por Emanuel Cancella
Odorico Paraguaçu inaugurou a sua maior obra, em Sucupira:
um cemitério. Quem será que vai inaugurar essas novas celas da República de
Curitiba?
Prender políticos e empresários poderosos, isso é muito bom!
Pena que não seja dado a esses políticos e empresários o direito de ampla defesa
e as prisões acontecessem com o processo sem transitar em julgado.
Usar os vazamentos de delação de forma seletiva? Isto é
muito ruim. E o pior, quase sempre contra o mesmo partido, o PT. Os vazamentos seletivos sempre são exibidos, na
Globo, principalmente no Jornal Nacional.
A Lava Jato prendeu
diretores e gerentes na Petrobrás e desbaratou esquemas poderosos de corrupção,
nos governos do PT na Petrobrás. Legal! Entretanto
sociedade exige que todo corrupto e corruptor vá para a cadeia, independente de
ideologia e do partido.
No entanto, a Lava Jato não faz vazamentos, não investiga e
nem prende tucanos, apesar das inúmeras delações, como exemplo:
- O governo FHC na Petrobrás;
- A gestão de Pedro Parente na Petrobrás;
- Senadores tucanos como Jose Serra, Antonio Anastasia,
Aloysio Nunes e Aécio Neves, este delatado sete vezes.
E ainda, por conta dessa operação o Brasil está quebrando,
pois além de paralisar as grandes obras do país não existe a aplicação da lei
de Leniência. Não podemos esquecer que o
chefe da Lava Jato, juiz Sérgio Moro, estudou nos EUA financiado pelo dinheiro
público, e Moro conhece muito bem essa Lei, muito aplicada por lá.
Na última vez, em 2008, na maior quebradeira da história
estadunidense. Quanto aos executivos malandros, nenhum foi sequer processado e não
houve demissão de trabalhadores(1). O tesouro americano tratou de injetar trilhões
de dólares na economia, e em empresas privadas, justamente para salvar a imagem
de suas empresas e garantir os empregos, como na GM e no Citybank etc. A
intenção era preservar a normalidade da economia do país(1). E conseguiram!
Aqui a Lava Jato, com sua (in) justiça, prendendo empresários
e paralisando obras fez com que milhões de trabalhadores fossem demitidos e foi
responsável pela queda violenta no PIB Brasileiro e ainda destruiu a indústria nacional,
principalmente a naval.
Se a intenção fosse acabar com a corrupção não blindaria o
governo de FHC, na Petrobrás, apesar das inúmeras delações, muitas incluindo o próprio
filho (5,6).
Da mesma maneira que protege FHC, a Lava Jato agora se omite
à gestão criminosa do tucano presidente da Petrobrás, Pedro Parente. No
bota-fora de Parente, ele liquida, e sem
licitação, áreas do pré-sal, petroquímicas
e o principal duto do país a malha do sul – NTS etc. “Vende” para quem quer e
pelo preço que ele mesmo determina. E ainda faz acordo na área de exploração e
produção com a empresa Total, francesa, considerada a maior corrupta entre as
petroleiras (7,8,9).
Não contente com isso, ele ainda sai da área técnica e parte
para a jurídica:
Do conluio de Parente, Lava Jato e tribunais estadunidenses,
nasceram 27 ações de acionistas que se sentiram prejudicados com a queda das
ações da empresa. Ajudando os gringos, a Lava Jato convocou os procuradores
americanos para investigar a Petrobrás e ainda mandou os maiores corruptos,
condenados da empresa, para testemunharem contra Petrobrás em tribunais
americanos (10,11).
Nessas ações, os espertos acionistas americanos culpam a
corrupção de gestores brasileiros, na Petrobrás, pela queda de suas ações. Isso
é uma falácia, pois as ações caíram em todas as petroleiras do mundo, não foram
só na Petrobrás.
A culpa pela queda das ações é do governo americano que,
junto com a Arábia Saudita, aumentou a oferta de petróleo no mercado,
derrubando assim o preço do barril de petróleo, de US$ 140 para US$ 30.
Os EUA usaram essa estratégia para prejudicar países produtores
de petróleo, como Rússia, Irã, Venezuela e Brasil. A conta dessa armação agora chegou
ao Brasil e Pedro parente, ao invés de contestar, faz acordo e manda a
Petrobrás pagar por uma dessas 27 ações, quase meio bilhão de dólares (12).
Por outro lado, o juiz Moro e o procurador Dallagnol, chefes
da Lava Jato, lutaram bravamente para que os crimes de responsabilidade,
proposta do senador Requião, não contemplassem juízes e procuradores, ou seja,
eles mesmos (13). Previam algum revés. Agora as contradições da República de
Curitiba começam a aflorar:
- STF manda soltar José Dirceu;
- o protegido da Lava Jato, o senador tucano Aécio Neves, foi delatado em gravação
do dono da JBS isso em outro tribunal, claro, pedindo propina de 2 milhões e
ameaçando “a gente mata antes dele fazer delação” (2).
- o TRF 4 manda soltar João Vaccari;e Moro recebe o alvará de
soltura, mas mantém a prisão do tesoureiro do PT, por outras denúncias sem
provas (3,4).
Interessante é que a
Lava Jato, mesmo com Aécio sendo delatado sete vezes, nunca houve nenhum
vazamento de delação.
A Lava Jato mandou ampliar o número de celas na República de
Curitiba (14). A Globo premiou o juiz Sergio Moro. A central Globo de produção
criou o seriado que encantou o mundo conhecido como o Bem Amado. Nesse seriado, o prefeito de Sucupira, vivido
pelo brilhante e saudoso ator Paulo Gracindo, acabou inaugurando sua maior obra,
um cemitério.
Quem será que vai inaugurar essas novas celas da República de
Curitiba?
Fonte: 1 - http://jornalggn.com.br/noticia/a-crise-de-2008-como-washington-salvou-wall-street-por-motta-araujo
Rio de Janeiro, 29 de junho de 2017.
Autor: Emanuel
Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor
do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP ,
ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do
livro “A Outra Face de Sérgio Moro”
OBS.: Artigo
enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja,
Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse
relato pode ser reproduzido livremente)
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