por Emanuel Cancella
Não podemos nos calar diante de uma situação jurídica
que conspira pela destruição da Petrobrás, a maior empresa brasileira, e contra
o mandato de uma presidente que foi eleita legitimamente, de acordo com a
vontade da maioria dos brasileiros e respaudada pela Constituição Federal.
A Lava Jato tem o
desplante de ser contra a MP 703 que atendeu ao apelo de vários setores da
sociedade, dentre os quais engenheiros e trabalhadores metalúrgicos, da
construção civil e dos petroleiros. Com essa medida provisória, as empresas não
ficarão impedidas de contratar e tocar obras públicas, mas os executivos
envolvidos em atos de corrupção serão afastados, punidos e que seus bens expropriados.
Já que o essencial é que os empregos
sejam preservados!.
O conluio da mídia e Lava Jato
resulta no maior escândalo jurídico jamais visto na história deste país. E à luz
do sol, pois nada é escondido, verdade seja dita: grampo, vazamentos seletivos,
prisões arbitrárias e blindagem descarada aos tucanos.
Na política, esses impostores da
Lava Jato não investigam o governo de FHC, apesar de várias vezes citado em
delação premiada, na própria operação. Nem mesmo quando o próprio presidente
Fernando Henrique Cardoso reconhece em seu livro, “Diário da Presidência” que
existiu corrupção na Petrobrás. Os senadores Antonio Anastasia e Aécio Neves
foram citados na Lava Jato, Aécio por duas vezes, e nem sequer foram convocados
a depor. O PGR Rodrigo Janot, que já arquivou uma denúncia contra Aécio, disse
que ia analisar a segunda delação depois do recesso. O recesso da justiça já acabou e o PGR, que opina em várias
situações, também se cala sobre Aécio.
E o Ministério Público Federal ainda
faz campanha para tornar lei dez medidas de combate à corrupção. Caso o MP
investigue o aeroporto de Claudio e chame Aécio Neves para depor, eu assino as
dez medidas. Esse mesmo Ministério
Público já arquivou, por duas vezes, a denúncia da construção do
aeroporto em Claudios, em terras da família de Aécio Neves e com dinheiro
público. Muita gente faz a ligação do aeroporto com a queda do avião do senador
Zezé Perela, amigo de Aécio, com 450 quilos de cocaína. A dúvida persiste, pois a
investigação foi criminosamente arquivada.
O partidarismo ousado desses impostores
da lava jato é tanto que eles vazaram, na véspera da eleição, a delação
mentirosa de que Lula e Dilma saberiam da corrupção na Petrobrás, favorecendo assim Aécio.
A Força Tarefa da operação lava Jato
convocou os procuradores americanos para investigar a corrupção na Petrobrás. E a mesma lava Jato não
mandou os procuradores brasileiros para investigar a petroleira Chevron
americana. Essa petroleira foi denunciada pelo Wikeleaks, que interceptou
telegramas, em 2009, entre a executiva da empresa e o senador tucano José Serra.
Nesses telegramas, Serra prometia a entrega do nosso pré-sal,
caso fosse eleito presidente.
Ao invés de investigarem fatos
como denúncias do aeroporto de Claudio, as delações contra Aécio e o governo
FHC na Petrobrás, a Força Tarefa prefere trabalhar politicamente contra Lula, Dilma
o PT. Contra Lula investigam o apartamento que ele não comprou, e buscam,
através de factoides, atingi-lo através da nora, filho e amigo. Aí me lembro do
artigo Mauro Santayana, no jornal do Brasil, falando sobre a lava jato:
O presidencialismo e a
conspiração vermelha
O que não se
pode esquecer é que, se quiserem fazer política, devem candidatar-se e ir atrás
de votos e de um lugar no Parlamento, e não misturar alhos com bugalhos, ou
querer exercer atribuições que não têm, e que não podem ter, nesta República,
pois que não lhes foram conferidas por mandato popular.
Rio de Janeiro, 28 de janeiro de
2015
OAB/RJ
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Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
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