por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=MU5Y9CQzA8Y
A elite brasileira não aceita os movimentos sociais
principalmente o MST e MTST porque estes movimentos expõem as carências do
Estado.
O Brasil, para quem não sabe, é dos últimos países no mundo a
não fazer a reforma agrária.
“Estudo da Oxfam aponta o aumento da concentração de terras no Brasil,
que nunca levou a cabo uma distribuição efetiva das áreas rurais” (1).
E o MST, que empunha a bandeira da reforma agrária, é
tratado como bandidos e baderneiros.
Volta e meia assistimos a nossos governos distribuindo
terras para multinacionais, nas chamadas guerras fiscais, que pouco ou nenhum
retorno traz para o país.
O sem-terra quer a terra para plantar e estabelecer-se
com sua família no campo. Assim evita-se o êxodo rural que leva o retirante
para a cidade e o consequente aumento da violência. Levar o pessoal do campo
para a cidade é como tirar o peixe da água. Nas cidades, essas
famílias vão morar nas favelas e se transformam em subempregados.
A Agricultura Familiar, braço do MST, é responsável por 70%
dos alimentos do campo que vão para mesa dos brasileiros (1). Com a reforma
agrária poderíamos dobrar a produção desses alimentos.
Quanto ao MTST, o tratamento dispensado pelas autoridades não
é diferente do MST, já que tratam a questão da moradia como caso de polícia.
O ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, em palestra na
faculdade Cândido Mendes no Rio disse. “O sonho número um dos homens e mulheres
do planeta, ricos ou pobres, é a casa própria”
Os dirigentes desses movimentos, que organizam a sociedade em
torno do sonho da casa própria, deveriam ser exaltados, pois são eles que
evitam a multiplicação de tragédias como a de Niterói no Rio, que matou 14
pessoas (2). Pessoas moram com suas famílias em locais de alto risco, como
essas de Niterói. Elas permanecem no local mesmo sendo alertadas pelas
autoridades do perigo, porque não têm onde morar.
O déficit de moradia no Brasil é de 7.7 milhões. E o Brasil
possui 6,05 milhões de imóveis desocupados há décadas (4).
Agora o governo Michel Temer quer transformar a lei
antiterrorismo, que foi criada por Dilma, por exigência internacional, durante
as Olimpíadas e Copa do Mundo, para atingir os movimentos sociais
principalmente o MST e o MTST. Movimentos sociais não constava da lei
(5). Vale lembrar que tanto a luta pela terra como a dos
imoveis urbanos são recepcionadas pela Constituição Federal.
Tanto Temer quanto Bolsonaro querem criminalizar os
movimentos sociais, principalmente o MST e o MTST. É bom saber deles quantas
famílias serão assentadas pela reforma agrária e quantas famílias vão ser
contempladas pela obtenção de moradia?
Ou a politica para este setor é só a repressão!
Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2018.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
Meus endereços eletrônicos:
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