por Emanuel Cancella
...Enquanto o Brasil
vai à bancarrota, Dallagnol fatura até R$ 40 mil por palestra e a Lava Jato, contrariando
o STF, fica com 10% dos contratos bilionários de leniência(19). E a mulher de Moro, advogando para o PSDB e para
empresas multinacionais de petróleo, não deve perder dinheiro...
A operação Lava
Jato começou em março de 2014. Descobriu esquemas fantásticos de corrupção e “prendeu”
diretores e gerentes da Petrobrás, donos de empreiteiras etc. Nisso a operação
brilhou!
Mas e daí? Acabou
a corrupção na Petrobrás e no Brasil? Será que está faltando água na Lava Jato
para investigar além do chamado “Petrolão”?
Não podemos
esquecer que, até outubro de 2014, a Petrobrás financiava, com os impostos que
pagava, mais de 80% das grandes obras no país. Entretanto, por conta da Lava Jato,
essas obras estão paradas (12); milhões de trabalhadores desempregados e o PIB
brasileiro, do qual a Petrobrás respondia por cerca de 10%, despencou.
A Lava Jato
ainda, com ação irresponsável, acabou com a indústria Nacional, com a indústria
naval (5,6). Tudo isso poderia ser evitado se a operação aplicasse a lei de leniência,
em que os gestores corruptos das empresas são indiciados mas as empresas
continuam funcionando, mantendo assim seus postos de trabalho e fluidez da economia.
Países como os EUA já fizeram isso com
sucesso. (3).
Se antes a
corrupção era coisa de amador, agora virou coisa de profissional, além de
institucional. O presidente que o golpista Michel Shell Temer escolheu para a Petrobrás
foi o tucano Pedro parente, um corrupto de carteirinha, e já carimbada. Isso porque
Parente, em 2001, quando ministro do “Apagão” de FHC e membro do Conselho de
Administração da Petrobrás, foi processado, justamente por venda ilegal de
ativos na Petrobrás, o rombo de Parente nessa época foi em torno de R$ 5 BI (2).
Parente, antes
da Petrobrás, dirigiu e agora está afastado, junto com sua esposa, a Prada
especializada na gestão de fortuna (7). Ou seja, não é por falta de
conhecimento que ele está destruindo a maior empresa do país. Parente está
usando sua expertise, às avessas, na Petrobrás. Já “vendeu” áreas estratégicas
da companhia, como pré-sal e petroquímica. Tudo sem licitação, apesar de
obrigatória, vendendo para quem quer e pelo valor que ele mesmo determina
(10,11).
Agora
Parente foca em outra fonte de renda para os gringos, a jurídica. Parece que Parente
e a Lava Jato se uniram para favorecer os gringos. Isso porque, durante a Lava
Jato, a Petrobrás foi vítima de 27 ações de tribunais estadunidenses. São
aquelas ações em que a Lava Jato convocou os procuradores americanos para virem
investigar a Petrobrás e também, de forma sub-reptícia, mandou os maiores
corruptos da Petrobrás testemunharem contra nossa empresa.
Por essas ações cujo o conteúdo é que a queda nos papeis da empresa foi conta da corrupção, a verdade é que o preço das ações de petróleo
diminuiu em todas as petroleiras do mundo não só na Petrobrás, Parente fechou o
primeiro acordo com a justiça americana, essa é uma das 27 ações, e por esse
acordo a Petrobrás vai pagar quase meio bilhão de dólares (1)
Para ser coerente a Lava Jato deveria mandar também nossos procuradores
investigar a petroleira americana Chevron, denunciada em corrupção. Em 2009, o
Wikleaks denunciou a troca de correspondência entre o então candidato, o tucano
José Serra com executivos da Chevron, prometendo favores à empresa em prejuízo da
Petrobrás (4).
A Lava Jato também
não investigou o governo do tucano FHC, na Petrobrás, nem com uma enxurrada de
denúncias, algumas envolvendo o próprio filho de FHC (8,9).
A Lava Jato também
não investiga a gestão criminosa do tucano Pedro Parente, na Petrobrás, nem com
denúncia formalizada, em novembro de 2016. Mas o MPF, em conluio com Moro, o
chefe da Lava Jato, em dezembro do mesmo ano, intima o autor da denúncia por possível
crime contra a honra do funcionário público (13,14).
E para que
não reste nenhuma dúvida de que a Lava Jato não investiga os maiores corruptos,
os chefes da corrupção, Moro, nos EUA, disse que não investiga o PSDB, leia-se FHC
e Pedro Parente na Petrobrás; e Dallagnol disse ao jornalista Ricardo Boechat
que o PSDB está fora da Lava Jato
(15,16).
Enquanto o
Brasil está sendo destruído pela Lava Jato, a indústria quebrando e o desemprego em massa, os negócios da Lava Jato
vão de vento em poupa: Dallagnol transformou o ministério público num balcão de
negócios, com palestras que lhe rende até R$ 40 mil (18); a Lava Jato, contrariando
o STF fica com 10% dos contratos celebrados de leniência(19); e a mulher de
Moro, Rosangela Moro, advogando para o PSDB e para empresas multinacionais de petróleo
não deve perder dinheiro(17). Aliás, coincidência ou não, os clientes de
Rosângela são os altamente beneficiados com os julgados do marido, o juiz Moro!
Fonte:
19 - http://jornalggn.com.br/noticia/lava-jato-quer-ate-20-das-multas-dos-acordos-de-leniencia
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2017.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do
Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da
FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,
sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro”
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia,
Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido
livremente)
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