domingo, 5 de abril de 2020

Bolsonaro joga na lama a imagem das Forças Armadas!


por Emanuel Cancella

Sérgio Macaco, um Herói a ser reverenciado | Marcelo Auler
Capitão Sergio Macaco heroi nacional!

Bolsonaro encheu seu governo de militares, há quem diga que Bolsonaro não governa mais e que uma junta militar estaria comandando o país.

Mentira, pois continua a valer os princípios bolsomínios como o combate ao isolamento social. Tanto que Bolsonaro passou o dia de hoje, 05/04, nas redes sociais, fazendo campanha contra o isolamento social (1).

E até hoje não foram liberados os R$ 600 reais aprovados pelo Congresso Nacional. E, apesar do jogo de cena, nada de equipamento no combate ao Covid-19 foi comprado.

Os R$ 600 reais esbarraram nos problemas técnicos, como alegado pelo ministro Paulo Guedes (3). E o material hospitalar, que vinha para Bahia no tratamento do Covid-19, foi tomado, na mão grande, pelo governo americano, aliado de Bolsonaro (2).

Além de isolado mundialmente no combate ao Covid-19, Bolsonaro e seu clã estão envolvidos num verdadeiro mar de lama.

Pois apesar de estarmos numa democracia, o clã Bolsonaro goza de privilégios jurídicos dos anos de chumbo. Lembro-me agora do “Sabe-com-quem-está-falando?”, dito normalmente por militares para cessar qualquer crítica ao regime de 1964. E hoje esses preceitos voltaram a prevalecer agora em relação ao clã Bolsonaro.

Na porta do Palacio do Planalto: De moto, Bolsonaro é questionado sobre Queiroz e responde: ‘Está com sua mãe’(4).

Mas nada é investigado. Até porque o ministro da Justiça, Sergio Moro, mantém bem engavetadas as denúncias envolvendo seu Jair e sua clã.

E tem muito mais. A investigação sobre os 39 kg de cocaína, presos pela polícia espanhola, com um sargento na comitiva presidencial de Bolsonaro, está guardada a sete chaves pela Polícia Federal subordinada a Moro (5).

Há ainda o escândalo de corrupção conhecido como Itaipu Gate, envolvendo os governos do Brasil e Paraguai, o então partido do presidente o PSL e a empresa da família de Bolsonaro. Um crime que virou segredo de justiça, parado numa das pastas na gaveta do ministério da Justiça, sob os auspícios de Moro.

E o envolvimento do clã bolsonaro com as milícias vai muito além da vizinhança de um condomínio na Barra e envolve o assassinato da vereadora Marielli Franco do Psol/RJ e de seu motorista Anderson Gomes (6).

Bolsonaro quando deputado, no voto de impeachment da presidenta Dilma, fez apologia ao torturador Coronel Alberto Ustra Brilhante. E Bolsonaro disse que Ustra era o terror de Dilma (8).
Imagine um Capitão do Exército falando isso de alguém que poderia ser sua irmã, mãe, mulher ou filha. Dilma era uma jovem estudante, com pouco mais de 20 anos, quando foi presa e torturada na ditadura militar.   Com essa declaração, Bolsonaro conseguiu ser pior que o torturador. E não podemos esquecer que Bolsonaro quando capitão queria explodir o Guandu e quartéis (9).

Só um desalmado é capaz dessa proeza, infelizmente representa muita gente no Brasil, conforme descobrimos mais tarde.

Grande parte da sociedade acredita nas Forças Armadas, minha saudosa mãe levava eu e outros irmãos para assistirmos ao desfile de 7 de setembro.

Não creio que todo militar seja golpista e torturador, pois estes são criminosos.
.   
Ao contrário, muitos militares foram perseguidos, presos e mortos quando se opuseram à ditadura militar de 1964.

Como brasileiro, tenho muito orgulho de militares como o brigadeiro Sérgio Ferrolla, Marechal Rondon, o capitão Sérgio Macaco, João Candido o Almirante Negro, o Almirante Othon Pinheiro, e tantos outros militares anônimos que abrilhantaram   e abrilhantam nossas Forças Armadas.

Um dos perseguidos no golpe de 1964 foi o Capitão paraquedista Sérgio Macaco que disse “Não!” à orientação do Brigadeiro Burnier na explosão do Gasômetro. Foi além, pois impediu seus subordinados de praticar tal ação (7). Quantas vidas de brasileiros inocentes foram poupadas!

Será que as Forças Armadas vão submeter seu legado ao capitão Jair Bolsonaro?


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Rio de Janeiro 05 de abril  de 2020.

Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em:
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OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

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