por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=5kBzCT-TkDU

As elites brasileiras só elegeram Collor e Bolsonaro para
barrar Lula e o petismo, já que nem Collor e nem Bolsonaro são os candidatos
prediletos de nossa burguesia.
Tanto que Collor sofreu um impeachment, cuja principal
protagonista foi sua criadora e apoiadora: a Globo.
Essa elite brasileira, que inclui principalmente a mídia e a
Justiça, não é de brincadeira.
Tanto que Lula foi preso, sem qualquer prova, num claro
intuito de impedir sua candidatura que, segundo o Ibope, seria vitoriosa em
primeiro turno (7). É bom lembrar também que conseguiram afastar Dilma do
governo, através de um impeachment, sem nunca provarem absolutamente nada
contra ela.
Entretanto, seu vice, o golpista Michel Temer, já foi
denunciado 3 vezes por corrupção, e, de forma muito suspeita, vai completar seu
tempo como presidente. Só agora, ao final do governo, Temer faz elogios a
Dilma. Em entrevista, Temer diz que Dilma é uma "senhora
correta e honesta" (5,6).
Com Bolsonaro, as brigas com a elite midiática começaram já
durante a campanha. Bolsonaro chegou a ameaçar cortar pela metade a verba para
a Globo e a jornalista da Folha de São Paulo, Patrícia Campos
Mello, mesmo ameaçada, denunciou a campanha fraudulenta via fake
news de Bolsonaro (1,2).
O vice de Collor, que assumiu a Presidência no seu
impedimento, foi Itamar Franco. Itamar, salvo engano, comportou-se o tempo todo
como aliado de Collor e nunca durante o governo Collor se pronunciou
publicamente contra ele.
Já o vice de Bolsonaro, General Hamilton Mourão, quase toda
semana tem uma crítica pública a Bolsonaro (4).
Bolsonaro também já começa mal com o vice.
Mourão diz que é preciso explicar a transação de R$ 1,2
milhão envolvendo o motorista de Flávio Bolsonaro (3).
Mourão também diverge de Bolsonaro na mudança da embaixada
brasileira em Israel(4). Eu particularmente concordo com essas críticas de
Mourão, mas feitas publicamente e por seu vice mais parecem críticas da
oposição.
Collor, quando caiu em desgraça e buscando apoio popular,
aproximou-se de Brizola que era governador do Rio de Janeiro e um dos
principais líderes da oposição. Brizola condicionou seu apoio politico à
construção de Cieps e, se não me engano, à conclusão da linha vermelha. Brizola
mostrou-se um líder que colocava os interesses legítimos da sociedade acima dos
interesses pessoais e partidários.
Quanto a Bolsonaro, ou ele busca um viés que o aproxime dos
interesses dos trabalhadores, aparando também as arestas com os movimentos
sociais, ou ele vai rumo à segunda facada. E o algoz não vai ser a esquerda,
será a mesma elite que os elegeu e que defenestrou Collor!
Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 2018.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
Meus endereços eletrônicos:
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