por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=sHzeV1-jfxA

A Lava Jato, ao longo de sua existência, constitui-se em um
mar de lama e só sobrevive porque tem aval do STF e da mídia principalmente da
Globo. Além disso, a Lava Jato usa o Ministério Público para atemorizar seus
críticos.
Pelo menos três deles foram intimados pelo MP, a pedido do
então chefe da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro.
Um deles, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, foi
intimado e levado a depor através de condução coercitiva (1). O outro foi o
diretor da CUT, Roberto Ponciano, que foi intimado (6).
Eu, Emanuel Cancella, então diretor do Sindipetro-RJ e
coordenador da FNP, fui intimado duas vezes em um ano. A primeira, na véspera
do lançamento de meu livro, A Outra Face de Sergio Moro. Na verdade o juiz
Sergio Moro queria impedir o lançamento do livro, mas o livro saiu (7 a 10).
Nenhum dos três intimados foi por corrupção, mas sob a
acusação de ter praticado crime contra a honra. No meu caso, quando fui citado,
na primeira vez, pelo oficial de justiça, liguei para o MP para saber quem era
o autor da intimação. Depois de um nítido jogo de empurra me informaram que a
intimação fora a pedido do juiz Sergio Moro.
Agora o mesmo MP, que funciona como capanga dos interesses
espúrios do juiz Sergio Moro, até hoje não respondeu a minha denúncia, de
novembro de 2016, onde denunciei a omissão da Lava Jato em relação à gestão
criminosa dos tucanos FHC e Pedro Parente na Petrobrás. Veja a
íntegra da denúncia (1)
A Lava Jato vai muito além da blindagem dos partidos como o
PSDB, pois nem Aécio Neves, recordista em denúncias na Lava Jato, foi
incomodado pela Operação. E Aécio ainda cobra arrependimento de Lula (3).
Agora a Lava Jato blinda também o PSL, partido de Bolsonar, o
rei dos candidatos laranjas. E Fabrício Queiroz continua impune. Motorista e
assessor do senador Flavio Bolsonaro, Queiroz foi denunciado pelo COAF com
movimentações de R$ 1.2 milhões, em um ano. Aliás, valor maior que o atribuído
ao tríplex, que a mesma Lava Jato diz que é de Lula, mas sem nunca comprovar,
seja com registro do imóvel ou qualquer outro documento hábil.
Nessas movimentações, o Queiroz fez um depósito de R$ 24 mil
na conta da primeira dama Michelle Bolsonaro. E a Lava Jato até
hoje, passados vários meses, não quebrou o sigilo bancário e telefônico do
Queiroz e não usou a condução coercitiva já que ele, o Queiroz, faltou à
audiência marcada pelo MP.
Mas além da blindagem aos políticos tucanos e agora do PSL,
como também do Queiroz, a Lava Jato protegeu até roubo na Petrobrás.
Pois a Petrobrás pagou R$ 2 BI ao banco JP Morgan de um
empréstimo que só venceria em 2022 e o então presidente da Petrobrás, Pedro
Parente, é sócio do banco (4).
E agora vem a notícia de que Deltan Dallagnol vai administrar
um fundo bilionário que a Lava Jato vai criar com dinheiro da Petrobrás (5).
É colocar a raposa para tomar conta do galinheiro!
Rio de Janeiro, 10 de março de 2019.
Em tempo: O meu livro A outra face de Sergio Moro está à
venda no Mercado Livre, cuja a renda é integralmente para os demitidos da
indústria naval: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese.
Enviado para possível publicação para o Globo, JB, o
Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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