por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=U80hZAXox-o
Nos 50 anos da exploração general Ernesto Geisel defende a bacia de Campos e o
pré-sal!
Bolsonaro já percebeu que não escapa de um impeachment no
Congresso Nacional.
Como diz o ditado, o castigo vem a cavalo!
Bolsonaro votou pelo impeachment contra a presidenta Dilma
Rousseff e, na declaração de seu voto, ainda fez apologia a seu torturador,
Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra , na verdade, ambos espíritos
sem luz.
O castigo de Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados,
veio a galope, pois ele assumiu que foi o principal articulador do impeachment
de Dilma e está hoje na cadeia.
Creio que Bolsonaro subiu no telhado! Depois de tantas
baixarias ele chegou ao extremo que foi usar a máquina do governo para convocar
ato para atentar contra um dos poderes da República, rasgando assim a
Constituição Federal. Na verdade, ele quer fechar o Congresso para impedir a
votação de seu impeachment.
Bolsonaro se for “impixado” como tudo indica, vai ser difícil
escapar da cadeia, pois os crimes atribuídos a ele, não só a ele mas ao seu
clã, são de suma gravidade.
Os mais conhecidos são:
- Ligação com as milícias, inclusive com suspeita de
participação no assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes
(5);
- As rachadinhas do Queiroz, com inúmeros depósitos de
milhões, inclusive na conta da primeira dama, Michelle Bolsonaro (6).
- O Itaipu Gate, escândalo de corrupção binacional (Brasil
Paraguai), que além dos presidentes dos dois países, ainda há o favorecimento
da empresa da família de Bolsonaro (7).
- O escândalo dos 39 KG de cocaína, quantidade relativa a
tráfico, presa pela polícia da Espanha no avião da comitiva presidencial.
Aliás, a Polícia Federal subordinada ao ministro Moro não deu um pio (8). Por
que?
Vale lembrar que um dos deputados que está na fila para
protocolar o pedido é Alexandre Frota, cabo eleitoral de Bolsonaro e agora
desafeto mortal (9).
A Globo agora trabalha pelo seu impedimento, mas foi ela quem
mais alimentou o bolsonarismo. Tanto que se juntou ao seu juiz premiado, Sergio
Moro para impedir a ascensão de Lula, que era líder em todas as pesquisas (14).
E assim, respaldado pela Globo, o então juiz Sergio Moro
prendeu Lula, na véspera da eleição, sem qualquer prova, num claro intuito de
beneficiar Bolsonaro. Logo depois recebeu, pelos serviços prestados, o cargo de
ministro da Justiça e ainda tem a promessa de Bolsonaro de ser indicado ao STF
(10).
Lembrando que, em 1989, a Globo, de forma fraudulenta, também
atuou para eleger Fernando Collor e derrotar Lula. Quem diz isso foi Boni, o
então diretor todo poderoso da Globo (11).
Entretanto agora a mesma Globo que quarta, dia 26, lançou
editorial de página inteira “Bolsonaro atenta contra a Constituição.”, apoia
integralmente as ações do governo e, com certeza, para manter isso quer tirar
Bolsonaro e colocar seu vice, o general Hamilton Mourão!
Neste momento me vem à lembrança o conselho de Leonel
Brizola, para que se a Globo for a favor de determinada coisa, fiquemos contra
(15).
Até porque Mourão é um militar de carreira e conhece a vida
pregressa de Bolsonaro muito melhor que qualquer civil e, mesmo assim, aceitou
ser seu vice. Tem um ditado que diz: “Quem com porcos anda, farelo come!”
Já que estamos falando em militares, vale lembrar que os militares
que encabeçaram a Ditadura Militar eram nacionalistas, defendiam as estatais,
principalmente a Petrobrás a soberania nacional e nossa Amazônia. Ao contrário
dos militares que hoje compõem o governo Bolsonaro que entregam o país.
Em entrevista de 1993, Geisel diz que Bolsonaro era mau
militar que pedia volta da ditadura (1).
Numa cerimônia dos 50 anos da geologia no BNDES, ouvi um
palestrante que não me lembro quem, falando dos “Contratos de Risco” de Geisel
que vigorou (1975-1988), por 14 anos, onde Geisel rasgou a
Constituição Federal, quebrando o Monopólio Estatal do petróleo e entregando
83% das áreas sedimentares do Brasil às multinacionais do petróleo
(2).
Entretanto os Contratos de Risco de Geisel eram muito
melhores para o país que os leilões de petróleo de FHC. Já que, com Geisel, as
multinacionais de petróleo começavam do zero em busca do petróleo, tinham que
mapear perfurar e explorar na busca do petróleo.
Já os leilões de petróleo de FHC (9.478/97, que vigoram até
hoje nas áreas fora do pré-sal, são conhecidos como a venda do bilhete
premiado, onde são oferecidas áreas onde a Petrobrás já usou sua técnica,
investiu milhões, e onde se tem a certeza da existência do petróleo e gás.
No pré-sal, o ex presidente Lula, em cujo governo se
desenvolveu tecnologia inédita no mundo que permitiu a descoberta do
pré-sal, tem uma lei de Partilha (12.351/10) que garantia o uso do pré-sal para
os brasileiros, mas entreguistas como o tucano José Serra criou a lei 4567/16,
para permitir a entrega desse ouro negro.
Mas voltando aos contratos de Risco, depois de 14 anos nada
de significante foi descoberto pelas multinacionais.
Mas no início do Contrato de Geisel, um grupo de geólogos e
engenheiros se reuniram com o presidente Geisel e fizeram um apelo para que ele
retirasse do Contrato de Risco uma área que era vital para a Petrobrás.
E o general presidente concordou, essa área era a Bacia de
Campos, que até bem pouco tempo respondia por 80% da produção nacional de
petróleo (3). E logo exatamente abaixo da bacia de Campos a Petrobrás descobriu
o pré-sal, que já reponde por mais da metade da produção nacional de petróleo
(4).
Contra a presidente Dilma, além de não provarem nada contra
ela, em nenhum momento ela ameaçou fechar o Congresso Nacional. Tanto que, em
entrevista à revista Veja, em 9 dez 2011, Dilma diz preferir barulho da
imprensa ao silêncio da ditadura (13).
Já Bolsonaro, diante da ameaça do impeachment, ameaça fechar
o Congresso Nacional.
Bolsonaro subiu no telhado!
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Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2020.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do
Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da
FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,
sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em:
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OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo,
JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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