por Emanuel Cancella
Eu cresci cantando a música
de Raul Seixas e Paulo Coelho, “Al Capone: Ei! Al Capone Vê se te emenda Já
sabem do teu furo, nego No imposto de renda Ei! Al Capone Vê se te orienta Assim
desta maneira, nego Chicago não aguenta...”
Al Capone escapou
várias vezes de ser condenado por seus outros crimes. Ele só foi preso, em
1931, quando o agente Eddie O’Hare descobriu que o gângster não declarava seus
impostos. Por esse crime, Al Capone foi condenado a 11 anos, na prisão federal
de Atlanta. Nem pagando, Al Capone se livrou da prisão e dinheiro para ele não
era problema.
Agora, aqui no Brasil, a coisa é seria! Milhares
de brasileiros caem na “malha fina” e, todo dia, procuram a Receita Federa para
negociar, quando querem continuar como bons pagadores.
Agora, na “malha
grossa”, a coisa é diferente, os fiscais da Receita são mai$ maleávei$. Se não
vejamos, a Globo sonegou o Imposto de Renda da Copa do Mundo de 2002, cerca de R$
180 milhões. E não é, como muitos, que cometem um erro material e, mesmo assim,
caem na “malha fina” e são obrigados a prestar contas. Com a Globo foi bem
diferente, pois a mesma foi fazer o negócio nas Ilhas Virgens, famoso paraíso
fiscal, onde os bandidos de toda espécie vão fazer seus negócios espúrios.
Pensam alguns: Ah!.A
Globo é primária e por isso tem os benefícios da lei! Coisa nenhuma! No escândalo
conhecido como Swssileaks, a Globo, junto com a Band, Folha de São Paulo, RBS, Editora
Abril, responsável pela revista Veja, e outras têm contas na Suíça para lavagem
de dinheiro, num total de R$ 20 bi, quase o que a presidente Dilma precisa
arrecadar no “Ajuste Fiscal”. Esses veículos de comunicação, que se dizem diariamente
indignados com a corrupção no país, quando vão prestar contas com o leão da
Receita Federal? É bom saber quando, pois, caso contrário, o cidadão comum tentará
fazer o mesmo!
No auge do cinismo, a
mídia ainda divulgou que o gerente da Petrobrás, Pedro Barrusco, tinha conta no
HSBC da Suíça, mas pelo menos ele está respondendo pelos seus crimes, e
devolvendo o dinheiro da corrupção. Diferente de Al Capone e do Pedro Barusco,
a mídia não paga, não vai presa e, o mais grave, são concessionárias dos
serviços público. Fica difícil acreditar que seja só negligência, incompetência
ou sobrecarga de trabalho dos Fiscais da Receita Federal!
Como
dizia (Stanislaw Ponte Preta), “Ou restaure-se a moralidade ou nos locupletemos todos”.
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
Rio de Janeiro, 15 de
setembro de 2015
OBS.: Artigo enviado
para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época
entre outros órgãos de comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário