quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Serviços privatizados

por Emanuel Cancella

UM DIA FALTA TRANSPORTE E NO OUTRO FALTA LUZ

Faço parte do grupo de cidadãos que entende que os serviços essenciais e estratégicos têm que ser estatais e públicos. A história tem mostrado isso.


A mídia é do partido do capital ou pertence ao capital, tanto faz, a verdade é que ela tem o poder de seduzir a sociedade com a história de que a iniciativa privada traz benefícios à população. Gostaria de ser informado onde a iniciativa privada é eficiente, onde fez os investimentos necessários e mantém serviços de excelência, com preços de tarifas razoáveis.


O que se vê no Brasil é o estado fazendo pesados investimentos com o dinheiro do contribuinte e depois entrega a obra pronta para a iniciativa privada. As estradas são construídas com o nosso dinheiro e depois entregues às operadoras que cobram preços de pedágios inconcebíveis.


Aqui no Rio, o transporte (trem/metrô/barcas) opera em um verdadeiro caos. Na Ligth e no gás, como se já não bastassem os serviços pífios, temos a explosão dos bueiros. No Rio, o jornal O Dia de 25/1, na primeira página: um dia é sem transporte e no outro sem luz. De excelência mesmo só os preços, para eles, pois para o povo são exorbitantes.


A população mais pobre tem se manifestado em todo o país contra o preço da tarifa dos transportes. No Rio, o governador Sérgio Cabral, além de autorizar o aumento da tarifa das barcas, concedeu um subsídio de 30 milhões (isso é dinheiro vivo na mão da concessionária). As barcas estão entre as piores prestadoras de serviços em transporte.


Os brasileiros já reprovaram as privatizações, que, diga-se de passagem, não resistem a uma investigação, entretanto não conseguimos implantar uma CPI para apurar o que hoje se conhece como “privataria”. Leia para saber o que rolou nas privatizações o livro “A Privataria Tucana” de Amaury Ribeiro Junior. Além, de serem consideradas como ação entre amigos, os resultados da transferência do público para o privado são ridículos. Aliás, não é só a mídia que sustenta as privatizações, os governantes e grande parte dos políticos financiam suas campanhas com dinheiro dessas empresas.


Aqui no Rio, não conseguimos espaço na mídia para fazer esse tipo de crítica. A mídia critica de forma pontual, como se essas ocorrências nos serviços privatizados fossem uma coisa pontual. Apesar de derrotadas nas urnas por Lula e Dilma e nas ruas pela sociedade, as privatizações prosseguem, agora o governo Dilma, de forma contraditória, vai privatizar os aeroportos: Pasmem! Não vão privatizar todos os 67 aeroportos, somente os lucrativos!


RIO DE JANEIRO, 25 de janeiro de 2012

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