por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=Op1QZaDrdVI
A campanha do petróleo, na década de 40/50, foi a maior
campanha cívica que este país conheceu. Na luta que resultou na Petrobrás,
muita gente foi morta, perseguida ou presa, como o universal escritor Monteiro
Lobato.
A Petrobrás é a única empresa que nasceu nas ruas nos braços
do povo. Uniu civis e militares, comunistas e conservadores.
Enquanto o general Leônidas Cardoso era membro da campanha em
defesa do petróleo, seu filho, FHC, tentou sem êxito privatizar a Petrobrás na
década de 90. O tio de FHC, general Felicíssimo Cardoso, era conhecido
como “general do petróleo” e tinha posição de destaque na campanha
do petróleo (8).
Já o ex-genro de FHC, David Zilbestain, foi o primeiro
diretor geral da Agência Nacional de Petróleo e gás, ANP, e, na primeira
audiência com empresários e imprensa, disse: “O Petróleo é Vosso!” (6).
Com sua maior greve, de 32 dias, 100 demitidos e multa de R$
100 mil por dia de greve, os petroleiros, com apoio da sociedade, conseguiram
barrar a privatização da Petrobrás de FHC. Na época a Globo comparava a
Petrobrás a um paquiderme e chamava os petroleiros de marajá!
Salvamos assim não só a Petrobrás, como várias
outras estatais, reintegramos todos os petroleiros demitidos e resgatamos o
dinheiro da multa.
Mas a grande resposta da Petrobrás e dos petroleiros aos
tucanos e a Globo veio em 2006, no governo Lula, que foi o desenvolvimento de
tecnologia inédita no mundo que permitiu a descoberta do pré-sal. E a Globo
inconformada lançou um editorial em dezembro de 2015: O pré-sal pode ser
patrimônio inútil (5).
Só para se ter uma ideia da grandeza do pré-sal, já se sabe
que possui reservas de 100 bilhões de barris; os especialistas da universidade
dizem que pode chegar a 300 BI de barris.
Quando deputado, Bolsonaro, no programa do Jô Soares, chegou
a falar em fuzilar FHC por privatizar as estatais e entregar nosso petróleo
(1).
Agora Bolsonaro, como presidente, vai entregar a
Cessão Onerosa, uma área do pré-sal que a então presidenta Dilma passou direto
para a Petrobrás, com base na lei de Partilha (LEI
Nº 12.351, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010) criada por Lula.
Os críticos, e parte da esquerda, dizem que Dilma entregou o
campo de Libra. Eu mesmo saí do PT no dia do ato que e organizei junto com
companheiros da direção do Sindipetro-RJ uma verdadeira guerrilha na Barra da
Tijuca, no RJ. Levamos bala de borracha, e bomba de gás lacrimogêneo, O
ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, estava nessa batalha.
A Petrobrás ficou com 40% do campo de Libra, a lei de
Partilha garante o mínimo de 30% dos campos do pré-sal para a
Petrobrás. Dilma não entregou o campo de Libra, pois a Petrobrás
ficou além dos 30% previsto na lei de Partilha. Não me arrependo do ato contra
o leilão de Libra, pois não deveria haver nenhum leilão do pré-sal, pois já
sabemos da existência de reservas imensas de petróleo. Leilão do pre-sal
equivale a venda do bilhete premiado. Mas a lei de Partilha foi o que o
presidente lula conseguiu aprovar no Congresso Nacional.
Os críticos de Dilma, inclusive eu, estavam devendo essa
explicação. Assim a Cessão Onerosa, que tem no mínimo 15 bilhões de barris de
petróleo, maior que Libra foi obra da ex-presidenta Dilma (9).
Bolsonaro já tem data marcada para entregar a Cessão Onerosa
aos gringos. A cessão Onerosa, possui reservas de no mínimo 15 BI de barris com
o preço internacional acima de US$ 50 dólares o barril, equivale, no mínimo, a
US$ 8 trilhões de dólares.
O ministro da Economia quer vender todas as estatais,
inclusive o pré-sal e fala: “Vamos privatizar tudo; temos R$ 1 trilhão em
ativos a receber”, diz Paulo Guedes. Só a cessão onerosa vale no mínimo 8
trilhões de dólares (2).
A Lava Jato passou mais de 3 anos vazando criminosamente
delação premiadas envolvendo a Petrobrás para a mídia,
principalmente a Globo. Desclassificando-a para agora entregá-la mais fácil.
Hoje, graças à Lava Jato, grande parte dos petroleiros se
envergonha de trabalhar na Petrobrás, quando deveriam ter orgulho.
E a lava Jato não só está destruindo a Petrobrás, pois veja o
vídeo que mostra com a Lava Jato destruiu a economia nacional em poucos meses
(3). A Lava Jato destruiu inclusive a indústria naval brasileira restabelecida
no governo Lula (4).
E nos efeitos destruidores da Lava Jato estão incluídos os
petroleiros.
Pela descoberta do pré-sal os petroleiros mereciam um prêmio.
Os governos do PT não deram prêmio aos petroleiros, mas na política de RH, a
categoria tinha aumento real de salário, abono, PLR, Benefício Farmácia,
concurso público etc.
Hoje, além de demissões e planos de desligamento da empresa,
e ausência de concurso público, os salários estão praticamente congelados, os
petroleiros pagam um rombo feito pelos gestores e pessoas poderosas como Paulo
Guedes. Guedes deu um rombo de um R$ 1 BI nos fundos de pensão das
estatais, entre eles o da Petros. E quem paga o rombo são os petroleiros,
ativos e aposentados, com 13% de seus salários por 18 anos.
E a Lava Jato prendeu 22 pessoas por suspeita de
superfaturamento na obra financiada pela Petros, na sede da
Petrobrás na Bahia. Prendeu petistas, ex-gerentes da Petros e executivos de
empreiteira (7).
Pergunta que não quer calar: quando vão prender o Paulo
Guedes?
Fonte: 1 - https://www.youtube.com/watch?v=Z-5vTz3HKG0
7 - https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2018/11/23/pf-deflagra-a-56a-fase-da-operacao-lava-jato.ghtml
Rio de Janeiro, 12 de abril de 2019.
Em tempo: O meu livro A outra face de Sergio Moro está à
venda no Mercado Livre, cuja renda é integralmente para os demitidos da
indústria naval: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese.
Enviado para possível publicação para o Globo, JB, o
Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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