indústria naval:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese.
Enviado para possível publicação para o Globo, JB, o
Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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