por Emanuel Cancella

O debate hoje, no Brasil, é entre católicos e protestantes,
entre conservadores e comunistas, civis e militares.
Assistindo à TV, nesta semana, vi o repeteco da escolinha do
professor Raimundo. Chico Anysio convocara uma leva de artistas
idosos para compor a escolinha que, com certeza, estavam literalmente
aposentados e abandonados pelo meio artístico: Antonio Carlos Pires,
Joselino Barbacena; Brandão Filho, o Sandoval Quaresma; Jorge Loredo, o Zé
bonitinho, e vários outros.
Chico ganhou audiência, dinheiro e prestígio, mas para
alguns se transformou em exemplo de solidariedade com os idosos, algo que falta
na atual humanidade.
Durante a ditadura militar, o advogado Sobral Pinto,
conservador, foi advogado de Luis Carlos Prestes, o primeiro senador comunista
do Brasil, e que o universal escritor baiano Jorge Amado chamou de Cavaleiro da
Esperança, aliás, deu título a um de seus livros.
Sobral Pinto entrava nos quartéis militares para visitar
Prestes e para defendê-lo enfrentava os tribunais militares. Sobral Pinto usou
a lei de defesa dos animais, denunciando assim que Prestes estava sendo tratado
pior que um animal.
Numa dessas audiências com o testemunho do
ex-secretário de Justiça do Rio de Janeiro, Técio de Lins e Silva, disse
Sobral, aos gritos, revoltado, ao presidente do tribunal militar “Vou
denunciá-los à nação!”
Por falar em Técio, na minha modesta avaliação, com
sua eloquência, dentro do plenário do STF, conseguiu derrubar a volta da
“Condução Coercitiva”, um entulho autoritário, que chegou a ser usada pela Lava
Jato contra o ex-presidente Lula (1).
Tercio é duro opositor também da delação premiada que
levou Lula à prisão. Segundo Técio, a delação está nas Ordenações Filipinas,
do reino de Portugal, de 1500:
“Joaquim Silvério dos Reis fez a delação premiada
contra Tiradentes. Ganhou o quê? O título de coronel, manteve o seu patrimônio
enorme e foi embora para Portugal”.
Enquanto o ex-presidente FHC tentou privatizar a
Petrobrás, seu pai e tio, na década de 40/50, foram generais que participaram
ativamente da campanha “O Petróleo é Nosso!” Seu tio Feliciano Cardoso era
conhecido como “General do Petróleo”.
E o hoje os generais que compõem o governo de Bolsonaro
se calam diante da entrega de empresas estratégicas como Embraer e Petrobrás.
Enquanto no Brasil, o bispo Macedo e o pastor Silas
Malafaia apoiaram a eleição de Bolsonaro, inimigo das minorias, tais como
negros, homossexuais, mulheres e índios, nos EUA o pastor protestante negro, o
senador Martin Luther King Jr, foi um dos mais fervorosos defensores dos negros
nos EUA e no mundo. Aliás, Luther King foi assassinado em
4 de abril de 1968 pelos seus inimigos políticos.
Na verdade, a solução dos problemas no mundo não está
nas mãos dos militares, civis, direitistas, esquerdistas, católicos ou
protestantes. Eu por exemplo acredito no socialismo e numa outra sociedade, mas
justa e fraterna. Mas a solução dos problemas passa principalmente no caráter
das pessoas!
E o próprio Martin Luther King Jr dizia: “O que me
preocupa não é o grito dos maus, mas o silencio dos bons.” Vamos ver até
quando?
Em tempo: O meu livro A outra face de Sergio Moro está
a venda no Mercado Livre, cuja a renda é integralmente para os demitidos da
indústria naval:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.
Fonte: 1 -
https://www.iabnacional.org.br/noticias/tecio-assume-a-tribuna-do-stf-e-critica-conducao-coercitiva-para-interrogatorio
Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2019.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ
75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando
Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor
Sindical e Nacional do Dieese, Enviado para possível publicação para o Globo,
JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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