quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Bolsonaro subiu no telhado!


por Emanuel Cancella

Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=U80hZAXox-o

Resultado de imagem para 50 anos de exploração na Petrobras
Nos 50 anos da exploração general Ernesto Geisel defende a bacia de Campos e o pré-sal!

Bolsonaro já percebeu que não escapa de um impeachment no Congresso Nacional.
Como diz o ditado, o castigo vem a cavalo!

Bolsonaro votou pelo impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff e, na declaração de seu voto, ainda fez apologia a seu torturador, Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra , na verdade, ambos espíritos sem luz.  

O castigo de Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados, veio a galope, pois ele assumiu que foi o principal articulador do impeachment de Dilma e está hoje na cadeia.  

Creio que Bolsonaro subiu no telhado! Depois de tantas baixarias ele chegou ao extremo que foi usar a máquina do governo para convocar ato para atentar contra um dos poderes da República, rasgando assim a Constituição Federal. Na verdade, ele quer fechar o Congresso para impedir a votação de seu impeachment.

Bolsonaro se for “impixado” como tudo indica, vai ser difícil escapar da cadeia, pois os crimes atribuídos a ele, não só a ele mas ao seu clã, são de suma gravidade.
Os mais conhecidos são:
- Ligação com as milícias, inclusive com suspeita de participação no assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes (5);
- As rachadinhas do Queiroz, com inúmeros depósitos de milhões, inclusive na conta da primeira dama, Michelle Bolsonaro (6).
- O Itaipu Gate, escândalo de corrupção binacional (Brasil Paraguai), que além dos presidentes dos dois países, ainda há o favorecimento da empresa da família de Bolsonaro (7).

- O escândalo dos 39 KG de cocaína, quantidade relativa a tráfico, presa pela polícia da Espanha no avião da comitiva presidencial. Aliás, a Polícia Federal subordinada ao ministro Moro não deu um pio (8). Por que?

Vale lembrar que um dos deputados que está na fila para protocolar o pedido é Alexandre Frota, cabo eleitoral de Bolsonaro e agora desafeto mortal (9). 

A Globo agora trabalha pelo seu impedimento, mas foi ela quem mais alimentou o bolsonarismo. Tanto que se juntou ao seu juiz premiado, Sergio Moro para impedir a ascensão de Lula, que era líder em todas as pesquisas (14).

E assim, respaldado pela Globo, o então juiz Sergio Moro prendeu Lula, na véspera da eleição, sem qualquer prova, num claro intuito de beneficiar Bolsonaro. Logo depois recebeu, pelos serviços prestados, o cargo de ministro da Justiça e ainda tem a promessa de Bolsonaro de ser indicado ao STF (10).

Lembrando que, em 1989, a Globo, de forma fraudulenta, também atuou para eleger Fernando Collor e derrotar Lula. Quem diz isso foi Boni, o então diretor todo poderoso da Globo (11).

Entretanto agora a mesma Globo que quarta, dia 26, lançou editorial de página inteira “Bolsonaro atenta contra a Constituição.”, apoia integralmente as ações do governo e, com certeza, para manter isso quer tirar Bolsonaro e colocar seu vice, o general Hamilton Mourão!

Neste momento me vem à lembrança o conselho de Leonel Brizola, para que se a Globo for a favor de determinada coisa, fiquemos contra (15).

Até porque Mourão é um militar de carreira e conhece a vida pregressa de Bolsonaro muito melhor que qualquer civil e, mesmo assim, aceitou ser seu vice. Tem um ditado que diz: “Quem com porcos anda, farelo come!”

Já que estamos falando em militares, vale lembrar que os militares que encabeçaram a Ditadura Militar eram nacionalistas, defendiam as estatais, principalmente a Petrobrás a soberania nacional e nossa Amazônia. Ao contrário dos militares que hoje compõem o governo Bolsonaro que entregam o país.

Em entrevista de 1993, Geisel diz que Bolsonaro era mau militar que pedia volta da ditadura (1).

Numa cerimônia dos 50 anos da geologia no BNDES, ouvi um palestrante que não me lembro quem, falando dos “Contratos de Risco” de Geisel que vigorou (1975-1988), por 14 anos, onde Geisel rasgou a Constituição Federal, quebrando o Monopólio Estatal do petróleo e entregando 83% das áreas sedimentares do Brasil às multinacionais do petróleo (2).  

Entretanto os Contratos de Risco de Geisel eram muito melhores para o país que os leilões de petróleo de FHC. Já que, com Geisel, as multinacionais de petróleo começavam do zero em busca do petróleo, tinham que mapear perfurar e explorar na busca do petróleo.

Já os leilões de petróleo de FHC (9.478/97, que vigoram até hoje nas áreas fora do pré-sal, são conhecidos como a venda do bilhete premiado, onde são oferecidas áreas onde a Petrobrás já usou sua técnica, investiu milhões, e onde se tem a certeza da existência do petróleo e gás.

No pré-sal, o ex presidente Lula, em cujo governo se desenvolveu tecnologia inédita no mundo que permitiu a descoberta  do pré-sal, tem uma lei de Partilha (12.351/10) que garantia o uso do pré-sal para os brasileiros, mas entreguistas como o tucano José Serra criou a lei 4567/16, para permitir a entrega desse ouro negro.

Mas voltando aos contratos de Risco, depois de 14 anos nada de significante foi descoberto pelas multinacionais.

Mas no início do Contrato de Geisel, um grupo de geólogos e engenheiros se reuniram com o presidente Geisel e fizeram um apelo para que ele retirasse do Contrato de Risco uma área que era vital para a Petrobrás.

E o general presidente concordou, essa área era a Bacia de Campos, que até bem pouco tempo respondia por 80% da produção nacional de petróleo (3). E logo exatamente abaixo da bacia de Campos a Petrobrás descobriu o pré-sal, que já reponde por mais da metade da produção nacional de petróleo (4).   
  
Contra a presidente Dilma, além de não provarem nada contra ela, em nenhum momento ela ameaçou fechar o Congresso Nacional. Tanto que, em entrevista à revista Veja, em  9 dez 2011, Dilma diz preferir barulho da imprensa ao silêncio da ditadura (13).

Já Bolsonaro, diante da ameaça do impeachment, ameaça fechar o Congresso Nacional.

 Bolsonaro subiu no telhado!


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Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2020.


Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: 
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OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

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