por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=gPLEG6JEaQs
Durante a ditadura militar, Fernando Gabeira era guerrilheiro
preso e foi trocado, em junho de 1970, pelo embaixador alemão Ehrenfried
Von Holleben.
Gabeira viveu no exílio até 1979. Passou por Argélia, Cuba,
Chile, Alemanha e Suécia. Casado e pai de duas filhas, vive atualmente no Rio
de Janeiro (2).
Gabeira foi salvo pela guerrilha que lutava contra a ditadura
militar e pela volta da liberdade e democracia. Escondido da ditadura militar
em Santa Tereza, Gabeira escreveu um livro, que virou filme: “O que é isso
companheiro?”
Tem circulado nas redes sociais que os brasileiros, em sua
maioria estudantes que lutaram pela derrubada da ditadura militar, só queriam
implantar no país uma outra ditadura, a ditadura do proletariado. E Fernando
Gabeira gravou um programa, na Globo News, corroborando com isso (3).
É verdade que alguns desses brasileiros defendiam a tal
ditadura do proletariado, porém apesar de importantes, eram minoria no
movimento.
Como é verdade que muitos brasileiros lutaram contra a
ditadura militar e não apoiavam a luta armada, muito menos outra ditadura.
Também é sabido que nem todos os militares apoiavam a
ditadura militar, e pagaram caro por isso, pois assim como os civis, muitos
militares foram perseguidos, presos, torturados e mortos. Tanto que a ditadura
militar criou a figura do morto-vivo, que eram os militares
contrários ao golpe e assim dados com mortos.
Por isso, não podemos rotular todos os militares como
ditadores, já que muitos nem apoiaram a ditadura, muito menos a tortura.
A verdade é que devemos muito a esses brasileiros, civis e
militares, que lutaram contra a ditadura sanguinária em nosso país.
Em vários países, os torturadores estão na cadeia, pois a
tortura é crime inafiançável, imprescritível e impassível de graça ou anistia.
Lamentavelmente, no Brasil, quando o então deputado
Bolsonaro homenageou o coronel Carlos Alberto Ustra, um dos maiores
torturadores (7), abriu assim a temporada de exaltação à ditadura e a
torturadores.
Não só Gabeira, mas Mirian Leitão foi outra jornalista
torturada pela ditadura militar. E Mirian, com um agravante, pois estava
grávida. (4,5).
Hoje, ambos trabalham para a Globo, que apoiou e cresceu à
sombra da ditadura militar, e tudo leva a crer que estão doentes, e não
perceberam, pois estão com Síndrome de Estocolmo. Essa síndrome é o nome
normalmente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa submetida
a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou
amizade perante o seu agressor (6).
Fonte:
Rio de Janeiro, 15 de abril de 2019.
Em tempo: O meu livro A outra face de Sergio Moro está à
venda no Mercado Livre, cuja renda é integralmente para os demitidos da
indústria naval:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese.
Enviado para possível publicação para o Globo, JB, o
Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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