quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Bolsonaro, para evitar que o Congresso Nacional vote seu impeachment, quer fechá-lo!


por Emanuel Cancella

Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=_5goz4fLuNI

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A ditadura militar, para justificar o endurecimento do regime culpando a esquerda, tentou dois gestos transloucados: a conhecida explosão do Riocentro  e a explosão do Gasômetro.

No Riocentro, em 1981, o atentado à bomba seria no dia da festa do dia do trabalhador e mataria cerca de 20 mil pessoas (2).
Em ambos o tiro saiu pela culatra!

No Riocentro, por imperícia dos militares autores do atentado, com a bomba explodindo no próprio colo do sargento Guilherme Pereira do Rosário.

A explosão do Gasômetro, em São Cristovão, para quem não conhece era um tanque gigante de gás na área da rodoviária Novo Rio, que fornecia gás à cidade do Rio de Janeiro.  A intenção era matar muita gente e jogando a culpa do terror na esquerda brasileira.

Para mostrar que existem militares e militares, um certo “Sérgio Macaco”, capitão Sergio Ribeiro Miranda de Carvalho,  um paraquedista com grande e profunda formação militar, insubordinou-se ao brigadeiro João Paulo Burnier e foi além de seu gesto heróico, pois não só não aceitaou tal ordem, como ainda proibiu que seus subordinados o fizessem.

 “Para a felicidade dos que residiam ou vinham frequentemente ao Rio de Janeiro, em junho de 1968, no nosso mundo, este capitão da Aeronáutica teve o discernimento, a sensibilidade e a coragem de colocar o respeito à humanidade acima do respeito à hierarquia militar”.

O herói acabou sendo reformado pelo AI-5, em 1969, perdendo a patente e o soldo (1). O capitão Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, embora  reconhecido como herói nacional, não foi promovido a brigadeiro.

Também em 1961, Janio Quadros se elegeu usando como símbolo a vassoura que ia varrer a corrupção no Brasil. No governo, tomou medidas consideradas excêntricas, sendo a mais surpreendente delas a renúncia ao cargo com menos de sete meses de presidência (3). Jânio imaginou que, renunciando, o povo lhe traria nos braços de volta ao poder. Ledo engano!

Fernando Collor de Mello, conhecido como o caçador de marajá foi “impichado” em 1992. O caçador foi caçado! Collor foi o candidato da Globo, usado pela emissora para barrar o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. O próprio diretor todo poderoso da Globo, José Bonifacio Sobrinho, o Boni, admite  que a emissora armou contra Lula para eleger Collor (4). 

Assim como Bolsonaro, Collor fez vídeo em anexo. Collor pediu então para o brasileiro usar verde e amarelo, como Bolsonaro agora convoca o povo às ruas. Em resposta ao pedido de Collor, para que usassem verde e amarelo no 7 de setembro, estudantes já planejavam atos contra o governo e espalharam a orientação para que os manifestantes usassem preto (5).

Além de a história mostrar que o vale-tudo tende a dar errado, a própria história de Bolsonaro mostra o engodo que ele é.
- Bolsonaro desonrou as forças armadas chegando a ser expulso e preso: veja “Os documentos que levaram o Exército a expulsar Bolsonaro: “a mentira do capitão”” (6).

- Em 27 anos como deputado, Bolsonaro tem dois projetos aprovados (7).
- Bolsonaro era filiado ao PP um dos partidos mais mais investigado por corrupção do Congresso Nacional (8).
- Bolsonaro se elegeu presidente pelo PSL, que elegeu uma das maiores bancadas no Congresso. Bolsonaro já abandonou o PSL, conhecido como partido do laranjal que financiou Bolsonaro (9). 

Ou seja,  Bolsonaro, como capitão, manchou a imagem do exercito brasileiro e foi um deputado parasita como mostra seu desempenho.

Agora Bolsonaro, num ato transloucado, usando a própria presidência da República, um dos três poderes autônomos e independentes da República,  chama o povo para as ruas em manifestação visando ao fechamento do Congresso Nacional (10).

Como estamos no fim do carnaval, vamos relembrar a música da Mocidade Independente de Padre Miguel, de 1992: Sonhar não Custa Nada!

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Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2020.


Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: 
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OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

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Um comentário:

  1. Importante lembrar que Bolsonaro fez parte do grupo de militares irresponsáveis que ameaçou explodir o gasômetro.

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