quarta-feira, 16 de março de 2016

No outro lado da Lava Jato, o japonês dançou

por Emanuel Cancella
                                     
O japonês, que virou símbolo da Lava Jato, dançou, mas não foi o chefe da operação, Moro,  que fisgou o japonês. Quem condenou o japa foi o STJ. Se dependesse do Moro e da Globo, o japonês continuaria a inspirar máscara do carnaval, musiquinha contra o PT, Lula e Dilma, etc. E mais, quando qualquer jogada suja saía da operação, o primeiro suspeito era o japonês! Mas e agora que o japonês saiu, quem vazou de forma seletiva a delação do senador Delcídio?
A Globo, há cerca de quarenta anos, persegue Lula e o PT, desde a primeira eleição de 1989. É como o seriado Zorro e o sargento Garcia. Sabe quando vão pegar o Zorro e o Lula? Nunca! Na verdade, a Globo venceu Lula quando usou  sua criação, Fernando Collor de Mello. Mas Collor era tão imoral que inclusive tentou ameaçar o poderio da Globo. É a historia da criatura virar contra o criador, por isso Collor caiu.
Não foi só Collor, a Globo também criou os juízes Joaquim Barbosa e Sérgio Moro. Faz parte desse jogo de criação quando ela dá prêmio de personalidade do ano a ambos e afirma que eles são homens que fazem a diferença. Assim como Collor, Joaquim Barbosa já foi abandonado pela Globo, que agora investe pesado em Sérgio Moro! O ministro Joaquim Barbosa chegou a incorporar o Batman!

O juiz Sérgio Moro deve muitas explicações à sociedade: a mulher de Moro, a advogada Rosangela Moro, trabalha para o PSDB do Paraná e também, pasmem, para empresas petroleiras concorrentes da Petrobrás. Não por acaso o marido persegue o PT, principalmente Lula e Dilma, e blinda o PSDB. E ainda, Moro desmoraliza a Petrobrás em favor das multinacionais do petróleo, representada pela esposa. Como diria a saudosa Hebe Camargo: Que casal lindo!

Eu já fui taxado por um advogado do prefeito, Cesar Maia, de que tudo de ruim que existia a culpa era da Globo. Isso está postado num processo sobre as obras municipais (1993-1996), denominada de “Rio Cidade”, com base numa CPI da Câmara Municipal da época, que condenou a prefeitura. No processo eu defendia a tese de que essas obras foram feitas para beneficiar a Globo/Net.

Agora me atacam dizendo que, para mim, tudo de ruim no país é culpa do juiz Sérgio Moro. Muito pelo contrário, o juiz tem toda a oportunidade que outros mortais não têm, por exemplo, de dizer no Jornal Nacional ou no Fantástico, da Globo, de que essas acusações contra ele não são verdadeiras. Mas sabe quando ele vai fazer isso? Quando o sargento Garcia prender o Zorro. Nunca!

Sérgio Moro tem que explicar também a mentira que vazou da lava Jato, que ele chefia, para a Veja e o Jornal Nacional,  na véspera da eleição, que Lula e Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás. No que foi desmentido pelo próprio advogado do pseudo- delator.
O próprio Moro, na intenção de desgastar a presidente Dilma, vazou também que faltava dinheiro para a operação Lava Jato. A própria PF veio a público dizer que na instituição tinha dinheiro de sobra.
Mas a mesma justiça que tirou o japonês da lava Jato tem que intervir na operação contra o absurdo do fato de os delegados da PF que compõem a força tarefa da operação, todos, fizeram campanha para o tucano Aécio Neves, inclusive chamando Lula e Dilma de “Anta”.

Poxa, mais só por isso você bota a Lava jato em suspeição? Não!
No mínimo, é muito estranho também que todos os procuradores do Ministério Público que compõem a Força tarefa da Lava Jato, no governo de Fernando Henrique Cardoso, faziam parte de um grupo que se autodenominavam tuiuiús, justamente porque não conseguiam investigar nada. Esse nome é de um pássaro do pantanal mato-grossense que não levanta vôo, e esses procuradores não conseguiam investigar o governo de FHC, pois o procurador, Geraldo Brindeiro, nomeado por FHC, engavetava tudo. E hoje, esses procuradores, que poderiam investigar todos os partidos, blindam justamente os tucanos!
Diante do exposto, você acha que o problema da Lava Jato era só o japonês?          


Rio de Janeiro, 16 de março de 2016 

OAB/RJ 75 300      
              
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

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