quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Moro, um herói em decadência!

por Emanuel Cancella

A trajetória de Moro começa a se transformar numa comédia que, de herói ou Deus, transformou-se numa “Ópera do malandro!”


Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=WFIkMxOVS-A

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O juiz Sérgio Moro, considerado um herói por uns e até um deus por outros, entra em reta acelerada de destruição. É como um corpo celeste que, quando entra na atmosfera terrestre, a força da gravidade o desintegra. Muitos meteoros viram pó quando entram no limite da terra.

Moro, quando apareceu chefiando a Lava Jato, era uma unanimidade. A Globo até lhe deu um prêmio como homem que faz a diferença. E, para dar-lhe mais brilho, a revista estadunidense Times, a maior do mundo, também lhe concedeu um prêmio. Aí, ninguém segurava o homem, uma mistura de herói e Deus.

Mas nesse mundo de meu Deus nada é perfeito: apareceu um chato que foi vasculhar a vida pregressa de Moro. Um conterrâneo seu, o senador Roberto Requião, do PMDB/PR. E descobriu que Moro chefiou a operação que investigou o escândalo do Banestado, que Requião denominou de “A mãe de todos os escândalos”.

Imagine um rombo de meio trilhão de reais.  Mais de 23 vezes o chamado Petrolão, o rombo da Petrobrás. Requião disse que o Banestado é um escândalo exclusivamente ligado ao PSDB e que, mesmo assim, nenhum deles chegou a ser preso (3).

Depois, na Lava Jato, que investiga a Petrobrás, Moro também não investigou nem prendeu nenhum tucano, apesar de evidências gritantes contra FHC e Pedro Lalau Parente, em envolvimento com corrupção.

Advogados costumam dizer que há juízes que pensam que são deuses e juízes que têm certeza. Veio da juíza Adriana Sette titular da Vara do Trabalho de Santa Rita, na Paraíba em 17/11/2007 essa constatação:

 “A liberdade de decisão e a consciência interior situam o juiz dentro do mundo, em um lugar especial que o converte em um ser absoluto e incomparavelmente superior a qualquer outro ser material”
O presidente da OAB, na época, Cezar Britto, também comentou as palavras de Adriana:

“A grandeza da magistratura é poder julgar homens sendo absolutamente um homem. É a ideia da Justiça se auto-julgando  (...). “O juiz não é melhor nem pior do que qualquer ser humano. Pensar diferente é não compreender a função da Justiça”.

Conheço Cezar Brito que é muito ligado ao Sindipetro- SE/AL, jurista inconteste, e um ser humano de alto nível e aliado poderoso dos petroleiros.
Moro, esta semana, mais precisamente no  dia 30/11 será desmascarado de vez pelo advogado da Odebrechet, Rodrigo Tacla Duran que vai depor na CPI da JBS (4).

Moro havia chamado Duran de fugitivo da lei e farsante. Depois que Duran, em entrevista à jornalista da Folha, Mônica Bergamo, disse que foi  procurado pelo advogado Carlos Zucoloto Junior, que, falando em nome da Lava Jato, pedira-lhe propina para celebrar acordo de delação premiada que, entre outras benesses, daria a Duran a prisão doméstica.   

Duran nem citara Moro na entrevista, entretanto a bala de prata veio da revista Veja que, com base em informação da Receita Federal, mostrou que Duran fez depósito na conta da mulher de Moro, Rosângela Moro (6,7).

A partir daí a sociedade começou a entender por que ladrões condenados pela Lava Jato, a trocentos anos de prisão, conseguiam pagar suas penas em casa, verdadeiros clubes de lazer construídos com dinheiro roubado (5).

Mas o grande desgaste de Moro já pode ser sentido entre os procuradores, no Congresso Nacional da categoria: “Procuradores se retiram e vaiam Moro em evento”..Segundo ainda o procurador municipal de Fortaleza e ex-presidente da ANPM, Guilherme Rodrigues, três faixas trazidas pelo grupo foram tomadas pela organização...
Em meio a aplausos de alguns participantes, que ficaram em pé para saudar Moro, na plateia, também era possível ouvir algumas vaias e gritos de ‘Vergonha’ quando o nome do juiz era mencionado. Segundo Guilherme Rodrigues, houve um movimento orquestrado da organização para impedir vozes dissonantes”. (8).

A lava Jato, chefiada por Moro, foi tema até de um filme cujo o lema é: Polícia Federal: A lei é para todos! A trajetória de Moro começa a se transformar numa comédia que, de herói ou Deus, transformou-se numa “Ópera do malandro!”


Rio de Janeiro, 23 de novembro de 2017. 

 Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

Meus endereços eletrônicos:
http://emanuelcancella.blogspot.com.


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