por Emanuel Cancella
A trajetória de Moro começa a se
transformar numa comédia que, de herói ou Deus, transformou-se numa “Ópera do
malandro!”
Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=WFIkMxOVS-A
O juiz
Sérgio Moro, considerado um herói por uns e até um deus por outros, entra em
reta acelerada de destruição. É como um corpo celeste que, quando entra na
atmosfera terrestre, a força da gravidade o desintegra. Muitos meteoros viram
pó quando entram no limite da terra.
Moro, quando
apareceu chefiando a Lava Jato, era uma unanimidade. A Globo até lhe deu um
prêmio como homem que faz a diferença. E, para dar-lhe mais brilho, a revista estadunidense
Times, a maior do mundo, também lhe concedeu um prêmio. Aí, ninguém segurava o
homem, uma mistura de herói e Deus.
Mas nesse
mundo de meu Deus nada é perfeito: apareceu um chato que foi vasculhar a vida
pregressa de Moro. Um conterrâneo seu, o senador Roberto Requião, do PMDB/PR. E
descobriu que Moro chefiou a operação que investigou o escândalo do Banestado,
que Requião denominou de “A mãe de todos os escândalos”.
Imagine um
rombo de meio trilhão de reais. Mais de 23 vezes o chamado Petrolão,
o rombo da Petrobrás. Requião disse que o Banestado é um escândalo
exclusivamente ligado ao PSDB e que, mesmo assim, nenhum deles chegou a ser
preso (3).
Depois, na
Lava Jato, que investiga a Petrobrás, Moro também não investigou nem prendeu
nenhum tucano, apesar de evidências gritantes contra FHC e Pedro Lalau Parente,
em envolvimento com corrupção.
Advogados
costumam dizer que há juízes que pensam que são deuses e juízes que têm
certeza. Veio da juíza Adriana Sette titular da Vara do Trabalho de Santa
Rita, na Paraíba em 17/11/2007 essa constatação:
“A
liberdade de decisão e a consciência interior situam o juiz dentro do mundo, em
um lugar especial que o converte em um ser absoluto e incomparavelmente
superior a qualquer outro ser material”
O presidente
da OAB, na época, Cezar Britto, também comentou as palavras de Adriana:
“A grandeza
da magistratura é poder julgar homens sendo absolutamente um homem. É a ideia
da Justiça se auto-julgando (...). “O juiz não é melhor nem pior do
que qualquer ser humano. Pensar diferente é não compreender a função da
Justiça”.
Conheço
Cezar Brito que é muito ligado ao Sindipetro- SE/AL, jurista inconteste, e um
ser humano de alto nível e aliado poderoso dos petroleiros.
Moro, esta
semana, mais precisamente no dia 30/11 será desmascarado de vez pelo
advogado da Odebrechet, Rodrigo Tacla Duran que vai depor na CPI da JBS (4).
Moro havia
chamado Duran de fugitivo da lei e farsante. Depois que Duran, em entrevista à
jornalista da Folha, Mônica Bergamo, disse que foi procurado pelo
advogado Carlos Zucoloto Junior, que, falando em nome da Lava Jato, pedira-lhe
propina para celebrar acordo de delação premiada que, entre outras benesses,
daria a Duran a prisão doméstica.
Duran nem
citara Moro na entrevista, entretanto a bala de prata veio da revista Veja que,
com base em informação da Receita Federal, mostrou que Duran fez depósito na
conta da mulher de Moro, Rosângela Moro (6,7).
A partir daí
a sociedade começou a entender por que ladrões condenados pela Lava Jato, a
trocentos anos de prisão, conseguiam pagar suas penas em casa, verdadeiros
clubes de lazer construídos com dinheiro roubado (5).
Mas o grande
desgaste de Moro já pode ser sentido entre os procuradores, no Congresso
Nacional da categoria: “Procuradores se retiram e vaiam Moro em
evento”..Segundo ainda o procurador municipal de Fortaleza e ex-presidente da
ANPM, Guilherme Rodrigues, três faixas trazidas pelo grupo foram tomadas pela
organização...
Em meio a
aplausos de alguns participantes, que ficaram em pé para saudar Moro, na
plateia, também era possível ouvir algumas vaias e gritos de ‘Vergonha’ quando
o nome do juiz era mencionado. Segundo Guilherme Rodrigues, houve um movimento
orquestrado da organização para impedir vozes dissonantes”. (8).
A lava Jato,
chefiada por Moro, foi tema até de um filme cujo o lema é: Polícia Federal: A
lei é para todos! A trajetória de Moro começa a se transformar numa comédia
que, de herói ou Deus, transformou-se numa “Ópera do malandro!”
Rio de Janeiro, 23 de novembro de 2017.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da
FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,
sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido
em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
Meus endereços eletrônicos:
http://emanuelcancella.blogspot.com.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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