por Emanuel Cancella


A Ciclovia em São Conrado, no Rio, caiu por conta de uma
ressaca do mar! Os engenheiros responsáveis vão alegar o fenômeno da natureza,
que ninguém consegue controlar como os estragos causados pelos tsunamis,
terremoto etc. Entretanto nem precisa ser engenheiro para saber que o trecho próximo
do mar precisa ter uma estrutura reforçada!
Tão eficientes quantos esses engenheiros são os nossos
ministros do STF, nos quais a sociedade gasta bilhões para manter essa
estrutura e, se os juízes comuns se acham deuses, os ministros dos tribunais
superiores têm certeza de suas divindades. Não é barato sustentar vários deuses!
Mas na prática servem para quê? Se não afastam e mandam prender um bandido
inconteste, Eduardo Cunha, presidente da Câmara, qual a serventia desses nossos
deuses?
Esses ministros, além dos maiores salários da República,
embolsam de auxílio moradia e educação um total de 10 salários mínimos por mês,
sendo que o efeito cascata pode conforme pleiteado, serem retroativos a 1988, atingindo
R$ 30 BI. E recebem o auxílio moradia, mesmo tendo moradia, e sem precisar
justificar nada!
Só de “auxílios”, os nossos ministros, ou deuses, recebem o
dobro do que recebe qualquer professora de escola pública, que tem a
responsabilidade de educar nossos filhos, os filhos deles não, pois freqüentam outras
escolas.
Os ministros do STF não fazem o dever de casa, mas são bons em
outras áreas: O ministro Luiz Fux, zelando pela família, apoiou a nomeação da
filha, Mariana Fux, de 35 anos, desembargadora, mesmo ela não comprovando atividade
profissional por dez anos ininterruptos, um dos requisitos impostos a advogados
que queiram se candidatar ao cargo de desembargador.
O ministro Gilmar Mendes assumiu o posto de advogado de porta
de cadeia dos tribunais superiores: Gilmar “Mentes”, assim chamado pelo
escritor Fernando Veríssimo, já mandou soltar o banqueiro “ladrão”, Daniel
Dantas, assim chamado pelo delegado da PF, Protógenes Queiroz. “Mentes” lavrou
dois habeas corpus em 24 horas, a favor do banqueiro, e o delegado Protógenes,
na mesma ação, foi condenado e expulso da PF. Pasmem, o crime de Protógenes foi
vazamento do processo, decisão que não vale para os delegados da Lava Jato!
Gilmar também soltou o médico estuprador, Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão
por 52 estupros e quatro tentativas de abuso, a 39 mulheres. E ainda, Gilmar “Mentes”
foi citado junto com Dias Toffoli, na gravação do filho do ex-diretor da
Petrobrás, Nestor Cevero, como juízes que poderiam facilitar a liberdade do ex-diretor.
Desta gravação resultou a prisão do senador Delcídio do Amaral e com os ministros
do STF não aconteceu nada.
O ministro Dias Toffoli é o responsável pela suspensão do principal
artigo do Direito de Resposta, Atendendo pedido liminar da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), Toffoli suspendeu a aplicação do Artigo 10 Lei 13.888/2015,
que garantia somente a órgãos colegiados dos tribunais a possibilidade de
concessão de recurso para suspender a publicação da resposta. Toffoli, em
síntese, corroborou em detrimento do cidadão, com a prática dos meios de
comunicação, principalmente a Globo, em injuriar, difamar e caluniar qualquer um,
e tirou do juiz de primeira instância o poder de punir o órgão de comunicação que
comete esse impropério. Lógico, a decisão de Toffoli foi dirigida para
favorecer a Globo que faz isso a todo o momento com quem não obedece a sua cartilha
fascista!
Diante desses fatos
que tal mudar a finalidade do STF de “Guardião da Constituição Federal” para
Guardião dos Interesses Particulares e Espúrios?
Diante do exposto, qual é o mais incompetente, ministros do
STF ou engenheiros da ciclovia? Creio que ambos são elevados à categoria de
incompetentes com louvor. Eu voto sim!
Rio de Janeiro, 23 de abril de 2016
OAB/RJ 75
300
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do
Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros
(FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia,
Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
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