por Emanuel Cancella
“...foi eleito para o segundo turno
da prefeitura de Curitiba o candidato Rafael Greca que declarou: "Nunca cuidei dos pobres... Até porque a primeira vez que tentei carregar um pobre 'pra' dentro do
meu carro eu vomitei por causa do cheiro..."
Geraldo Alckmim se elegeu no primeiro turno
para o governo do estado de São Paulo, em 2014, em pleno auge da crise hídrica,
devidamente malocada pela mídia. E agora, numa vitória inesperada, em primeiro
turno, sem nenhum confronto, Alckmim elege Dória, com um discurso antipolítico,
na verdade um apresentador de programas para os ricos e sem audiência.
Seria bom pedir explicações ao ministro do
TSE, Gilmar Mendes:
...”Os votos em branco, nulos e as abstenções
(eleitores que não compareceram à votação), somaram 3.096.304. Doria
obteve um total de 3.085.187 votos. Esta foi a eleição na capital
paulista com o maior índice de abstenções, brancos e nulos das últimas seis eleições municipais” (4)...
Vale lembrar que o prefeito Fernando Haddad
não teve sossego para governar, um minuto sequer. Um exemplo foi a construção
de ciclovias, que é uma unanimidade, mas em São Paulo era motivo de todo tipo
de critica na mídia e de ações na justiça. Enquanto que, no Rio e em
outras cidades, elas são bem vindas, as de Haddad eram só criticadas.
Os golpistas articulados, mídia, justiça, TSE
e MPF, derrotaram fragorosamente o PT. A Lava Jato foi o maior cabo eleitoral
dos golpistas na derrocada do PT, nesta eleição municipal. Agindo agora, perto
das eleições municipais, começou com a denúncia contra Lula, de forma inédita,
ao vivo na TV, que conclui com o absurdo: “Não tenho provas, mas convicção que
Lula é o comandante máximo da corrupção na Petrobrás”. Ninguém pode acusar
outra pessoa sem provas, muito menos um procurador e menos ainda na televisão!
Depois veio a prisão dos ex-ministros de Lula,
sempre baseadas em suposições: Guido Mantega, Antonio Palocci e Paulo Bernardo.
A mídia, como numa ‘boca de urna’ contra o PT, repercutiu as prisões dos
petistas, a todo minuto, até a votação.
Enquanto isso, os golpistas (mídia, MPF,
justiça) jogavam para baixo do tapete as denúncias contra Alckimim referente ao
desvio de R$ 40 milhões do dinheiro das merendas, que viraram até faixas
nos estádios de futebol (5). Como também o pagamento aos governos tucanos,
inclusive no de Alckmim, no escândalo de propina de 34 milhões de francos
franceses, no metrô, envolvendo a multinacional francesa, Alstom (1).
Eles sempre fazem isso, em 2014, o TSE que
proibiu, mas não impediu, a divulgação de mais um vazamento seletivo e
criminoso da Lava Jato, às vésperas das eleições, na denúncia mentirosa de que
Lula e Dilma saberiam da corrupção na Petrobrás. Até o advogado do delator, Antonio Augusto Figueiredo Basto, desmentiu a
informação que seu cliente, Alberto Youssef (2).
Alckmim, sem qualquer marca de programa social,
ou de avanço na relação com a sociedade e trabalhadores, é o mais provável
candidato tucano à eleição de 2018. A exemplo de Dória os tucanos nem precisam
de nenhuma bandeira de campanha eles contam
com o apoio incondicional da justiça, MPF, PGR, TSE, mídia e Lava Jato.
O povo, para os golpistas, sempre foi apenas
massa de manobra!. Aliás foi eleito para o segundo turno da prefeitura de
Curitiba o candidato Rafael Greca que declarou (3): "Nunca cuidei dos pobres, não sou São
Francisco de Assis. Até porque a primeira vez que tentei carregar um pobre
'pra' dentro do meu carro eu vomitei por causa do cheiro"
O PT, que criou a maior rede de proteção
social para os pobres, como Bolsa Família, Bolsa Esporte, Fies, Prouni, Minha
casa minha vida, Mais Médicos, entre outros, foi derrotado. E a
maioria pobre elege candidatos das elites, como em São Paulo, na maior
metrópole do país, e, em Curitiba, um prefeito que vomita com cheiro de pobre!
Será que o presidente a ser eleito e 2018 vai
ser como o personagem de Chico Anysio, Justo Veríssimo: “ Eu quero que o
pobre se exploda!”?
5 - https://brasilcorrupto.wordpress.com/r40-milhoes-desviados-da-merenda-escolar-em-sao-paulo/
Rio de Janeiro, 03 de outubro de 2016
Autor: Emanuel Cancella, - OAB/RJ 75 300
Emanuel Cancella que é da coordenação do
Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
(Esse artigo pode ser reproduzido livremente)
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia,
Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
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