por Emanuel Cancella

Toda a sociedade quer todos os corruptos na cadeia, inclusive os
que estão à frente do golpe, já que mostram que falam uma coisa e fazem outra.
São pessoas como Romero Jucá e Renan Calheiros, que no discurso são a favor do
combate a corrupção, entretanto as gravações do ex-presidente da Transpetro,
Sérgio Machado, anexas abaixo, demonstram que eles queriam o golpe justamente
para não serem atingidos pela Lava Jato.
A operação Lava Jato toda hora vaza, sempre no sentido de
prejudicar a Petrobrás e o governo da presidente Dilma, e acaba assinando embaixo
daqueles que acham que a operação está a serviço do PSDB, já que, de forma
inexplicável, a operação não investiga nenhum tucano. Já foram citados em
delação, na Lava Jato, os senadores Antonio Anastasia, Aluysio Nunes, e Aécio
Neves, este cinco vezes delatado. Como também, o governo tucano de FHC, na
Petrobrás, confirma a blindagem da lava Jato ao PSDB, pois foi citado várias
vezes em delação, inclusive no próprio livro de FHC, Diários da Presidência, o
ex-presidente tucano reconhece que havia corrupção em seu governo na Petrobrás,
e agora, na Folha de 24/05/16: “Petrobras orientou negócio com firma ligada ao
filho de FHC, diz Cerveró”. E nem assim o juiz Sérgio Moro investiga a
Petrobrás, no governo de FHC. A
justiça teria que valer para todos ou não é justiça!
Em primeiro lugar já é sabido que quem quis
calar a Lava Jato foram os golpistas e isso ficou claríssimo nas gravações
divulgadas pelo Sérgio Machado. E a sociedade assim descobriu que os golpistas
querem tirar Dilma justamente porque ela não intereferiu nas investigações.
Em 01/06, em editorial, “A mentira”, o Jornal do Brasil
repete a falácia de que quem critica a lava Jato é a favor da corrupção.
“Com certeza, os que afirmam essa ignorância estão desesperados para
proteger criminosos ou, também no desespero, pois estão assistindo agora à
derrocada de um país.” O JB tem que entender que a sociedade quer todos os
corruptos na cadeia, seja do PT, do PSDB ou de qualquer outro partido.
Esse editorial do JB lembra a campanha da ditadura militar: “Brasil,
ame-o ou deixe-o.”. Na ocasião, ou você concordava com a ditadura militar ou ia
embora do país. E os militares que erraram muito, porém eram nacionalistas,
pois jamais entregariam o patrimônio público como fez FHC na “Privataria
Tucana”. Os militares, muito pelo contrário, fortaleceram a Petrobrás.
Inclusive, neste momento de luto, quando assume a presidência da Petrobrás, o
ex ministro do governo de FHC, Pedro Parente, o ministro do “Apagão”, é bom que
se diga que, graças aos governos do PT, hoje não existe ameaça de apagão. Mas
Pedro Parente, em seu discurso de posse, diz que apoia a revisão do pré-sal,
que tramita no Congresso Nacional, que é proposta do senador tucano, José
Serra. Este, quando candidato derrotado à presidência, em 2009, foi flagrado
pelo Wikileaks, na troca de correspondência com executivos da petroleira
Americana, Chevon, prometendo favores em prejuízo da Petrobrás. A revisão que o senador José Serra
propõe, no pré-sal, é para entregá-lo às multinacionais do petróleo, em
especial à americana Chevron. E esse foi um dos principais motivos por que
queriam o golpe.
Creio que os militares brasileiros deveriam ser chamados para esse
debate da entrega do pré-sal. Inclusive, eles estão construindo um submarino
atômico, que teve o chefe misteriosamente também preso por Moro. Esse submarino
tem como principal função proteger o pré-sal. È bom lembrar que os militares
participaram ativamente da campanha O petróleo é Nosso!. Será que os militares concordam com essa
proposta do governo golpista de entregar nosso pré-sal?
Fora os golpistas, liderados pelo governo interino de Michel
Temer, a sociedade quer, de verdade, que todos os corruptos vão para a cadeia!
E não venham com essa história de que a vez dos tucanos vai chegar, pois basta
olhar o mensalão tucano, anterior ao do PT, que está prescrevendo sem qualquer
julgamento.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/05/1774018-em-dialogos-gravados-juca-fala-em-pacto-para-deter-avanco-da-lava-jato.shtml
Rio de Janeiro, 03 de junho de 2016
Autor: Emanuel Cancella, - OAB/RJ 75
300
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do
Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos
Petroleiros (FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o
Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
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