por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=8J7BSGl8Ae0
A sociedade se escandaliza com a picaretagem do ministro
Gilmar Mendes, dando habeas corpus e tirando da prisão bandidos de colarinho
branco, nunca um pobre. Dentre tantos:
- O médico estuprador Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão pelo
estupro de 58 mulheres;
- “Concedeu habeas corpus a Daniel Dantas, preso pela Polícia
Federal no caso Satiagraha em 2008. Fez o mesmo com Cristina Maris Meinick
Ribeiro, condenada por sumir com o processo de mais de R$ 180 milhões de
sonegação fiscal da Receita Federal contra a Globo na Copa do mundo de 2002”
(1,2).
Sergio Moro é outro juiz que diz combater a corrupção, mas
deixa o tucano Aécio Neves, líder em denúncias na Lava Jato, livre leve e solto
e com mandato de senador (4).
O juiz Sergio Moro não esconde de ninguém sua cumplicidade
com os criminosos tucanos, o que vem de longa data. Moro chefiou a investigação
do Banestado, na década de 90. Segundo o senador Roberto Requião, discursando
no plenário do Senado Federal: “A mãe de toda a corrupção no país não é o
Mensalão ou o Petrolão é o Banestado que tungou meio trilhão de reais dos
cofres públicos. Um escândalo exclusivamente tucano e nenhum deles foi preso”
(5).
Agora, o juiz Sergio Moro chefia a Lava Jato, que diz
investigar a Petrobrás, mas na verdade conspira contra ela. Durante três anos,
a Lava Jato deu um show de imagens vazadas de delações, sempre veiculadas na
mídia, principalmente na Globo. Lembrando que isso aconteceu na gestão do PT na
Petrobrás.
Apesar de usarem o slogan “A lei vale para todos” a Lava Jato
mandou contraditoriamente os principais ladrões da Petrobrás cumprirem suas
penas em casa, verdadeiros clubes de lazer, construídos com dinheiro da
roubalheira, entre outros, o diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa; Sérgio
Machado, presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobrás; o doleiro Alberto
Youssef e o operador do PMDB, Fernando baiano, entre outros (6).
Já na gestão do PSDB na Petrobrás, os tucanos deitam e rolam.
Nem denúncia formalizada fez o MPF tomar qualquer providência. A denúncia, de
novembro de 2016, mostrava a omissão da Lava Jato em relação à gestão criminosa
de FHC e Pedro Parente na Petrobrás. Veja a denúncia na íntegra (7).
A sociedade começou a entender as inexplicáveis prisões
domiciliares com a entrevista publicada, na Folha de São Paulo, através da
jornalista Mônica Bergamo, com o advogado da Odebrechet, Rodrigo Tacla Duran.
Duran disse que foi procurado pelo advogado Carlos Zucoloto
Junior, compadre de casamento de Moro, e ex sócio de sua esposa Rosangela Moro,
que, falando em nome da Lava Jato, fez a Duran a seguinte proposta: que através
de um pagamento “por fora” de US$ 5 milhões concederia a Duran a prisão
doméstica e perdão da multa de US$ 10 milhões da Odebrecht.
Moro saiu em defesa de Zucoloto, dizendo que ele é seu amigo
e Duran um farsante e fugitivo da lei. Ate então Moro não disse que Zucoloto
era seu compadre e ex-sócio de sua esposa.
Depois a imprensa revelou que Zucoloto era muito mais que
amigo e, o pior, a revista Veja, com base em informação da Receita Federal,
divulgou que Duran fez depósito na conta da esposa de Moro, Rosangela
Moro. Moro, em pânico, disse que o depósito de Duran era para tirar cópia
de processos (8 a 11).
O gritante nessa história é que, no final, fica valendo para
a justiça a versão de Moro: Zucoloto não é seu comparsa, é seu amigo, e o
depósito de Duran na conta da esposa de Moro foi para tirar cópias de processo,
como se a sociedade fosse formada de um bando de idiotas.
Se o Moro, para soltar o preso, pede “Por fora”, qual será o
esquema de Gilmar Mendes?
O fato é que a sociedade não vê uma operação da Polícia
Federal na casa de Gilmar Mendes e nem na de Sergio Moro, e ninguém quebra o
sigilo telefônico e bancário desses picaretas de toga.
E no Brasil, em que juiz, por mais picareta que seja, nem
sequer é investigado, um ex-presidente está preso, mesmo já tendo provado sua
inocência. E quem prende é o juiz Moro, chefe da Lava Jato, que blinda a
quadrilha tucana e cobra por fora para o condenado obter a prisão
doméstica!
10- https://veja.abril.com.br/blog/radar/moro-poderia-ser-impedido-de-julgar-ex-advogado-da-odrebecht/
Rio de Janeiro, 31 de maio de 2018.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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