sexta-feira, 12 de junho de 2015

Deixem a Petrobrás trabalhar!

por Emanuel Cancella


 Nós, petroleiros, não aceitamos a venda de ativos da companhia. Já demonstramos nossa capacidade de superação quando, em plena Operação Lava Jato, mesmo debaixo dos ataques cerrados da mídia, a Petrobrás continuou a bater recordes de produção e colecionar prêmios internacionais, por sua excelência. Enquanto os inimigos anunciavam que pré-sal continuaria no fundo do mar, para desacreditar a empresa, a extração aumentava dia-a-dia, chegando à marca de 800 mil/barris dia.  
Se o petróleo é o ouro negro, os ativos da Petrobrás (BR, navios, refinarias, terminas, termoelétricas, dutos, campos de petróleo, etc) são o filé mignon da indústria do petróleo. Não faz sentido “entregar o ouro”. Exigimos a retomada da construção das duas refinarias (Ceará e Maranhão) e o término do Comperj.

A viabilidade e a força da Petrobrás são inegáveis. A pá de cal naqueles que têm “complexo de viralata”* foi a enorme procura pelas ações da empresa no mercado internacional. Em Nova Iorque, títulos no valor de U$ 2,5 bilhões, a serem resgatados  em cem anos, evaporaram em tempo recorde! Para quem não se lembra, Nélson Rodrigues costumava dizer que o brasileiro tinha “complexo de viralatas, colocando-se sempre em posição de inferioridade em relação ao resto do mundo”.

Nós, petroleiros, todo o tempo explicitamos que os corruptos e corruptores, apontados durante a Operação Lava Jato, deveriam ser julgados e punidos. No entanto, é preciso dizer que, por um lado, a Lava Jato também trouxe prejuízos ao pais, paralisando várias obras importantes da Petrobrás que estavam em andamento.

Contra a Lava Jato também pesa a denúncia de que a mulher do Juiz que comanda a operação trabalha para o PSDB do Paraná e para empresas de petróleo estrangeirtas. A informação é da Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Moro)

É de estranhar tanto poder concedido a um juiz. Além de mandar prender os mais importantes executivos e donos de empresas do país, conseguiu estampar na Revista Veja e no Jornal Nacional, da Globo, em véspera de eleição presidencial,  notícia (depois desmentida) envolvendo os nomes de Lula e Dilma  na corrupção.  O desmentido foi feito pelo próprio advogado do doleiro  Alberto Youssef.
Tudo que nós, petroleiros queremos, é quem deixem a Petrobrás trabalhar e que respeitem os direitos dos trabalhadores. Se, além do ajuste fiscal que retira os direitos dos trabalhadores, o governo insistir em vender os ativos da Petrobrás, o que terá como consequência previsível uma onda de missões, a FNP vai para as ruas, junto às centrais sindicais, para organizar a greve geral!


Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

Rio de Janeiro, 12 de junho de 2015





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