por Emanuel Cancella
Veja o vídeo desta
matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=rDkCJG0Dt6I
O Brasil, na época do descobrimento, era todo uma reserva
indígena. Os intrusos somos nós.
Como diz Baby do Brasil na sua música e poema divino (5):
“Antes que o homem aqui chegasse
Às Terras Brasileiras
Eram habitadas e amadas
Por mais de 3 milhões de índios
Proprietários felizes Da Terra
Brasilis.
Pois todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio”
Não podemos aceitar discutir o índio no varejo ou
individualmente. Digo isso porque muitos desinformados tentam manchar a imagem
do índio dizendo: “ mas o índio cobra pedágio para passar em suas terrar”; “o
índio é contrabandista de pedras preciosas”; “vende madeira” ou “o índio usa
drogas”, etc.
Mas o índio é humano como nós e ninguém é perfeito. E também
não podemos generalizar!
Mas o fato é que o índio, em nenhum lugar do mundo,
deixou-se escravizar ou catequizar. Ele quer simplesmente ser índio.
Voltando a Baby do Brasil:
“Eles são incapazes
Com certeza
De maltratar uma fêmea
Ou de poluir o rio e o mar
Preservando o equilíbrio ecológico
Da terra, fauna e flora
Pois em sua glória, o índio é o
exemplo puro e perfeito
Próximo da harmonia
Da fraternidade e da alegria
Da alegria de viver”!
Até em memória de brasileiros ilustres nós não podemos
aceitar nenhuma violência contra os índios. Eles dedicaram suas vidas ou parte
delas para conhecer e conviver com os índios. Aprenderam a respeitá-los e
amá-los e acabaram passando para nós essa experiência magnífica. São exemplos
deles Darcy Ribeiro, Irmãos Vilas Boas e Marechal Cândido Random.
Bolsonaro colocou a demarcação os índios subordinada à
ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS), também conhecida como Menina
Veneno. Segundo a ministra: “a pauta sobre alteração das regras para os
agrotóxicos no Brasil terá “muito espaço” em sua gestão” (1,2)
O Ministério ficará encarregado das questões relacionadas
com "reforma agrária, regularização fundiária de áreas rurais, Amazônia
Legal, terras indígenas e quilombolas", indica o Diário Oficial da União.
Historicamente o agronegócio é inimigo dos índios,
principalmente por conta da demarcação de terras.
E o MST se confronta também com o agronegócio na luta pela
reforma agrária. Lembrando que o alvo dos sem-terra é Constitucional, o
latifúndio improdutivo. O Brasil é um dos poucos países no mundo que não fez a
reforma agraria (4).
Se o agronegócio prioriza a monocultura voltada
principalmente para exportação, por outro lado, a Agricultura Familiar, braço
do MST, é responsável por 70% dos alimentos que frequentam a mesa do
brasileiro, no dia a dia (3). Creio que dá para conviver
pacificamente o agronegócio e a Agricultura Familiar. Aliás, com alguns
aranhões aqui e acolá sempre conviveram.
O que não podemos aceitar é que a violência no campo seja
patrocinada pelo governo.
2 - https://www.brasildefato.com.br/2018/11/09/musa-do-veneno-saiba-quem-e-a-ministra-da-agricultura-de-bolsonaro/
4 - https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-reforma-possivel-6459.html
Rio de Janeiro, 04 de janeiro de 2019.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente
do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros,
da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do
Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser
adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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Mais uma vez Emanuel Cancella nos brinda com um excelente artigo de apoio aos nossos índios agora ameaçados elo poder oficial. Temos que repassa-lo em louvação a tupam.
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