por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=_5goz4fLuNI
A ditadura militar, para justificar o endurecimento do regime
culpando a esquerda, tentou dois gestos transloucados: a conhecida explosão do
Riocentro e a explosão do Gasômetro.
No Riocentro, em 1981, o atentado à bomba seria no dia da
festa do dia do trabalhador e mataria cerca de 20 mil pessoas (2).
Em ambos o tiro saiu pela culatra!
No Riocentro, por imperícia dos militares autores do atentado,
com a bomba explodindo no próprio colo do sargento Guilherme Pereira do Rosário.
A explosão do Gasômetro, em São Cristovão, para quem não
conhece era um tanque gigante de gás na área da rodoviária Novo Rio, que
fornecia gás à cidade do Rio de Janeiro.
A intenção era matar muita gente e jogando a culpa do terror na esquerda
brasileira.
Para mostrar que existem militares e militares, um certo “Sérgio
Macaco”, capitão Sergio Ribeiro Miranda de Carvalho, um paraquedista com grande e profunda formação
militar, insubordinou-se ao brigadeiro João Paulo Burnier e foi além de seu
gesto heróico, pois não só não aceitaou tal ordem, como ainda proibiu que seus
subordinados o fizessem.
“Para a felicidade dos
que residiam ou vinham frequentemente ao Rio de Janeiro, em junho de 1968, no
nosso mundo, este capitão da Aeronáutica teve o discernimento, a sensibilidade
e a coragem de colocar o respeito à humanidade acima do respeito à hierarquia
militar”.
O herói acabou sendo reformado pelo AI-5, em 1969, perdendo a
patente e o soldo (1). O capitão Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, embora reconhecido como herói nacional, não foi
promovido a brigadeiro.
Também em 1961, Janio Quadros se elegeu usando como símbolo a
vassoura que ia varrer a corrupção no Brasil. No governo, tomou medidas
consideradas excêntricas, sendo a mais surpreendente delas a renúncia ao cargo
com menos de sete meses de presidência (3). Jânio imaginou que, renunciando, o
povo lhe traria nos braços de volta ao poder. Ledo engano!
Fernando Collor de Mello, conhecido como o caçador de marajá
foi “impichado” em 1992. O caçador foi caçado! Collor foi o candidato da Globo,
usado pela emissora para barrar o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. O
próprio diretor todo poderoso da Globo, José Bonifacio Sobrinho, o Boni,
admite que a emissora armou contra Lula
para eleger Collor (4).
Assim como Bolsonaro, Collor fez vídeo em anexo. Collor pediu
então para o brasileiro usar verde e amarelo, como Bolsonaro agora convoca o
povo às ruas. Em resposta ao pedido de Collor, para que usassem verde e amarelo
no 7 de setembro, estudantes já planejavam atos contra o governo e
espalharam a orientação para que os manifestantes usassem preto (5).
Além de a história mostrar que o vale-tudo tende a dar errado,
a própria história de Bolsonaro mostra o engodo que ele é.
- Bolsonaro desonrou as forças armadas chegando a ser expulso
e preso: veja “Os documentos que levaram o Exército a expulsar Bolsonaro: “a
mentira do capitão”” (6).
- Em 27 anos como deputado, Bolsonaro tem dois projetos
aprovados (7).
- Bolsonaro era filiado ao PP um dos partidos mais mais
investigado por corrupção do Congresso Nacional (8).
- Bolsonaro se elegeu presidente pelo PSL, que elegeu uma das
maiores bancadas no Congresso. Bolsonaro já abandonou o PSL, conhecido como
partido do laranjal que financiou Bolsonaro (9).
Ou seja, Bolsonaro,
como capitão, manchou a imagem do exercito brasileiro e foi um deputado
parasita como mostra seu desempenho.
Agora Bolsonaro, num ato transloucado, usando a própria
presidência da República, um dos três poderes autônomos e independentes da República,
chama o povo para as ruas em manifestação
visando ao fechamento do Congresso Nacional (10).
Como estamos no fim do carnaval, vamos relembrar a música da
Mocidade Independente de Padre Miguel, de 1992: Sonhar não Custa Nada!
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Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2020.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do
Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da
FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,
sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo,
JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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Importante lembrar que Bolsonaro fez parte do grupo de militares irresponsáveis que ameaçou explodir o gasômetro.
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