por Emanuel Cancella
Nós, petroleiros, não
aceitamos a venda de ativos da companhia. Já demonstramos nossa capacidade de
superação quando, em plena Operação Lava Jato, mesmo debaixo dos ataques
cerrados da mídia, a Petrobrás continuou a bater recordes de produção e
colecionar prêmios internacionais, por sua excelência. Enquanto os inimigos
anunciavam que pré-sal continuaria no fundo do mar, para desacreditar a
empresa, a extração aumentava dia-a-dia, chegando à marca de 800 mil/barris
dia.
Se o petróleo é o
ouro negro, os ativos da Petrobrás (BR, navios, refinarias, terminas,
termoelétricas, dutos, campos de petróleo, etc) são o filé mignon da
indústria do petróleo. Não faz sentido “entregar o ouro”. Exigimos a retomada
da construção das duas refinarias (Ceará e Maranhão) e o término do Comperj.
A viabilidade e a força da Petrobrás
são inegáveis. A pá de cal naqueles que têm “complexo de viralata”* foi a
enorme procura pelas ações da empresa no mercado internacional. Em Nova Iorque,
títulos no valor de U$ 2,5 bilhões, a serem resgatados em cem anos,
evaporaram em tempo recorde! Para quem não se lembra, Nélson Rodrigues costumava
dizer que o brasileiro tinha “complexo de viralatas, colocando-se sempre em
posição de inferioridade em relação ao resto do mundo”.
Nós, petroleiros, todo o tempo
explicitamos que os corruptos e corruptores, apontados durante a Operação Lava
Jato, deveriam ser julgados e punidos. No entanto, é preciso dizer que, por um
lado, a Lava Jato também trouxe prejuízos ao pais, paralisando várias obras
importantes da Petrobrás que estavam em andamento.
Contra a Lava Jato também pesa a
denúncia de que a mulher do Juiz que comanda a operação trabalha para o PSDB do
Paraná e para empresas de petróleo estrangeirtas. A informação é da Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Moro)
É de estranhar tanto poder concedido a
um juiz. Além de mandar prender os mais importantes executivos e donos de
empresas do país, conseguiu estampar na Revista Veja e no Jornal Nacional, da
Globo, em véspera de eleição presidencial, notícia (depois desmentida)
envolvendo os nomes de Lula e Dilma na corrupção. O desmentido foi
feito pelo próprio advogado do doleiro Alberto Youssef.
Tudo que nós,
petroleiros queremos, é quem deixem a Petrobrás trabalhar e que respeitem os
direitos dos trabalhadores. Se, além do ajuste fiscal que retira os direitos
dos trabalhadores, o governo insistir em vender os ativos da Petrobrás, o que
terá como consequência previsível uma onda de missões, a FNP vai para as ruas,
junto às centrais sindicais, para organizar a greve geral!
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos
Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional
dos Petroleiros (FNP).
Rio de Janeiro, 12 de
junho de 2015
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