domingo, 24 de maio de 2015

Família Moro avança no pré-sal

Por Emanuel Cancella

“A maior “contribuição”, como delator, foi dizer que Lula e Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás, matéria estampada na revista Veja, e dilgada no Jornal Nacional da Globo, às vésperas da eleição, mesmo depois de a Justiça proibir a veiculação do inventado, baseada no desmentido do advogado de Youssef;”


Lendo a notícia no Estadão, em 23/5, “ Lava a Jato avança sobre contratos do bilionário mercado do pré-sal” lembrei que a mulher do juiz Sérgio Moro, chefe da operação Lava Jato, Rosangela Wolff de Quadros Moro, segundo o Wikipédia, é  advogada de empresas petrolíferas (Shell) e também advogada do PSDB do Paraná.

A ligação da família Moro com o PSDB é antiga, Sérgio Moro atuou em negócios ligados ao ex- prefeito corrupto de Maringá, Jairo Morais Gianoto, do PSDB.

A Polícia Federal prendeu o ex-prefeito Jairo Gianoto, em 2006, por desvio de dinheiro público, formação de quadrilha e sonegação fiscal; já o advogado Tributarista Irivaldo Joaquim de Souza foi preso e só conseguiu o Habeas Corpus, depois que o Juiz Federal Sérgio Fernando Moro ter testemunhado a seu favor. Moro trabalhava no escritório do tributarista Irivaldo Joaquim de Souza.

O juiz Moro é acusado na justiça de ter montado no Paraná uma fabrica de “delações premiadas”. O fato estranho é que o doleiro Alberto Youssef, o qual ousamos chamar de operário padrão da indústria de delações de Sergio Moro, acompanha o juiz  nos casos Banestado, na corrupção na prefeitura de Maringá e agora na operação Lava Jato.  A maior “contribuição”, como delator, foi dizer que Lula e Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás, matéria estampada na revista Veja, e divulgado no Jornal Nacional da Globo, às vésperas da eleição, mesmo depois de a Justiça proibir a veiculação do inventado, baseada no desmentido do advogado de Youssef;

É sabido que as empresas petrolíferas estão de olho no pré-sal, o senador José Serra do PSDB, que disputou a eleição presidencial, foi denunciado pelo telegrama interceptado pelo Wikileaks, prometendo à Chevron americana que, se eleito, mudaria a lei do pré-sal. Isso foi publicado na Folha de 13/12/10.

José Serra, para o bem do Brasil, perdeu a eleição. Mas não se dá por vencido e apresentou projeto de lei no Senado para mudar a lei do pré-sal. É muita coincidência que, justamente agora que o entreguista José Serra tenta mudar, no Senado, a lei do pré-sal, saia essa notícia do juiz intervindo no pré-sal. Seria só coincidência, entretanto esse juiz, além de ser ligado ao PSDB, usa o Youssef, seu velho conhecido, para atacar todo o tempo a Petrobrás, e ainda, sua  mulher advoga para o PSDB e para a Shell. Essa parcialidade do juiz se torna também mais clara quando prende o tesoureiro do PT e deixa livre os também envolvidos tesoureiros do PSDB, PP e PMDB; também é muito suspeito que a Petrobras seja tão penalizada, tudo que deseja as empresas concorrentes, inclusive a representada pela mulher de Moro;

Isso pode não ser bom para o Brasil, mas para a família Moro isso é que é operação bem sucedida!      

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

Rio de Janeiro, 24 de maio de 2015


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