por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=vCyK-EC1zfk
Cesare Battisti é filho de operários italianos, autor de 16
livros, sua fonte de subsistência, e tem duas filhas francesas e um filho
brasileiro (1).
Ele levou o rótulo de terrorista, lutando contra o governo fascista
dos chamados “anos de chumbo na Itália”, de 1960 a 1980, e por isto está preso
em prisão perpétua, na Itália.
No Brasil, nos nossos anos de chumbo, no mesmo período, personalidades
que também lutavam contra os anos de chumbo, como Chico Buarque, Caetano Veloso,
Juscelino Kubitschek, João Goulart, Angel Stuart, Elis Regina e milhares de
brasileiros eram considerados subversivos e eram perseguidos pela ditadura
militar.
Muitos civis e militares foram perseguidos, torturados e mortos, como o
capitão Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, também conhecido como Sérgio Macaco.
Em 1968, o crime do capitão Sérgio Macaco foi dizer “Não!” ao
brigadeiro João Paulo Moreira Burnier, que lhe deu a tarefa de explodir o Gasômetro
no Rio de janeiro. Presume-se que morreriam talvez até 100 mil pessoas.
Seria um
dos maiores atos terrorista da história da humanidade.
O crime, segundo
relato, seria atribuído aos comunistas. E assim o Capitão Sergio Macaco, herói nacional,
foi preso por 25 dias, processado quatro vezes, transferido e, finalmente,
perdeu a patente (3).
Nos anos de Chumbo, o presidente Jair Bolsonaro queria
explodir a adutora do Guandu e jogar
bombas nos quartéis, reivindicando aumento salarial para os militares (5). Isso
seria terrorismo?
Cesare diz que é preso político, então vejamos:
Divergindo de Temer e Bolsonaro, Lula, no Brasil, e François
Mitterrand, na França, deram asilo político e liberdade a Cesare. Entretanto o golpista
Michel Temer tirou o asilo político dado por Lula a Cesare; o ministro do STF, Luiz
Fux, mandou prendê-lo e foi Bolsonaro quem extraditou Battisti.
Em tempo, Cesare foi preso na Bolívia, onde pediu asilo no governo de Evo
Morales, e a mesma justiça que prendeu Cesare, através de um golpe, afastou
Morales do poder e ainda querem prendê-lo.
Cesare aderiu, na Itália, ao PAC, um braço armado comunista
responsabilizado por vários atentados, inclusive por crime de morte. No Brasil,
assim como na Itália, também surgiram vários grupos armados.
Esses grupos armados, nos anos de chumbo, não surgiram do
nada, já que, tanto na Itália como no Brasil, muita gente era então assassinada
pelos governos da época, como diz o ditado “Chumbo trocado não dói”.
Cesare Battisti abandonou a luta armada antes da consecução
dos crimes a ele atribuídos. Mesmo assim ele foi condenado, sem qualquer
comprovação, só pela de delação premiada de um companheiro de luta, que fez
isso para diminuir sua pena. Cesar Battisti nega os crimes!
Fizeram, assim, na Itália, nos anos de chumbo uma legislação específica para que
pudessem perseguir e encarcerar sem quaisquer provas:
“Para frear a propagação do extremismo nas décadas de 1970 e
1980, período que ficou conhecido como "Anos de Chumbo", a Itália
criou uma legislação especial, instituindo, entre outras medidas, a figura do
"colaborador da Justiça" e a delação premiada - criminosos
arrependidos poderiam ser beneficiados com reduções de pena e proteção
judiciária”.
Algumas destas leis são utilizadas ainda hoje, mas alguns
críticos afirmam que a legislação abriu espaço para medidas - como
interrogatórios sem a presença de advogado e operações de busca e apreensão sem
necessidade de mandados - que violam direitos garantidos pela Constituição” ...A
única prova contra Battisti é o depoimento de um delator, Pietro Mutti, que
embora tenha cometido o mesmo crime que ele, foi condenado a apenas oito anos
de prisão"... (2).
Ontem, 19, nas redes sociais, li um artigo de Cesare Battisti
dirigido ao Gabinete de Vigilância de Clagliari”, reclamando das condições carcerárias.
Com certeza que Cesare, com essa denúncia, quer ir muito além das precárias condições
carcerárias, pois ele busca sua justa liberdade.
Perdoe-me, meu amigo Cesare, pois, no dia do amigo, 20/07/20 como
“homem livre e de bons costumes”, só posso lhe oferecer isso!
A Cesar o que é de Cesar!
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Rio de Janeiro, 20 de julho de 2020.
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entidades sociais e filantrópicas que atendem as mais diversas pessoas
excluídas de nossa sociedade, de forma a aumentar o valor de meus apoios
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Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese.
Enviado para possível publicação para o Globo, JB, o
Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
Meus endereços eletrônicos:
Me siga no twitter.com/Ecancella
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