Paulo Betti: os brasileiros têm que entender do pré-sal como
entendem de futebol e do carnaval! Vale a pena ver de novo. Matéria de
07/06/19. Paulo Betti que teve junto com outros brasileiros
participação patriótica e graciosa no filme do petróleo.
por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta matéria
em: https://www.youtube.com/watch?v=7g4gDDfLylA
“É um assunto que tem que ser debatido e que tem que ser
discutido nas esquinas. As pessoas têm que entender o pré-sal.
Não é só entender de futebol. Não é só conhecer de carnaval .
Maravilha, nosso país entende pra caramba de futebol, entende pra caramba de
carnaval, entende de muitos assuntos, mas esse é um assunto que acho que diz
respeito a todos nós”.
O povo brasileiro, na década de 40/50, entendeu a importância
do petróleo e por isso realizou a maior campanha cívica que este país conheceu
que se chamou “O petróleo é Nosso!” Naquela época não existia televisão nem
redes sociais e nenhum dos participantes da campanha trabalhava na Petrobrás,
até porque ela foi criada depois, em 1953.
Nessa campanha do petróleo, brasileiros foram perseguidos,
presos e mortos. Um dos maiores escritores de história infantil do mundo,
Monteiro Lobato, foi preso por defender a campanha do petróleo (2).
Em 1964, a Petrobrás até contratou um geólogo
norte-americano, mister Walter Link, que disse que no Brasil não existia
petróleo (3).
Entretanto, os petroleiros da Petrobrás, na década de 80,
desenvolveram tecnologia inédita no mundo que permitiu descobrir petróleo em
águas profundas e ultra profundas e descobriram a bacia de Campos que, até
pouco tempo, foi responsável por 85% da produção de petróleo no Brasil (4).
Os petroleiros desconfiaram de que, abaixo exatamente da
chamada bacia de Campos, havia uma província de petróleo, numa profundidade de
cerca de 7000 metros.
O mesmo CENPES da Petrobrás (Centro de Pesquisas Leopoldo
Américo Miguez de Mello) que desenvolveu tecnologia inédita
que permitiu a descoberta da chamada bacia de Campos,
desenvolveu também tecnologia para o pré-sal, deslumbrando assim o
mundo do petróleo, a tal ponto que a Offshore Technology Conference (OTC), a maior
autoridade do mundo de petróleo, deu o equivalente ao “Oscar” da indústria do
petróleo à Petrobrás, tanto pela bacia de Campos, como pelo pré-sal (9). Hoje o
pré-sal já responde pela metade da produção de petróleo no país (6).
Infelizmente, Bolsonaro e o ministro da economia, Paulo
Guedes, querem privatizar tudo, inclusive a Cessão Onerosa do pre-sal, que
possui mais de 15 bilhões de barris de petróleo e está na lista para ser
entregue às multinacionais. Considerando a US$ 50 o barril do petróleo a Cessão
Onerosa vale no mínimo US$ 750 BI e Bolsonaro quer doar por R$ 130 BI
(7).
E junto com o pré-sal vão as refinarias, a BR distribuidora e
os royalties do pré-sal reservados para a educação e saúde (11,12). A Petrobrás
já perdeu muito quando o golpista Michel Temer articulou e aprovou isenção de
um trilhão de impostos às petroleiras estrangeiras. Para isso, contou com o
silêncio da Lava Jato, que diz investigar corrupção na área de petróleo
(8).
Bolsonaro e Paulo Guedes quer tornar fato o editorial da
Globo, de dezembro de 2015: “O Pré-sal pode ser Patrimônio Inútil “(5).
Entretanto o petróleo que Guedes e Globo chamam de inútil
simplesmente é o pano de fundo das guerras contemporâneas dos EUA
contra o Iraque, Líbia e a Venezuela etc.
O Brasil e a Venezuela fizeram as maiores descobertas
petrolíferas do mundo e por isso tornaram-se a bola da vez de Donald Trump, em
nosso continente.
Nicolás Maduro, que preside a Venezuela, dona da maior
reserva de petróleo do mundo, resiste à ameaça de guerra e boicote econômico.
Também não aceita a falsa ajuda humanitária dos EUA e do Brasil (10).
O Brasil não só está entregando seu pré-sal, como se alia a
Trump que também quer usurpar o petróleo venezuelano.
Como diz o economista Cesar Benjamim, no filme Todo Petróleo
tem que Ser Nosso – A Última Fronteira (1).
O dia que o Brasil fizer a opção certa que fez a Finlândia,
Suécia a Noruega que foi investir maciçamente na educação, o Brasil não vai dar
certo vai dar muito certo!
Um exemplo de como investir na educação foi a lei de
Partilha (Lei
Nº 12.351, de 22 de dezembro de 2010), quando designou que 75% dos
Royalties do pré-sal iriam para educação e 25% para a saúde.
Como diz a música de José Henrique Nogueira, no filme do
petróleo (1): “Qual a direção que o país vai tomar, bate coração, desta vez a
gente pode ganhar!”
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Fonte:
9 - http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/recebemos-o-premio-offshore-technology-conference-2015.htm
Rio de Janeiro, 07 de junho de 2019.
Em tempo: O meu livro A outra face de Sergio Moro está à
venda no Mercado Livre, cuja renda é integralmente para os demitidos da
indústria naval:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese.
Enviado para possível publicação para o Globo, JB, o
Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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