segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Bolsonaro é contra “Ainda Estou Aqui”: Por que era o terrorista que ia explodir o Guandu e quartéis!

 por Emanuel Cancella 

Bolsonaro alfineta a Lei Rouanet após a vitória de Fernanda Torres. “Ainda Estou Aqui”, que rendeu a estatueta a Torres, não foi um dos beneficiados pelos recursos da Lei Rouanet. A legislação não permite que verbas sejam destinadas a longas-metragens (9).

Os ditadores de extrema direita odeiam o teatro, o cinema, a música e a arte em geral, porque os artistas nunca se calaram diante da violência do Estado. Muitos pagaram com a vida; outros foram presos e torturados.

Charlie Chaplin enfrentou Hitler no cinema com O Grande Ditador.
O filme recebeu cinco indicações ao Oscar em 1941, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator para Charlie Chaplin, Melhor Roteiro Original, Melhor Trilha Sonora e Melhor Ator Coadjuvante para Jack Oakie (6).

Ainda Estou Aqui, com Fernanda Torres e Selton Mello, dirigido por Walter Salles, trouxe a público o cruel assassinato do deputado Rubens Paiva e seu corpo insepulto. “‘Ainda Estou Aqui’ é um filme que precisa ser contado”, disse a ministra sobre a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro.
“Nós precisamos, de uma vez por todas, acabar com esse fantasma da ditadura no nosso país”, afirmou Margareth Menezes (7).

Essa, por exemplo, foi a luta de Zuzu Angel, que teve seu filho, o estudante Stuart Angel, preso, torturado e morto dentro de uma unidade das Forças Armadas Brasileiras. Sua mãe, desesperada, procurou por ele incansavelmente.
Saudosa Zuzu Angel, estilista de fama internacional, largou tudo à procura do filho, até descobrir que ele estava morto.
Foram milhares, civis e militares, perseguidos, presos, torturados e mortos.

O capitão Carlos Lamarca virou “terrorista” porque, além de não concordar com a ditadura militar, decidiu combatê-la com armas (8).

Sérgio Macaco, o capitão que evitou um atentado da ditadura (1). Morto há 30 anos, o militar negou-se a cumprir ordens para executar uma operação em 1968 que deixaria pelo menos 10 mil mortos no Rio de Janeiro, entre eles o arcebispo Dom Helder Câmara e o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
“Não, não concordo. E, enquanto eu estiver vivo, isso não acontecerá.” Estas teriam sido as frases ditas pelo capitão paraquedista Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, conhecido como Sérgio Macaco, ao seu superior, o brigadeiro João Paulo Burnier, em 12 de junho de 1968.

Na mesa de Burnier estava um ousado plano que deixaria pelo menos 10 mil mortos no Rio – e a culpa seria atribuída “aos comunistas”.
Conforme denunciou o capitão – e inquéritos posteriores confirmaram –, o brigadeiro queria que o esquadrão paraquedista de resgate Para-Sar organizasse uma série de atentados. Carvalho comandava esse grupo.

Burnier previa a explosão de bombas em alvos específicos, como lojas, agências bancárias e a sede da embaixada americana. Ele também tinha uma lista de 40 personalidades de oposição que deveriam ser sequestradas e lançadas, de avião, no meio do oceano. Entre os nomes estavam o arcebispo Dom Helder Câmara, o ex-presidente Juscelino Kubitschek e o ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda.

Por fim, o plano incluía ainda a explosão do hoje desativado Gasômetro do Rio – na época, fornecedor de gás para a cidade – e da represa de Ribeirão das Lajes. Isso seria feito na hora do rush, o que causaria a morte de pelo menos 10 mil pessoas – algumas estimativas calculam dez vezes mais.

Na época, Carvalho foi transferido para Recife e, no ano seguinte, com a promulgação do Ato Institucional nº 5, foi compulsoriamente reformado.

Bolsonaro, no voto pelo impeachment de Dilma Rousseff no Congresso Nacional, fez elogios ao torturador da ex-presidente, o coronel Brilhante Ustra. Na ocasião, Bolsonaro havia descrito Ustra como “o pavor de Dilma Rousseff” (3).
Lembrando que Dilma, segundo o ministro do STF Luís Barroso, foi vítima de um golpe. Juristas afirmam que Dilma não cometeu nenhum crime (4,5).

E o então capitão Jair Bolsonaro, na década de 80, num ato terrorista, queria explodir o Guandu e quartéis. Ele apresentou à revista Veja o croqui de sua autoria. O protesto, segundo a revista, era por aumento de salário (2)!

Gostaria de prestar uma homenagem ao ator e diretor Amir Haddad, na época diretor da Escola de Teatro Martins Penna. Por volta de 78/79, nos anos de chumbo, ele reuniu os alunos da escola, entre eles eu, em um bar-restaurante no Flamengo, RJ, para buscar refúgio para perseguidos da ditadura militar, fugitivos por lutar contra o regime por democracia e liberdade!

Fonte: 1 - https://www.dw.com/pt-br/s%C3%A9rgio-macaco-o-capit%C3%A3o-que-evitou-atentado-da-ditadura/a-68173437

2 - https://veja.abril.com.br/coluna/reveja/o-artigo-em-veja-e-a-prisao-de-bolsonaro-nos-anos-1980

3 - https://www.cartacapital.com.br/politica/estarrecedor-diz-dilma-ao-relembrar-homenagem-de-bolsonaro-ao-torturador-brilhante-ustra/

4 - https://www.brasil247.com/brasil/barroso-admite-que-dilma-foi-vitima-de-um-golpe-de-estado

5 - https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/05/03/presidente-dilma-nao-cometeu-qualquer-crime-que-justifique-o-impeachment-afirmam-juristas

6 - https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grande_Ditador

7 - https://www.brasil247.com/cultura/ainda-estou-aqui-e-um-filme-que-precisa-ser-contado-diz-ministra-sobre-vitoria-de-fernanda-torres-no-globo-de-ouro

8 - https://memoriasdaditadura.org.br/personagens/carlos-lamarca/

9 - https://www.cnnbrasil.com.br/politica/bolsonaro-alfineta-lei-rouanet-apos-vitoria-de-fernanda-torres/

Rio de Janeiro 6 de janeiro  de  2025. 

Em tempo, se você quiser e puder me ajudar, faça um depósito diretamente na conta de uma dessas entidades filantrópicas, podendo abater no imposto de renda, elas estão listadas em http://emanuelcancella.blogspot.com/2020/07/aviso-importante.html No RJ, pode solicitar a presença de um mensageiro que irão buscar a doação.

Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, em abril de 2023, pós graduado em Direito Constitucional, pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera.

 Ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1519072214-livro-a-outra-face-de-sergio-moro/

 (Esse relato pode ser reproduzido livremente)

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