O Brasil mudou! Hoje corruptos e corruptores estão indo para a cadeia e
seus bens sendo confiscados. Agora precisamos de uma grande mobilização, um
abaixo assinado com milhões de assinaturas para que o combate à corrupção
inclua todos os partidos, todas as empresas, inclusive as de comunicação, todos
os políticos, juízes etc. Que o combate à corrupção seja compatível com o lema:
“Brasil – Um país de todos.”
Os procuradores que hoje compõem a força tarefa da operação Lava Jato
formavam um grupo, na década de 90, conhecido como “Tuiuiús”, que, no governo de Fernando Henrique Cardoso,
do PSDB, combatiam ferozmente o Procurador Geral da República, Geraldo
Brindeiro, nomeado por FHC, conhecido como “Engavetador Geral da República”. Lamentavelmente,
esses procuradores que cobravam o combate à corrupção no governo de FHC, hoje, na
operação Lava Jato, fazem investigação seletiva, por exemplo blindando,
deixando de fora, a era FHC na Petrobrás e eximindo de investigação os
parlamentares do PSDB.
No governo de FHC, a Procuradoria Geral da República, os serviços públicos,
MPF, a Polícia Federal estavam esvaziadas e inoperantes em todos os sentidos,
principalmente por falta de renovação dos quadros, dada a inexistência de concurso
público. Na Polícia Federal, por exemplo, a imprensa denunciava os carros
parados por falta de gasolina e os telefones cortados por falta de pagamento. Agora
a história é outra, o governo federal deu estrutura material e os órgãos investigativos
gozam de ampla autonomia, o tempo dos engavetadores acabou!
Mas ainda precisamos de um amplo abaixo assinado e uma grande mobilização
para acabar com setores impunes no país.
Por exemplo, a única empresa de peso investigada por corrupção é a Petrobrás.
Por que não investigar outros também?
A Globo está envolvida em sonegação por não ter pago o Imposto de Renda
da transmissão da Copa do Mundo de 2002; também é a principal suspeita na
corrupção da Fifa. Seu sócio, na TV TEM, de São Paulo, é réu confesso no escândalo
da FIFA; a Globo possui também conta no HSBC da Suíça, no escândalo conhecido
como Swissleaks,
contas essas para lavagem de dinheiro.
O grupo Gerdal, um dos maiores do país, teve seu proprietário, Jorge
Gerdau, citado como maior envolvido no escândalo conhecido como Zelotes (esquema ilegal para reduzir ou cancelar dívidas com o Fisco).
O escândalo Zelotes envolve valores muito maiores do que a corrupção na
Petrobrás. Segundo matéria da revista Carta Capital, de 12/04/15, esse escândalo
envolve cifras quatro vezes maior que o da Petrobrás.
Furnas é apontada pela existência de um escândalo
conhecido como a “Lista de Furnas”. Nessa lista, envolvendo mais de cem pessoas
entre juízes e políticos, o ex-governador Aécio Neves do PSDB é denunciado por
ser o controlador de uma das diretorias de Furnas, e de receber propina através de sua irmã.
E não é só
isso, precisamos nos mobilizar para acabar com a impunidade no país para alguns
setores imunizados. O caso da impunidade do PSDB, por exemplo, lembra aquela série
na TV “Vale a Pena Ver de Novo”, pois os parlamentares do PSDB ficaram de fora
do julgamento da AP 470, conhecido como mensalão, com o agravante de que o
mensalão tucano foi anterior ao do PT. O mais triste é que enquanto
parlamentares de outros partidos, principalmente do PT, foram presos, os do
PSDB nem sequer julgados foram e os crimes estão prescrevendo. E agora, no Lava
Jato, assistimos à mesma novela do mensalão, ou seja, a blindagem do PSDB, já
que os ex-governadores de Minas Gerais, do PSDB, Aécio Neves e Antonio
Anastasia, foram citados em delação premiada e estão livres leves e soltos. Enquanto
isso, grandes empresários, políticos de vários partidos presos e nenhum tucano na
gaiola.
É verdade, nunca antes neste
país assistimos a corruptos e corruptores indo para a cadeia. Agora precisamos
acabar com a impunidade de alguns!
Brasil – um país de todos.”
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
Rio de Janeiro, 28 de julho de 2015
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