por Emanuel Cancella
A presidente Dilma precisa organizar, urgentemente, um plano
para que a Petrobrás volte a investir, para que as obras brasileiras possam
continuar. A Petrobrás, com os impostos
que paga, financia 80% das principais obras do país, envolvendo milhões de
empregos diretos e indiretos e injeta recursos na União, estados e municípios.
Isso para que o Brasil permaneça como o
segundo canteiro de obras do planeta, só perdendo para a China.
O plano consistiria em dar suporte financeiro necessário a
Petrobrás através do BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e o banco dos
BRICS, simultaneamente aos acordos de leniência, mantendo assim o funcionamento
das empresas construtoras envolvidas em corrupção. Aliás, essa é uma prática
usual nos países desenvolvidos, principalmente nos EUA, país que o juiz Sérgio
Moro estudou.
Os EUA, em 2008, para barrar a quebradeira em sua economia,
no escândalo de corrupção que ficou conhecido como “A bolha imobiliária”, injetaram
U$ 7 trilhões de dinheiro público para salvar suas empresas, os empregos e retomarem
o crescimento de sua economia. E também ninguém
assistiu à mídia americana difamar o Citybank e da GM, como faz a nossa mídia com
a Petrobrás.
Dilma, simultâneo ao plano envolvendo os bancos, poderia
mandar reforçar a investigação na Petrobrás, já que a investigação fez bem à
empresa, pois durante seu curso melhorou todos os seus indicadores: aumentou a
capacidade de refino; passou ao primeiro lugar na produção de petróleo
ultrapassando a americana Exxon Mobil; ganhou o “Óscar” da indústria do
petróleo pela terceira vez; e o pré-sal já está atingindo a marca de produção
de hum milhão de barris por dia, o suficiente para abastecer todos os países do
Mercosul.
Além do reforço no Petrolão, Dilma, deveria mandar investigar
no sentido de trazer recursos desviados da União de escândalos que, somando,
são geometricamente maiores que o da Petrobrás como o zelotes, Swssleaks, Fifa
e o Trensalão e também a sonegação do imposto de renda da Globo na Copa do
Mundo de 2002.
O Plano envolvendo os
bancos e o aprofundamento da investigação da corrupção seriam a forma de os
brasileiros barrarem uma oposição inconseqüente, uma mídia golpista, um
Congresso Nacional retrógrado, cujos presidentes das duas casas, Câmara e
Senado, são citados pelo Procurador
Geral da República por envolvimento corrupção.
É bom que se diga que, pela primeira vez, corruptos
corruptores estão indo para cadeia. Entretanto
o único combate à corrupção está sendo na Petrobrás, através da operação Lava
Jato, cujo chefe, o juiz Sérgio Moro, recebeu o prêmio de personalidade do ano
de o Globo. O Petrolão é sabidamente uma investigação tendenciosa, pois blindam
os parlamentares tucanos e o governo de FHC na Petrobrás, ambos várias vezes
citados em delação premiada. Apesar de vários partidos citados em delação
premiada no Lava Jato, como o PSDB, PP, PMDB e PSB só o tesoureiro do PT esta
preso.
Também, antes do Lava jato, os parlamentares tucanos
envolvidos no “mensalão tucano” foram protegidos pelo presidente do STF, Joaquim
Barbosa, com participação do juiz Sérgio
Moro, este como assistente da ministra Rosa
Weber. Dez anos se passaram e o mensalão tucano já está prescrevendo sem
investigação. Pasmem, o mensalão tucano foi anterior ao do PT!
Aí crescem as evidências
de “armação” já que a Globo fez campanha na mídia, no governo de Fernando
Henrique Cardoso (1994/2002) pela privatização da Petrobrás, comparando a
Petrobrás a um paquiderme, e chamando os petroleiros de marajás. Como fez com
todas as estatais que privatizou; FHC, para sucateá-las, congelou tarifas e
zerou investimentos.
No caso da Petrobrás, FHC também esvaziou os quadros técnicos
da companhia não realizando concurso público. FHC não conseguiu privatizar a
Petrobrás, pois esbarrou na vontade popular e na mais longa greve da categoria.
E o pior, a operação Lava Jato é contra os contratos de
leniência, que permitiriam que empresas envolvidas em corrupção continuassem a
funcionar normalmente, enquanto seus donos são julgados e presos, se condenados.
Enquanto
a Petrobrás funciona com freio de mão puxado, a mídia se vangloria apresentando
números negativos, muitas vezes se antecipando, como no caso dos serviços anunciados
pela Folha de 1/8: “Setor de serviços
encolhe pela 1ª vez desde 1990, estimam economistas”.
Não satisfeitos em
parar a Petrobrás, os tucanos, capitaneados pelo senador José Serra, apresenta
a PLS 131/15, que, mais uma vez, tenta entregar o pré-sal à petroleira
americana Chevron. Na primeira vez, em 2009, Serra não conseguiu cumprir o
prometido pois perdeu a eleição e também foi denunciado pelo Wikileaks.
Dilma precisa agir rápido, como fizeram os americanos, para
salvar o Brasil e barrar os entreguistas!
Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
Rio de Janeiro, 31 de agosto de
2015
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
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