por Emanuel Cancella
Jose Dirceu, ex -ministro chefe da Casa Civil do governo Lula,
é vítima de linchamento político. Não
conheço pessoalmente Dirceu, não sou filiado ao PT, não tenho nenhuma
procuração dele, mas como “homem livre e de bons costumes” não posso me calar
diante dessa montagem que já destruiu sua reputação e tenta destruir o PT. Talvez
a grande descoberta de toda investigação é que Dirceu é empresário bem
sucedido, mas isso não é crime. Eu
prefiro os trabalhadores, mas Infelizmente grande parte dos políticos é
empresário.
Os dois principais protagonistas da condenação de Dirceu são
os juízes ex-ministro do STF, Joaquin Barbosa, e o juiz Sérgio Moro. Sem contar
a ajuda mirabolante da mídia! Joaquim Barbosa julgou a AP 470, conhecida como Mensalão,
e o juiz Sérgio Moro é o chefe da operação Lava jato da Polícia Federal. Nenhum
desses dois juízes, nos processos contra Dirceu, apresentou qualquer prova
material contra ele. E a prova material é a base para condenação no nosso
direito penal.
Por que esse linchamento de Dirceu? Porque Dirceu seria o
sucessor natural de Lula, era a segunda estrela do PT, por isso apontaram os
canhões contra ele. Destruir Dirceu seria limitar a trajetória da estrela do
PT. O principal algoz político de Dirceu foi o deputado federal Roberto
Jeferson, do PTB/RJ, apontado em vídeo pelos seus afilhados nos Correios, de
que recebiam propina em seu nome. Na história do mensalão, Roberto Jeferson foi
o único que comprovadamente recebia mensalão. Os outros condenados do mensalão
foram com base em outras motivações e algumas até pertinentes.
Roberto Jeferson, através da mídia, acusou Dirceu como o
chefe da quadrilha do mensalão, mas também não apresentou nenhuma prova. Jeferson
foi pego com a boca na botija, como diz o ditado, e queria que o governo de
Lula, do qual fazia parte da base de apoio, o salvasse, como se isso fosse
possível, e como isso não aconteceu Roberto Jeferson virou-se contra Dirceu e o
PT.
Na trajetória do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa ficou a
mácula de condenar Dirceu e outros pelo “Domínio dos Fatos”, sem prova material,
e de não ter julgado o mensalão do PSDB e do DEM, que foram anteriores ao do
PT. E o juiz Sergio Moro, na AP 470, foi autor da tese cujo trecho divulgamos
abaixo, serviu de base para a condenação de Dirceu e que norteou o voto da ministra Rosa Weber,
da qual era assistente:” ... “Não
tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me
permite”... Sergio Moro é acusado na justiça do Paraná de montar uma indústria
de “delações premiadas”, que tem como principal operário, o doleiro Alberto
Youssef, que é seu colaborador desde o caso Banestado. Muitos consideram
detalhe, mas creio ser relevante, que Rosangela Wolff de Quadros Moro,
mulher de Sérgio Moro, que investiga a Petrobrás, advoga para o PSDB do Paraná.
Essa relação de sua mulher com o PSDB torna-se importante quando, na operação
Lava Jato, o juiz Sérgio Moro considera as delações contra Dirceu e
desconsiderou, dentro da mesma operação, as delações contra o senador Aécio
Neves do PSDB e de Antônio Anastasia do PSDB, ex-governador de Minas gerais. Outra
coisa muito inquietante é que, segundo o Wikipédia, a mulher de Moro é advogada de empresas petrolíferas concorrentes
da Petrobrás, empresa que o juiz está sendo acusado de tentar paralisar.
A armação contra Dirceu teve até bengaladas de um ancião nos
corredores do Congresso Nacional, com ampla cobertura na imprensa, que depois a
sociedade tomou conhecimento de que se tratava de um ator contratado pelo PSDB
para desmoralizar Dirceu.
O imperador Romano, Pôncio Pilatos, preferiu lavar as mãos e
deixar o povo julgar Jesus. Dirceu está longe de ser um santo, não é Deus, mas
é filho dele. É justa nossa omissão diante do seu linchamento?
Fonte: A farsa das bengaladas em Dirceu. https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/politica-br/conversations/topics/43550
Rio de Janeiro, 22 de maio de 2015
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