sexta-feira, 12 de abril de 2019

Lava Jato está destruindo a Petrobrás e a economia nacional, e é responsável por milhões de desempregados!


por Emanuel Cancella

Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=Op1QZaDrdVI


A campanha do petróleo, na década de 40/50, foi a maior campanha cívica que este país conheceu. Na luta que resultou na Petrobrás, muita gente foi morta, perseguida ou presa, como o universal escritor Monteiro Lobato.


A Petrobrás é a única empresa que nasceu nas ruas nos braços do povo. Uniu civis e militares, comunistas e conservadores.

Enquanto o general Leônidas Cardoso era membro da campanha em defesa do petróleo, seu filho, FHC, tentou sem êxito privatizar a Petrobrás na década de 90. O tio de FHC, general Felicíssimo Cardoso, era conhecido como  “general do petróleo” e tinha posição de destaque na campanha do petróleo (8).

Já o ex-genro de FHC, David Zilbestain, foi o primeiro diretor geral da Agência Nacional de Petróleo e gás, ANP, e, na primeira audiência com empresários e imprensa, disse: “O Petróleo é Vosso!” (6).

Com sua maior greve, de 32 dias, 100 demitidos e multa de R$ 100 mil por dia de greve, os petroleiros, com apoio da sociedade, conseguiram barrar a privatização da Petrobrás de FHC. Na época a Globo comparava a Petrobrás a um paquiderme e chamava os petroleiros de marajá!

Salvamos assim não só a Petrobrás,  como várias outras estatais, reintegramos todos os petroleiros demitidos e resgatamos o dinheiro da multa.

Mas a grande resposta da Petrobrás e dos petroleiros aos tucanos e a Globo veio em 2006, no governo Lula, que foi o desenvolvimento de tecnologia inédita no mundo que permitiu a descoberta do pré-sal. E a Globo inconformada lançou um editorial em dezembro de 2015: O pré-sal pode ser patrimônio inútil (5). 

Só para se ter uma ideia da grandeza do pré-sal, já se sabe que possui reservas de 100 bilhões de barris; os especialistas da universidade dizem que pode chegar a 300 BI de barris.

Quando deputado, Bolsonaro, no programa do Jô Soares, chegou a falar em fuzilar FHC por privatizar as estatais e entregar nosso petróleo (1).   

Agora Bolsonaro, como presidente,  vai entregar a Cessão Onerosa, uma área do pré-sal que a então presidenta Dilma passou direto para a Petrobrás, com base na lei de Partilha (LEI Nº 12.351, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010) criada por Lula.

Os críticos, e parte da esquerda, dizem que Dilma entregou o campo de Libra. Eu mesmo saí do PT no dia do ato que e organizei junto com companheiros da direção do Sindipetro-RJ uma verdadeira guerrilha na Barra da Tijuca, no RJ. Levamos bala de borracha, e bomba de gás lacrimogêneo, O ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, estava nessa batalha.  

A Petrobrás ficou com 40% do campo de Libra, a lei de Partilha garante o mínimo de 30% dos campos do pré-sal para a Petrobrás.  Dilma não entregou o campo de Libra, pois a Petrobrás ficou além dos 30% previsto na lei de Partilha. Não me arrependo do ato contra o leilão de Libra, pois não deveria haver nenhum leilão do pré-sal, pois já sabemos da existência de reservas imensas de petróleo. Leilão do pre-sal equivale a venda do bilhete premiado. Mas a lei de Partilha foi o que o presidente lula conseguiu aprovar no Congresso Nacional.

Os críticos de Dilma, inclusive eu, estavam devendo essa explicação. Assim a Cessão Onerosa, que tem no mínimo 15 bilhões de barris de petróleo, maior que Libra foi obra da ex-presidenta Dilma (9).

Bolsonaro já tem data marcada para entregar a Cessão Onerosa aos gringos. A cessão Onerosa, possui reservas de no mínimo 15 BI de barris com o preço internacional acima de US$ 50 dólares o barril, equivale, no mínimo, a US$ 8 trilhões de dólares. 

O ministro da Economia quer vender todas as estatais, inclusive o pré-sal e fala: “Vamos privatizar tudo; temos R$ 1 trilhão em ativos a receber”, diz Paulo Guedes. Só a cessão onerosa vale no mínimo 8 trilhões de dólares (2).

A Lava Jato passou mais de 3 anos vazando criminosamente delação premiadas envolvendo a Petrobrás  para a mídia, principalmente a Globo. Desclassificando-a para agora entregá-la mais fácil.

Hoje, graças à Lava Jato, grande parte dos petroleiros se envergonha de trabalhar na Petrobrás, quando deveriam ter orgulho.

E a lava Jato não só está destruindo a Petrobrás, pois veja o vídeo que mostra com a Lava Jato destruiu a economia nacional em poucos meses (3). A Lava Jato destruiu inclusive a indústria naval brasileira restabelecida no governo Lula (4).

E nos efeitos destruidores da Lava Jato estão incluídos os petroleiros.

Pela descoberta do pré-sal os petroleiros mereciam um prêmio. Os governos do PT não deram prêmio aos petroleiros, mas na política de RH, a categoria tinha aumento real de salário, abono, PLR, Benefício Farmácia, concurso público etc.

Hoje, além de demissões e planos de desligamento da empresa, e ausência de concurso público, os salários estão praticamente congelados, os petroleiros pagam um rombo feito pelos gestores e pessoas poderosas como Paulo Guedes.  Guedes deu um rombo de um R$ 1 BI nos fundos de pensão das estatais, entre eles o da Petros. E quem paga o rombo são os petroleiros, ativos e aposentados, com 13% de seus salários por 18 anos.

E a Lava Jato prendeu 22 pessoas por suspeita de superfaturamento  na obra financiada pela Petros, na sede da Petrobrás na Bahia. Prendeu petistas, ex-gerentes da Petros e executivos de empreiteira (7).

Pergunta que não quer calar: quando vão prender o Paulo Guedes?





Rio de Janeiro, 12 de abril de 2019.

Em tempo: O meu livro A outra face de Sergio Moro está à venda no Mercado Livre, cuja renda é integralmente para os demitidos da indústria naval: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.

 Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese.
 Enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

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