por Emanuel Cancella
A mídia brasileira pauta a discussão da diminuição
da maioridade penal e faz vista grossa para a lambança dos juízes. Até acho que
temos que discutir a violência dos menores. Como por exemplo, colocar, na mesma
lei que proíbe a arma de fogo, a arma branca como faca e seus similares.
Muitos acham que diminuir a maioridade penal vai
diminuir a criminalidade. Ledo engano, botar os adolescentes na cadeia vai
aumentar a superlotação nos presídios e botar os jovens em contato com
criminosos que, com certeza, vão aliciá-los, já que nossas cadeias não
recuperam ninguém.
Mas creio que focar naqueles que julgam seja mais
relevante ainda, até porque eles decidem o destino das crianças, dos adultos,
na verdade, de todos nós. Vale lembrar que nem todo juiz julga com parcialidade,
assim como nem todo adolescente é um delinqüente!
Temos o juiz federal Flávio Roberto de Souza que, se apoderou dos bens de Eike
Batista; o juiz João Carlos de Souza,flagrado pela lei seca, que puniu a
guarda de trânsito porque afirmou que ele não era Deus; o ministro do STF,
Gilmar Mendes, que sentou em cima, paralisou, o processo que discute o
financiamento de campanha, assunto de interesse de toda a sociedade; e temos o
Sérgio Moro que chefia a operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga a
Petrobrás.
Esse juiz pode não ser Deus, mas tem um poder
incomensurável. Senão vejamos, na véspera da eleição presidencial saiu da lava
Jato denúncia de que Lula e Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás; a
revista Veja colocou a matéria em capa da revista, e o Jornal Nacional da
Globo, também, na véspera da eleição, comentou quando a justiça já proibia a
divulgação da matéria. O doleiro Alberto Youssef, apontado como autor da
denúncia, em delação premiada, foi desmentido pelo seu próprio advogado.
Verdade ou mentira a notícia produziu seus efeitos e pergunta que não quer
calar: quantos votos Dilma perdeu com essa maracutaia?
E o juiz Sérgio Moro continua firme em suas
decisões seletivas: prende o tesoureiro do PT e deixa livre os também citados
nas delações do Lava jato, os tesoureiros do PSDB, PMDB e PP.
A notícia que soa como uma denúncia vem também do
blog Wikipédia: Rosangela Wolff de Quadros Moro, a mulher do juiz Sérgio Moro,
que apura corrupção na Petrobrás, advoga para empresas petrolíferas,
concorrentes diretas da Petrobras, e para o PSDB do Paraná. Mesmo diante de tudo
isso o juiz Moro segue firme à frente da operação Lava Jato.
Só Deus sobreviveria a tantas decisões
seletivas e partidárias como as praticadas pelo juiz Sérgio Moro na operação
Lava jato!
Diante desses fatos o que mais deve
preocupar a sociedade: os adolescentes “trombadinhas” ou os juízes
“trombadões”?
*Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos
Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional
dos Petroleiros (FNP).
Rio
de Janeiro, 23 de maio de 2015
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