quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Em defesa das mães dos brasileirinhos de Pinheirinhos

Por Emanuel Cancella

São Paulo, nos seus 458 anos, não merece um governo troglodita como o de Geraldo Alckmin, e o Brasil não merece uma imprensa marrom como a da Globo. O governador Alckmin não esgotou o tema social tão importante na política e chamou a polícia, e a Globo julgou e condenou sem direito de defesa a população pobre de Pinheirinhos.


O Brasil mudou, milhões de brasileiros saíram da miséria; somos a 6ª economia do mundo, descobrimos o pré-sal. Os olhos do mundo se voltam para o Brasil. Lula, o presidente, foi chamado de “o cara” por Barack Obama, presidente dos EUA, Obama agora manda facilitar a entrada dos Brasileiros nos EUA. Não podemos admitir esse tipo de tratamento ao povo pobre de Pinheirinhos. Até porque o direito a moradia é Constitucional.


Hoje existe um número muito maior de estrangeiros querendo entrar no Brasil do que brasileiros querendo sair do país. Digo isso porque a arrogância do governador Alckmim na TV, sustentando a expulsão das mães e das crianças de Pinheirinos, lembra os tempos medievais, como a cobertura da Globo em Pinheirinhos nos faz lembrar os tempos da ditadura militar, quando a Vênus de Prata tentou encobrir, enquanto conseguiu, os comícios das Diretas.


Temos que varrer de nosso país esse tipo de política junto com esse tipo de jornalismo! Ambos, o político Alkmim e a Globo tentam se firmar. Alkmim foi abandonado por seu partido na corrida presidencial que só cogita Serra e Aécio. E a Globo despenca na audiência. Enquanto um tenta criar um fato político, a globo apela para esse tipo jornalismo e para o sexo no BBB que inclui até estupro.


As mães e os brasileirinhos de Pinheirinhos não passarão, entretanto passaram a ditadura militar, trocentos políticos trombadões, como Geraldo Alckmim e outros impérios televisivos em nosso país!

São Paulo, nos seus 458 anos, deu tanto orgulho aos brasileiros, mas o mesmo não se pode dizer de seus governantes.


O paulista Adoniran Barbosa deixou em verso e música “Despejo na Favela” sua triste homenagem ao povo das favelas como o de Pinheirinhos:


Quando o oficial; de justiça chegou
Lá na favela
E contra seu desejo
Entregou
Prá seu Narciso
Um aviso
Pruma ordem de despejo
Assinada seu doutor
Assim dizia a petição
Dentro de dez dias quero a favela
Vazia
E os barracos todos no chão
É uma ordem superior
Ô, Ô, Ô, Ô, Ô meu senhor
É uma ordem superior
Não tem nada não seu doutor
Não tem nada não
Amanhã mesmo
Vou deixar meu barracão
Não tem nada não seu doutor
Vou sair daqui
Prá não ouvir o ronco do trator
Prá mim não tem problema
Em qualquer canto me arrumo
De qualquer jeito me ajeito
Depois, o que tenho é tão pouco
Minha mudança é pequena
Que cabe no bolso de trás
Mas essa gente aí, hein?
Como é que faz?
Ô, Ô, Ô, Ô, Ô meu senhor


RIO DE JANEIRO, 26 de janeiro de 2012

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