sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Protógenes foi condenado e expulso da PF porque houve vazamento na operação que chefiava, acerca daquele que denominou de “banqueiro ladrão”. Entretanto, na Lava Jato, há vazamentos seletivos toda semana e ninguém é punido

por Emanuel Cancella

Na ditadura prevalecia “O sabe com quem está falando”? Ninguém investigava ninguém! A afirmação, por exemplo, sendo falsa ou verdadeira, contra qualquer autoridade, imaginem! Contra o ex-presidente, Lula e a presidente Dilma, que sabiam da corrupção na Petrobrás, resultaria em perseguição, prisão, desaparecimento, tortura e morte.
Mas os militares não foram os mais corruptos desta República, já que fortaleceram as empresas públicas e jamais fariam a Privataria Tucana. E também tem que ser dito que muitos militares se insurgiram, exigindo respeito à Constituição Federal, e sofreram o mesmo tratamento dos civis. Existia divisão entre os militares!
Depois enfrentamos dois governos de Fernando Henrique Cardoso, onde a corrupção explodiu. Corrupções incontestes como a compra de votos para reeleição e a Privataria Tucana foram simplesmente engavetadas. A reeleição para FHC chegou a alterar a Constituição Federal, a lei maior do país. E a Privataria Tucana faz escândalos como Zelotes, Wikleaks e Petrolão virarem troco, tais os valores envolvidos.  
FHC foi sagaz, pois paralisou os órgãos investigatórios, fazendo com que a  Justiça, PF e MP ficassem simplesmente sucateados por falta de concursos públicos. A imprensa divulgava que os carros da PF estavam parados por falta de gasolina e os telefones cortados por falta de pagamento! E FHC colocou à frente do PGR um aliado, Geraldo Brindeiro, denominado pela imprensa como Engavetador Geral da República. Esse engavetamento e sucateamento com certeza não eram por acaso, mas para não se investigar as falcatruas gritantes em seu governo!
 Na época, um grupo de procuradores fazia oposição veemente ao procurador- engavetador. O grupo se denominava “Tuiuiús”, que é um pássaro do Pantanal que não consegue levantar voo, e eles se autodenominavam assim porque  não conseguiam investigar já que Brindeiro engavetado tudo. Esses mesmos procuradores estão hoje na Lava Jato e agora que poderiam investigar tudo principalmente a era FHC na Petrobrás, transformam-se em camaleões, pois blindam o partido do “engavetador”, o PSDB, apesar das provas gritantes.
Esses procuradores, que se apresentam como paladinos da justiça, vivem a dar entrevistas e a participar de palestras Brasil afora. Eles deveriam priorizar a explicação para essa súbita mutação, caso contrário podem ser taxados de vigaristas.         
 Hoje há uma gigantesca conspiração no sentido de destruir a ordem brasileira, ditada pela Constituição Federal, e para isso há uma total cumplicidade dos órgãos investigatórios, justiça, MPF, STF e PF, com a mídia.  Essas distorções superam a época da ditadura e o período do engavetador, quando tornavam reféns o povo. Agora engabelam a sociedade para tornar refém o governo federal.  Chegam ao absurdo de quererem cassar o PT e fazer o impeachment de Dilma com argumentos sem nenhuma base jurídica. E mais que prender Lula, querem torná-lo inelegível, para que não possa disputar a eleição em 2018.
Para atacar a reputação de Lula, coisa que a mídia faz desde a primeira eleição, perdida, e nas duas que se reelegeu, como eles não têm o que falar, apelam para a nora, filho, amigo, o apartamento que Lula não comprou e o sítio que Lula usava mas que não é dele.

Esperamos que a reserva moral das entidades investigatórias se manifestem e isso tem acontecido, como com o juiz João Batista Damasceno: “Tenho vergonha de ser juiz, mas não perco a garra e nem me dobro ao cansaço”.

E o juiz Siro Darlan por criticar o auxílio-educação dos juízes, sendo por isso afastado do cargo  de coordenador das comissões de adoção internacional e articulação das varas da infância e juventude.

 

Outra surpresa boa da justiça também não foi na Lava jato: “Justiça aceita denúncia sobre corrupção na Petrobras desde 1999”, publicada na Folha de 20/01/16: “O juiz substituto da 3ª Vara Federal do Rio, Vitor Barbosa Valpuesta, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal sobre pagamento de propina da empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras de 1999 a 2012.”

Como também a denúncia descrita no Artigo no jornal GGN de 18/01/16, pelo  Delegado da PF Armando R. Coelho Neto: “Pra não dizer que não falei do Moro”. (...) Agora, quem sabe, fique claro, que não existe combate à corrupção. Existe guerra contra o Partido dos Trabalhadores, por razões que não podemos especular, posto que vão desde bravatas sobre o tal “Fórum de São Paulo” à tentativa de transformar o Brasil numa Venezuela.


Também não foi na Lava Jato: G1, 16/12/2015 : “Justiça condena Azeredo a 20 anos de prisão por mensalão tucano”. Isso pela juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage.

O mais vergonhoso foi o acontecido ao delegado Protógenes de Queiroz da Polícia Federal. Ele ousou prender o banqueiro, Daniel Dantas,  liberado pelo  ministro Gilmar Mendes, que concedeu 2 habeas corpus, em menos de 24h. O banqueiro que Protógenes chamava de ladrão foi solto, mas delegado foi condenado e afastado da policia Federal por ter vazado informação sigilosa do processo. Estranho que na Lava Jato há vazamento seletivo toda semana, mas ninguém pune ninguém.

Nessa hora, vale a pena lembrar da frase do senador americano, que foi assassinado na luta contra o racismo nos EUA: O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons!”


Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 2015 

OAB/RJ 75 300              
               
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.





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